Voz da Razão

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Ryland estava certo, o dono do teatro realmente confirmou que ele quis juntar a antiga história de Romeu e Julieta com a atual situação em que eles se encontravam, uma princesa snölesa e um futuro rei grão-francês, tudo inserido em um cenário de guerra. As críticas à peça foram boas, assim como as que falavam sobre as instalações do teatro.

Havia até uma matéria em uma revista de fofoca com uma foto dos dois no tapete de entrada, Ryland estava com a cabeça inclinada para olhar para Lynae e ela erguia os olhos para fita-lo de volta, o título era "Finalmente apaixonados?". Essa era realmente uma pergunta boa. Naquela foto, realmente pareciam com um casal de verdade, olhando um para o outro como se nada mais existisse. Mas existia.

Uma semana havia se passado desde àquele dia e, apesar dos pesares, haviam entrado em um consenso de convivência. Cumprimentavam-se de manhã, no café, depois no almoço e nos momentos em que se esbarravam pelos corredores e, á noite, desejavam boa noite um ao outro. Não estavam de fato passando tempo juntos, mas já era um progresso em relação ao que estavam antes, evitando-se e se ignorando mutuamente. Progresso, Ryland repetia constantemente para si mesmo.

Por incrível que pudesse parecer, depois da inauguração do teatro, sua mãe não o obrigou a voltar ao trabalho, manteve as férias de Ryland, que aproveitou para se bronzear um pouco na praia no seu muito tempo livre, praticar o arco-e-flecha, nadar um pouco na piscina olímpica e cuidar dos cavalos no estábulo.

Aquela noite, seria o baile beneficente, onde teria que ter conversas chatas e vazias com políticos, empresários e outros tipos de gente rica e puxa saco, em sua maioria.

Naquela manhã, tinha ido ao médico refazer seus exames e ficou muito contente em saber que sua pressão realmente tinha baixado, ou seja, precisava apenas de um tempo de paz, embora, mesmo em suas férias, tivesse tido alguns momentos de estresse, como a briga com sua mãe e com seu irmão.

Ele suspirou pesarosamente.

Não estava pronto para perdoar sua mãe, mas Mitchell...

Eles não se falavam desde a briga e os hematomas do rosto de Ryland já estavam esverdeados, quase amarelos, logo mais iriam sumir e os dois ainda não tinham se resolvido.

Ryland tinha sido cruel, chamando seu irmão de bastardo, mas seu orgulho ainda o impedia de fazer as pazes, mesmo querendo muito. Mitch ainda o tinha magoado com o que fizera por suas costas, Ry ainda não havia se esquecido sobre isso e ficava com raiva toda vez em que pensava no assunto.

Ele estava agora andando a cavalo pelas terras do castelo junto de Steven, que cavalgava logo atrás. Sendo bastante franco consigo mesma, estava um tanto entediado com tanta folga.

Enquanto ele tomava sol, nadava, andava a cavalo e descansava, Lynae estava bastante engajada em seu projeto com os outros hospitais. Sentia-se como se estivesse vagabundeando, ao invés de cuidando da própria saúde.

– Tudo bem, Ry? Parece muito pensativo – comentou Stevvy, sempre muito observador.

– Estou.

– Você está bem ou pensativo? – questionou Steven, curioso.

– Um pouco dos dois?

– Está pensando em Mitchell ou em... Lynae? – Ryland olhou para seu irmão que trazia um sorrisinho nos lábios. Ele sabia sobre Alessa e sobre a parte final da história em que Ryland e ela terminavam, e Ally ia embora. Também sabia sobre a briga que Ry e Mitch tiveram e o seu motivo, porque não dava para Ryland esconder os hematomas pra sempre. Embora tivesse que mentir para seus irmãos mais novos, dizendo que ele e Mitchell sofreram um tipo de acidente. Óbvio que Oliver não acreditou, mas funcionou bem com Louise e Eddie. Stevvy tinha ficado bastante perplexo quando Ryland contara, mas não chegou a fazer nenhum comentário.

A Ascensão do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora