Capítulo 13

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Hollow on:

Azriel está definitivamente me ignorando, desde ontem ele não fala comigo e quando me vê simplesmente toma outro caminho, apenas para que não nos esbarremos.
Eu sei o que ele está fazendo, está me ignorando para que não aconteça outra coisa como aquela de ontem.
E eu o entendo, claro, mas não significa que eu esteja gostando.
Não é bom ser ignorada, ainda mais se essa pessoa estiver na mesma casa com você.
O que eu disse ontem foi totalmente verdade, Azriel tem vergonha do que sente por mim, vergonha de ter que esconder algo assim de sua família e do resto do mundo.
Ele é muito altruísta.
Acho que sempre foi assim, de qualquer forma eu tenho coisas a fazer, coisas importantes, e infernizar a vidinha da família de Amren é uma delas.
Mas antes tenho que ir visitar dois seres.
Autora on:

Após um banho de meia hora, Hollow se veste.
Uma calça de couro preta com botas de salto de couro também preta, para combinar ela põe uma blusa cinza com um decote que mostra o começo do colo de seus seios e uma jaqueta de couro por cima, ela ama usar jaqueta de couro.
Seus cabelos estão soltos e caem em ondas por suas costas, ela faz uma maquiagem bem natural e sai do quarto.
Azriel é claro está sentado no balcão da cozinha tomando uma bebida ambar, quando vê Hollow passando o encantador de sombras a olha de cima a baixo, suas sombras não estão a vista e ele usa uma de suas luvas, ela notou que desde que chegou ele não as tirou, ela nunca reparou bem nas mãos dele, mas sabe que são cheia de cicatrizes brutais, queimaduras.
Ela só não entende por quê ele as esconde, afinal isso não o faz inferior a alguém ou dá vergonha.
Hollow não o olha quando passa por ele e Azriel franze o cenho, mas se cala, a fêmea pega uma bolsa e começa a vasculhar os armários a procura dos cereais e de outras besteiras que Ayla goste, assim como alimentos para ambas.
- Irei sair, quando voltar trago mais alimentos não se preocupe - ela fala indiferente e o macho se levanta, se aproximando.
- Onde vai? - ele pergunta cruzando os braços e Hollow sorri.
- Visitar alguém e é claro logo depois irei ver minha querida irmã - ela fala limpando as unhas e ele se remexe desconfortável.
- ver alguém? - pergunta e ela assente tentando passar por ele.
Azriel segura seu cotovelo a parando e Hollow o olha arqueando uma sobrancelha em uma pergunta silenciosa.
- Irá ver quem? - ele pergunta e Hollow se afasta.
- Para sua infelicidade eu não posso dizer a você, querido - ela diz e continua seu caminho.
Azriel atravessa, ficando a sua frente, as asas farfalhando atrás de si.
- Não vá ver minha familia, já conseguiu o que queria e já os infernizou o suficiente - ele diz a olhando e Hollow sorri felina.
- O suficiente? Tudo que eu fizer com sua família jamais será suficiente - ela diz fria.
- Eles não fizeram nada, você que chegou e os ameaçou, ameaçou sua segurança e de toda Prynthian, a culpa é sua - ele fala e a fêmea revira os olhos.
- Não vou discutir isso com você - ela diz e ele solta uma risada seca.
- Claro, por quê a grande Hollow, Deusa da destruição não consegue ter uma conversa civilizada com ninguém sem que mate a pessoa não é? - ele pergunta com raiva e ela sorri.
- Sim - ela fala - agora tenho que ir, você não entende meus motivos, saia da frente.
- E como vou entender? Você não diz pra ninguém, ao invés disso sai matando todo mundo sem se importar se eles têm familia ou alguém esperando em casa - ele estava com raiva, Hollow já havia notado por isso ficou calada - você já parou para pensar que os illyrianos que matou e arrancou as asas poderiam ter alguém esperando eles em casa? Uma filha ou parceira? - Hollow não diz nada, mas seus olhos escurecem ao lembrar da madrugada que encontraram Ayla, Azriel continua - Não! Você não parou para pensar, por quê você não liga pra nada além de si mesma, não se importa com nada além de si mesma.
O tom de voz é alto e os olhos dele estão faíscando.
- Não vou ficar aqui e ouvir você falando o que não sabe, irei continuar meus planos você querendo ou não, então não me interrompa de novo ou sua familia irá sofrer ainda mais - ela fala alto e passa por ele, saindo da casa.
Azriel suspira cansado, sabendo que não há o que fazer, não pode voar até longe, pois a casa têm proteção ao seu redor, não pode atravessar para fora da casa e não pode ir andando, ele não tem o que fazer.

Corte de Destruição e SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora