Capítulo 47

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Ninguém, nem mesmo Devlon ouse se mover conforme Hollow dá passos lentos em sua direção, seus olhos negros cravados no macho com a cicatriz no rosto.

Devlon, para a surpresa de todos está paralisado, seus olhos estão neutros, apesar de sua respiração pesada, o que entrega seu medo, nem mesmo os illyrianos atrás dele falam algo.

- O que foi, garoto? O gato comeu sua língua? - Ela fica frente a frente com Devlon, suas mãos fechadas em punhos, controlando seu poder, que pede para se libertar e acabar com a existência desse ser.

- O que falou da minha filha? - Sua voz é baixa, letal, e Hollow sente quando o macho vacila, parecendo ver algo em seus olhos, algo que nem mesmo Azriel ou qualquer outro exceto seus amigos, viu.

Ela permite que ele veja, pelo menos a superfície rasa de seu poder, que ele veja o que ela tem por baixo da pele.
Que ele veja o que o espera se ousar infrenta-la.

Ele dá um passo para trás, seus olhos se arregalando conforme sua respiração acelera ainda mais.
- O que é você? - ele pergunta com um sussurro de voz, seu medo aparente, surpreendendo aos machos que o acompanham.

- Jamais fale assim da minha filha novamente, se eu ousar pensar que falou mal dela - Se aproxima, ficando a centímetros do macho que não se move, o medo travando seu corpo - Garanto que jamais encontrarão seus restos mortais.

Então se vira para o círculo íntimo, ignorando seus rostos surpresos, apesar de esconderem, então caminha até Azriel, não o olhando demais para que não percebam.

"Tudo bem?"
Ele pergunta pelo laço, sua voz preocupada apesar de seu rosto não demonstrar.

"Sim, eu já vou, não precisa me esperar, vou ao anoitecer"

Ele não fala nada, mas concorda, entregando Ayla para Hollow que abre suas asas e levanta vôo com um impulso poderoso.

                      {...}

Yelena estava definitivamente ignorando Lucien, que também a ignorava.

Ele não queria ignorar a fêmea, mas era covarde demais para fazer algo a respeito.

Ele não queria encara-la, sabia que ela estava bêbada e que estava arrependida do que fizeram.

Ele estava pronto para sair da casa do vento quando uma mão agarra seu pulso e ele é virado para uma fêmea com muita, muita raiva.

- Por quê está me ignorando? - Pergunta cruzando os braços.

Lucien tanta não tremer conforme olha para ela, sabendo o que vai encarar, a rejeição.

- Não estava ignorando você, apenas estava ocupado - ele fala.

- Sério? Acho que me enganei então, por quê lembro de ter visto você sem fazer absolutamente nada o dia todo - Ela fala se aproximando - Está com medo de mim, Lucien?

Lucien suspira.

- Yelena...

- O quê Lucien? Ein? Achei que estávamos ficando amigos não? - Ela exclama abrindo os braços.

- Amigos não transam uns com os outros - Ele esbraveja baixinho.

Yelena dá de ombros - Temos conceitos totalmente diferentes da palavra amizade então.

- Não queria forçar nada Yelena, sabia que você ia se arrepender - Ele fala.

Ela franze o cenho - Me arrepender do quê? De transar com você?

Lucien arregala os olhos, ela é muito direta.

Yelena ri.

- Lucien, eu tenho milênios, nesse tempo aprendi a ser sincera e não me prendo a nada, eu gosto de você, mais do que deveria, mas eu vou entender se você não quiser ter nada comigo, podemos ser só amigos - Ela revela com naturalidade.

Corte de Destruição e SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora