Capítulo 31 - Especial.

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23h

Kara mordeu o lábio inferior e tentou manter a calma.

— O trânsito hoje está fora do normal. — O motorista do táxi comentou tentando puxar uma conversa amigável.

Normalmente adorava conversar, mas estava tão nervosa que não conseguia formular mais de duas palavras. Tudo começou errado aquele dia e seu voo atrasado somado à tempestade que estava caindo em sua cidade natal estavam sendo a cereja do bolo.

— Não tem algum caminho que possa cortar? — Perguntou esperançosa. — Tenho mesmo que chegar antes de meia noite em casa.

O homem apertou os lábios e considerou as opções ao redor.

— Posso tentar ir por dentro, vamos ganhar uns 10 minutos, mas não faz parte da rota.

— Perfeito! — Respondeu imediatamente. — Eu me responsabilizo.

Seu coração até bateu mais forte e um breve sorriso brincou em seus lábios.

Não dava a mínima para a rota, só queria chegar em casa.

Esteve fora por duas semanas, e por mais que não fosse algo incomum em sua profissão, odiava ter que se ausentar perto de datas importantes, sua família vinha em primeiro lugar e todos sabiam disso, mas aquele pedido de última hora veio de uma amiga, não pode recusar.

Mas agora estava começando a considerar, não queria passar um segundo sequer longe de Lena naquele dia tão especial.

Sorriu.

O aniversário de Lena era daqui a poucos minutos e queria estar ao lado dela, e, como nos últimos anos, queria ser a primeira pessoa a dar parabéns pra ela.

Só em pensar em Lena seu coração palpitava de saudade.

Olhou pela janela e deixou o corpo relaxar um pouco enquanto o carro finalmente se movia mais rápido. Estar em sua cidade natal sempre lhe traria um misto de emoções, ali teve suas piores dores e também momentos felizes. Aquela cidade sempre ocuparia boa parte de seu coração. Todos os anos, no aniversário de Lena, viajavam para lá e curtiam um pouco a família. Era sempre bom estar com eles, e esse ano seria ainda mais especial.

Mordeu o lábio e apertou um dos presentes de Lena.

Tinha planejado mais que um dia agradável na casa dos sogros, tinha grandes planos para o aniversário da mulher que tanto amava.

Seu olhar caiu sobre o relógio mais uma vez.

Só esperava que tudo desse certo, não tinha conseguido estar pessoalmente para a organização, mas Alex e Sam se propuseram a ajudar e, segundo elas, tudo sairia perfeito.

— A senhora não tem medo de viver nesta casa?

Sua atenção foi chamada pelas palavras do motorista.

Ergueu o olhar.

— Por que eu teria? — Respondeu grata por estar próxima de casa. — É só uma casa.

O homem apertou o volante e balançou a cabeça.

— Não conhece as histórias sobre o farol? — Ele perguntou e seu tom deixava claro que ele achava surreal alguém não conhecer as histórias que assombravam o farol.

Prendeu o riso.

Lena e Sam realmente tinham conseguido assustar a todos com aquelas falsas histórias.

E por um tempo foi uma delas.

— Oh, sobre os fantasmas? — Sorriu. — Vivemos todos em união. — Piscou para o homem que lhe lançou um olhar horrorizado através do retrovisor. Novamente segurou o riso e apontou para a casa e a bela vista que ela tinha, tanto para a praia quanto para o farol. — Tem que admitir que é um lindo lugar, com ou sem fantasmas.

Drunk In Love - Supercorp Where stories live. Discover now