Capítulo 22

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O primeiro toque do celular já despertou Kara. Ela tateou a cabeceira, ainda entre o sono e o barulho, em busca do aparelho. Esperava que quem quer que fosse, tivesse uma boa razão.

Aquilo não era hora de ligar.

— Um minuto. — Pediu mesmo sem confirmar quem era.

Lena ainda estava dormindo e não queria acorda-la. Forçou a vista e usou luz do celular para olhar para a namorada adormecida, lógico que ela ainda estava dormindo; Deviam ser três da manhã no máximo, e Lena tinha largado do plantão tarde no dia anterior.

Com cuidado, tocou os fios negros os deslizando entre os dedos. Lena era linda até dormindo, aquilo devia ser um crime. Levantou antes que ficasse ali admirando a beleza de Lena por mais tempo, caminhou até o banheiro e se trancou para evitar o barulho.

— Sim?

— Alex descobriu sobre os casos de sua mãe, seu pai contou.

Kara perdeu o equilíbrio e tombou se recostando contra parede.

— Que? Como isso aconteceu? — Perguntou a Sam.

— Ele bebeu e apareceu aqui, começou a desabafar com sua irmã. — Sam pareceu falar algo tapando a linha e logo voltou a falar. — Alex está fora de si, brigou com sua mãe e com seu irmão.

Kara correu os dedos pelos fios desalinhados de forma nervosa.

— Onde ela está agora?

— No banho, por isso te liguei. Sua mãe negou e disse que era confusão de seu pai pela bebida. — Sam deu uma pausa. — Não é uma confusão, é? É por isso que vocês não se dão bem.

Kara grunhiu.

— Não, não é uma confusão. — Olhou para a porta do banheiro. — Vou marcar meu voo, se possível chego aí em poucas horas. Mantenha Alex em casa. — Sabia que um dia aquela bomba ainda cairia em sua família. — Como papai está?

— Bem, está conosco. — Sam novamente deu uma pausa. — Sua irmã saiu do banho, eu falo com você quando chegar.

Kara deixou o celular sobre o piso frio.

— Merda! — Murmurou com raiva.

Raiva de Eliza por ter causado aquilo, e raiva do pai por ter permitido e de si mesma por ter se calado por tanto tempo.

Precisava organizar tudo para ir para a cidade natal.

Levantou dando se conta que vestia apenas a camiseta de Lena, e a única peça de roupa que tinha era a que chegou e a que levou para ir trabalhar. O ponto de Lena sobre ela ter mais coisas ali fazia sentido a cada dia, passava boa parte da semana com Lena, até mesmo quando Lena estava de serviço ficava na casa dela. Claro que muito vinha da gata que adorava e não queria deixá-la sozinha, mas também porque gostava da calma que o lugar trazia.

Amava passar o dia ali fotografando cada canto especial daquele lugar precioso que Lena tinha escolhido pra viver.

Suspirou e saiu tentando novamente não fazer barulho.

Tarde demais.

Lena se remexeu e abriu aquele par bonito de olhos verdes, tinha que reconhecer como adorava vê-la despertar, a forma lenta que Lena se movia e os barulhinhos adoráveis que saiam de seus lábios enquanto ela se movia sempre aqueciam seu coração.

— Por que está de pé? — Ela perguntou com a voz arrastada e pastosa enquanto se esticava para checar a hora. — Vai atacar a geladeira?

Kara franziu a testa e cruzou os braços fingindo ofensa.

Drunk In Love - Supercorp Where stories live. Discover now