OUTRA DIMENSÃO • MC CABELINHO

pizza

duas semanas depois
MAYA

Já tinha se passado uns dias depois daquele evento catastrófico na minha vida, naquele dia depois do desmaio fiz Cabelinho ficar do meu lado o tempo todo. Ele não negou, só disse que tô devendo uma mamada. Quem aguenta?

O tal do Coroa só ficou me observando até o final da festa mas não falou nada comigo. Eu não sentia medo do homem e meu coração sabia disso, mas decidi ir pela razão do que pela emoção.

Tava sozinha em casa já tinha uma semana e ainda tenho mais duas. Meu pai viajou a trabalho e nunca me senti tão em paz como tô agora.

Vanessa tem uns dias também que não vejo, sim, eu me isolei total. Senti que precisava de um tempo sozinha.

- Por que esse povo não atende? - disse irritada vendo a ligação cair pela milésima vez

Estava tentando falar com a minha mãe já que não nos falamos há mais de duas semanas e isso nunca ocorreu. Deixei vários recados explicando o motivo da ligação e mandei uns e-mails também pra embaixada, agora é só esperar eles responderem.

Depois das tentativas falhas resolvi tomar um banho, me sentia muito tensa. Fiquei um bom tempo no banheiro desfrutando daquela água quentinha e maravilhosa, se eu pudesse ficava por mais tempo.

Sentei na cama enquanto secava o cabelo na toalha e vi que tinha uma mensagem do Cabelinho me chamando pra comer pizza. Não queria negar até porque estava afim de comer, então apenas avisei que só aceitaria se fosse aqui em casa. Ele só pediu o endereço e eu mandei.

Passou uns 15 minutos e o porteiro ligou avisando que tinha um rapaz querendo subir, deixei liberar.

- Ah, vou trocar de roupa não. - falei comigo mesma olhando meu pijama indo atender a porta - Ué, cadê a pizza?

- Boa noite pá tu também, filha - me surpreendeu com selinho e entrou no apartamento - Vamo pedir ainda, nem sei do que tu gosta, pô.

Concordei falando pra ficar a vontade mas acho que nem precisava já que ele praticamente deitou no sofá.

- Coe, tu sumiu. - me puxou pro colo dele - Te acionei e tu nem aí.

- Eu sei, foi mal. - depositei um selinho em seus lábios - Depois do que aconteceu fiquei receosa de ir pro PPG, sou cagona filho.

- Quem tem cu, tem medo. - riu - Agiliza o bagulho da pizza que eu tô na maior fome.

Concordei levantando de seu colo pra procurar meu celular.

...

- Finalmente! - disse levantando pra receber motoboy

Por mais que não tenha demorado pra ele me entregar a pizza, senti seu olhar maldoso sobre mim. Fechei a porta rápido e soltei um suspiro pesado, isso me incomoda tanto.

- Qual foi que tá com essa cara? - me analisou com uma cara engraçada quando eu apareci na cozinha - Já até sei... O otário mexeu contigo né?

- Como tu sabe? - falei surpresa - Ele só me olhou de um jeito nojento, não falou nada não.

- Eu tenho irmã. - piscou - Vou chegar nele depois, mas vamo amassar agora.

A gente resolveu apostar quem comia mais e nem preciso dizer quem ganhou. Cabelinho amassou legal, dos 14 pedaços comeu 9 e eu os outros 5.

- Você é magro de ruim, tá ligado né? - já estávamos no sofá procurando alguma coisa pra assistir - 10 pedaços, Cabelinho.

- Tá pouco ainda porque tô de dieta. - me olhou rapidamente - Me chama de Victor

Olhei pra ele durante uns bons segundos. Victor? Não parece nada com ele.

- Victor? Nunca que eu imaginaria esse nome.

- Por que? Victor Hugo, nome bonitão desses garota - dei de ombros - Teu nome é Malu mermo?

- Maria Luiza - desisti de procurar o que assisti e deitei em seu colo - Prefiro Malu, quando falam meu nome todo parece que estão brigando comigo.

- Tu viaja, mané - riu e olhou o relógio no pulso - Pô, tenho que ir. Ainda vou passar ali pra pegar meu moleque.

Ele tem filho? Não que seja uma coisa ruim, muito pelo contrário! Só acho que ele devia ter comentado sobre isso muito antes.

- Tu tem filho? - levantei rápido de seu colo

- Tá maluca? Susto do caralho. - negou com a mão no peito - Tenho afilhado. Por que mermo?

- Nada, pô. Traz ele aqui qualquer dia. - disse sentando em seu colo

- Qual foi mermo? Provocando agora? - apertou minha bunda

- Hum - distribui beijos por seu pescoço - Só estou me despedindo, você que fica tenso quando te toco.

Ele negou me puxando pra um beijo cheio de vontade, não queria parar, queria levar adiante. Porém, não estava cem porcento afim de me entregar por inteiro, não agora.

- Tá na sua hora. - separei o beijo e levantei do seu colo

- Tenho tempo pra uma rapidinha maneira - levantou me puxando e eu neguei

- Nada disso, vai buscar a criança e depois a gente resolve isso. - empurrei ele em direção a porta

- Tô na tua intenção, vou cobrar. - me deu um selinho e eu sorri fechando a porta em sua cara