Deus me livre namorar esse feio

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MC CABELINHO

- PADRIN - veio correndo em minha direção

- Qual foi, moleque. - me abaixei pra abraçar ele - Cadê tua mãe?

- Tá lá dentro arrumando minha mochila.

Concordei entrando com ele no meu colo. Geiza tava na sala botando uns bagulho na bolsa do Arthur.

- Coe Geiza - dei um abraço de lado com o braço livre - Como tu tá?

- Levando - suspirou - É muito difícil sem ele, eu sei que a caminhada dele não era a melhor, mas isso é tão injusto!

Botei o Arthur no chão e tirei um cordão do meu pescoço pra ele ficar brincando.

- Carai sei nem o que falar pra tu, tá ligada? Tô ligado que essas parada que o povo fala não muda nada no momento. - olhei pro Arthur rapidamente - Mas quero que tu saiba que eu tô aqui, pode ter certeza que eu vou ser presente na vida do moleque e sempre vou lembrar a ele o pai foda que ele teve.

- Victor você é um anjo. - fungou - Muito obrigada por estar fazendo isso.

- Relaxa aí. - dei um beijo no topo da cabeça dela e peguei a mochila - Bora, moleque.

Arthur deu um pulo do sofá e foi falar com a mãe depois veio pro meu lado. Botei o menor no carro e ganhei meu caminho. Geiza mora mais embaixo no morro e como o moleque gosta de andar de carro, sempre busco ele assim.

- Vai tomar banho não? - falei entrando em casa - Gosto de gente fedendo não, cara.

- Para de caô, padrin - riu ligando o vídeo game - Minha mãe me deu banho já.

- Tô ligado na sua. - sentei do lado dele mandando mensagem pra Malu

- Quem é? - perguntou com o maior olhão no meu celular - Tá namorando? Liga pra essa gatinha aí, padrin

- Tu é abusado hein, garoto. - liguei por chamada de vídeo pra mandada que nem demorou de atender

chamada vídeo on

- Oi Victor, o que foi? - disse com a voz de sono

- Oh, quem tá querendo falar contigo aqui - mostrei o Arthur que tomou o celular da minha mão, moleque mete mó marra

- Eai - fez legal - Você é namorada do meu padrin?

- Não - riu - Deus me livre namorar esse feio aí

- Se manca, garota. Tá se fazendo de difícil aí, tô ligado na tua po. - falei aparecendo na ligação

- Feio mermo, tia - riu - Namora comigo então, sou mais bonito que ele

- Deixa você crescer um pouquinho mais que a gente vê isso - riu - Tu que fica ensinando essas coisas pra ele né, Victor?

- O menino é cria do PPG, parceira. Já nasceu com a lábia. - peguei o celular da mão do Arthur que foi jogar - Quer brotar aqui não?

- A gente se viu tem nem muito tempo - fez uma cara engraçada

- Que que tem, parceira? - fiz cara de tédio - Já é então, num quer? Tem quem queira.

- Te fuder, parceiro - me deu dedo - Paga meu Uber que eu vou.

chamada off

Fiz um joinha com a mão e desliguei a chamada, mandei um áudio pra ela falando pra pegar o Uber e pra trazer roupa pra dormir aqui.

Depois daquele dia lá do baile, eu e a Malu ficamos mais algumas vezes, nem lembro quantas. Pouco tempo e muita intimidade, parada louca. Vou mentir não, tô curtindo mas também não tô me prendendo a ela não, inclusive já fiquei com outras tchucas e só fé.

A parada é que com a Malu alguma coisa me puxava pra ela, sei explicar não. Fico só na minha curtindo e observando, vou me privar de nada não.

Demorou muito não e ela chegou.

- Abre lá a porta lá, paizão. - Arthur levantou reclamando e só dei risada negando

- Pô cara, vou te roubar pra mim - Malu apareceu na sala com ele no colo - Oi, marmoteiro.

- Fala comigo direito, parceira. - levantei do sofá - Sai do colo, moleque.

- O que é marmoteiro, tia? - perguntou descendo do colo dela

- É uma p... - deixei ela nem terminar de falar, beijei logo

- Eca, padrin - escutei falar e ela separou o beijo rindo

Neguei rindo e sentei no sofá batendo a mão na perna pra ela sentar.

- Subiu de boa?

- Subi, um vapor perguntou pra onde eu ia e me ofereceu carona. Ia aceitar não, mas tava com preguiça de subir isso tudo. - encostou a cabeça no meu pescoço - Só tu mesmo viu, falei que nunca mais ia subir o morro.

- Esquece aquilo, maluca. O cara nem deve lembrar de tu mais. - apertei a coxa dela - Fica dando trela assim pros vapor não, cara. Nem todo mundo ali tá na pureza contigo.

- Tô ligada, mo. Vim pronta pra me jogar da garupa - deu risada - Mas ele foi super educado, Lc o vulgo dele.

- Sei - disse desconfiado - Jae, então. Pega a visão filha.

Ficamos jogando um pouco Arthur até eu bater o olho no relógio e ver que já tava tarde.

Botei o Arthur na cama que reclamou dizendo que já grande pra ficar acordado até tarde. Mandei logo parar de graça.

- Tu seria um paizão - escutei quando apareci na sala - Tem vontade não?

- Ainda, mas não quero ter meus moleques com qualquer uma não. - sentei abraçando ela de lado, apoiando minha cabeça em seus peitos

- Tá certo, também penso assim. - meteu a mão em meu cabelo dando uns puxões leves - Quero um cara foda, de pai ruim já basta o meu.

- Tô ligado, da certo eu e tu então. - olhei pra ela

- Eu e você com um filho? - riu - Deus me livre, não me vejo nem namorando você, imagine tendo um filho.

Malu tem esse bagulho de dizer que não teria nada sério comigo, não entendo legal não.

- Qual foi dessas tuas ideias? Chatão isso, papo reto - levantei saindo de perto dela e comecei a bolar um baseado - Quanto eu tô com uma pessoa, só trabalho na transparência. Tu tá se baseando com a minha vida de solteiro, foda mermo.

- Calma, boi - me olhou com deboche e depois olhou pras unhas - Não tenho culpa se essa é a única imagem que tenho de você. Se quiser que eu mude minha concepção, me mostre esse teu outro lado aí ué.

Neguei fazendo um joinha pra ela que deu risada, uma diaba dessa. Ela levantou vindo em minha direção, perdi logo a sanidade vendo aquele corpo em minha frente. Malu sentou em meu colo e começou a beijar o meu pescoço. Ela tá pedindo e eu não vou negar, vou pegar bolado mermo.

OUTRA DIMENSÃO  • MC CABELINHO Onde histórias criam vida. Descubra agora