saudade

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MALU

Vanessa disse que nem vem mais, tá passando mal toda hora e por isso decidiu ficar em casa.

Tava deitada ainda por que meu corpo resolveu acordar primeiro que todo mundo. Fico possessa quando posso dormir até tarde e eu acordo cedo.

Fiquei encarando o Victor dormir, a coisa mais linda, chega nem parece ser o atentado que é.

- Já tá acordada tu? - me assustei - Tá devendo, colega?

- Que susto, cara. - empurrei ele de leve - Eu queria dormir mais amor, só que não consigo.

Me encostei nele praticamente obrigando ele a me abraçar.

- Nóis vai na praia hoje jogar uma altinha e pá. - enfiou a cabeça na curvatura do meu pescoço

- Não tenho escolha. - dei risada - Mas foi por isso que eu casei contigo.

- Ih, colega. - me olhou com uma cara engraçada - Nóis não casou não.

Victor amava cortar minha onda cara, era incrível.

- Ah é, seu filho da mãe? - sentei na cama encarando ele - Vou voltar pra minha casa e depois não quero tu no meu pé não, hein.

Ele me puxou de volta e ficou enchendo meu rosto de selinho. Ele ama fazer isso e eu amo receber.

- Tô brincando contigo, né. - mordeu minha boca - Tu não sai da minha vida nunca mais mermo e se vim de gracinha querendo sair, vou nem ouvir.

- Tóxico e abusivo. - dei risada e ele me olhou com deboche - Até parece que eu vou querer separar de tu, um gostoso desse.

- Sou mermo. - sorriu

Revirei os olhos e levantei pra ir no banheiro mas acabei ficando tonta e caí sentada na cama.

- Caralho amor, o que foi? - levantou rápido pra me acudir - Tá bem tu?

- Sei lá. - fechei os olhos respirando fundo - Um mal estar do nada.

Abri os olhos e vi Victor me encarando, ele nem precisou falar nada pra eu saber o que estava pensando.

- Tu não acha melhor...

- Não. - interrompi ele - Minha pressão é baixa, então é normal isso acontecer.

Interrompi ele já sabendo o rumo que essa conversa tomaria e hoje eu não estava afim. Tava cansada de criar expectativas com uma possível gravidez e no final ficar frustada.

- Mas tu tá com isso aí sempre. - cruzou os braços me encarando - Mas tu é teimosa pra caralho e aí quando nóis fala mete maior bicão. Tô ligado que é uma parada difícil pra tu e pra mim também é, e já que tu não quer fazer o bagulho do teste, vamo no médico então.

Ok, obrigada papai do céu por esse homem. As vezes me sentia uma chata por agir assim em certos momentos.

Meu coração não aguenta ver o Victor preocupado comigo, fico toda derretida.

- Tá bom. - concordei - A gente vai num médico então, mas sem teste. Não tem necessidade por que eu sei qua não tô.

- Sabe como, colega? - me olhou com deboche - Tu consegue olhar dentro da tua xereca agora?

- Deixa de ser idiota. - ri - Mas minha menstruação veio no dia certo mês passado e tá pra vim agora nessa semana.

- Sei. - semicerrou os olhos - Jae, bora tomar um banho comigo.

- Não perde a oportunidade, né. - me ajudou a levantar e ir até o banheiro

- Colega, tô te ajudando só. - tirou minha blusa - Tá se achando a bucetuda tu. Pior que tem razão.

Essa última parte ele sussurrou mas óbvio que eu escutei.

- Victor. - dei risada - Tu fala umas coisas que cara, sem condições.

Ele deu de ombros tirando a roupa dele, entramos no box e eu comecei a me ensaboar mas ele faltou arrancar a minha mão pra pegar o sabão.

Ele insistiu em me dar banho e o resto tudo, ou seja, tava sendo tratada como uma boneca.

- Pronto minha deusa. - deu um beijo na minha testa depois de ter praticamente me arrumado - Gostosa demais.

Já tinha melhorado desde a hora que sai do banheiro, foi só uma tontura boba mas vai falar isso pro Victor. O cara é cismado demais.

- Obrigada meu amor. - dei um selinho nele - Será que o Arthur já acordou?

- Vou olhar lá.

Terminei de passar protetor no corpo e desci também, tava brocada de fome já.

Os meninos já tavam tudo amassando, bando de falsos.

- Bom dia, nossa gente. - dei um beijo no meu pai e no Arthur e sentei na cadeira - Como vocês são falsos, nem me esperaram.

- Ih princesa, tu que demorou demais e nóis tava quase comendo as parede. - Jorel falou e só Victor não deu risada

- Sei. - fingi estar brava mas dei risada - Vou deixar passar essa vez só, achei que vocês iam estar dormindo por conta do horário.

- Mandei o papo pra geral acordar cedo que nóis vai pra praia. - meu pai falou

Concordei comendo e observei o Arthur que tava comendo quietinho, confesso que estranhei já que ele é tagarela a beça.

- Tá bem tu, amor? - falei baixinho e passei a mão na cabeça dele - Tá quietinho, o que foi?

- Eu sonhei com o meu papai. - ele me olhou com os olhinhos cheios de lágrimas

Meu coração ficou todo despedaçado, ele tava todinho triste e isso com certeza é saudade.

- Tá com saudade dele, né? - ele balançou a cabeça - Ele tá com você sempre amor, lá no céu. Aí quando você ficar assim é só olhar pro céu e falar com ele.

Ele começou a chorar e nessa altura do campeonato todo mundo tava encarando a situação, peguei ele no colo e fui lá pra fora.

Esse sonho mexeu muito com ele, Arthur sempre teve sonhos com o pai e sempre ficava feliz mas dessa vez ele ficou totalmente sentimental.

- Ele tá lá? - apontou pro céu e eu concordei - Eu quero ir lá ver ele, eu quero ir lá mamãe.

- Oh meu amor. - senti um nó se formar na minha garganta - Não tem como fazer isso, fecha os olhinhos e chama ele.

Arthurzinho fechou os olhos com força e ficou chamando pelo pai, quando ele abriu os mesmos demostrando frustração, uma borboleta pousou bem no nariz dele.

Por incrível que pareça ele não sentiu medo algum, na verdade, se acabou de dar risada. Arthur é muito novo pra entender mas eu sabia que ali era o pai dele dando um jeito de ficar perto do seu filho.

Eu como uma boa chorona que sou, tava quase inundando lá fora.

oi bbs 💌
o Arthurzinho 🥺🥺🥺
vcs gostam do Jorel? pro meu tcc kkk

OUTRA DIMENSÃO  • MC CABELINHO Kde žijí příběhy. Začni objevovat