OUTRA DIMENSÃO • MC CABELINHO

que porra é essa

Semanas depois
MALU

Não sei se os dias que passaram rápido ou minha vida que mudou drasticamente. Já tinha feito o exame de DNA e pra nenhuma surpresa sou filha do Coroa sim e posso dizer que foi uma das melhores coisas que me aconteceu. O velho me mima a beça e eu amo.

Sobre o Jorge, conversei com ele e contei em partes o que sabia. Ele fez pouco caso, o que já era de se esperar, mas nem me importei. Finalmente estava livre dele, me sentia aliviada.

Meu pai verdadeiro fez questão de me dar uma casa no morro mesmo eu falando que não. A casa é a coisa mais linda, fica na parte onde só tem os casarão do morro.

Inclusive sou vizinha do Victor, no momento, me pergunto se isso é bom ou é um castigo.

- Tem certeza que não vai brotar na festa dele?

Olhei pra Vanessa com tédio, ela já sabia a resposta e tá nessa.

- Qual parte do estamos brigados tu não entendeu? - voltei a mexer no celular

- Porra nenhuma, Maria Luiza. - sentou na cama - Tu também é complicada, vive esculachando ele dizendo que não sente nada e quando ele age como solteiro, o que ele é, tu fica nessa.

- Fã ou hater? - olhei pra ela

- Amiga que te dá uns toque. - piscou - Victor é muito lerdo pra perceber, mas eu tô ligada que tu tá caidinha por ele já.

Minha amiga mais uma vez tinha razão, no fundo eu sentia isso mas não queria admitir. Tem uns dias que estamos brigados e como uma boa escorpiana que sou, não consigo dar o braço a torcer.

- Amiga, se ele tá agindo assim tu acha que sente alguma coisa por mim? - disse pensativa - Ele vai fazer uma festa hoje com um monte de mulher, cara.

- Malu? - me olhou como se fosse óbvio - Vocês não tem nada sério, como você sempre fez questão de deixar claro. Se ele vai pegar outras ou não, tu não pode fazer nada se ficar com essa mesma ideia.

Quando eu paro pra conversar com ela percebo que muitas das minhas atitudes são de uma pessoa otária, é cada tapa na cara. Se eu gosto dele, por que agir assim?

- Tu acha que eu devia marcar território? Assim, tenho maior medo de espantar. Victor é cachorro solto.

- Oh, sua idiota. - deu um tapa na minha testa - Não sei se tu percebeu mas ele tá doido que tu bote coleira nele. Amiga, tu tem aproveitar cara, se nada der certo entre vocês pelo menos aproveitou e sentou a beça filha.

- Tu só pensa nisso, pervertida. - ri

- O bom da vida é gozar, amor. Inclusive vou acionar o Rafael pra depois da festa. - pegou o celular

Vanessa perguntou novamente se eu ia nessa festa e eu apenas respondi um não sei. Ele tá chateado comigo e parando pra pensar com razão, então com certeza ele vai ficar com outras. Apesar de pouco tempo, eu conheço ele muito bem e sei que agiria assim na emoção. Só espero que eu não me importe tanto caso isso aconteça e ficar em casa vai me privar de ver isso.

flashback on

- Ta no meu nome tu, frisou? - mordeu meu pescoço de leve - Quero uma parada maneira, só eu e tu, tá ligada?

- Se manca, garoto. - virei pra ele - Até parece, acredito não.

- Tô na pureza contigo, mandada. Tô querendo só tu.

- Ih, e aquela parada de sem cobrança? Agora eu que não quero essas coisas. - ri

- É foda mermo. - me soltou - Tento uma parada contigo e tu toda vez fica nessa porra, jae então. Tava querendo mudar o bagulho que falei mas tu não quer, quando eu tiver ficando com as bebel quero aperto de mente não.

- Tô pouco me fudendo, Victor. - peguei minha bolsa - Faz o que tu quiser.

flashback off

Deve ter uns três dias que estamos brigados e posso dizer que está sendo torturante, até porque vivíamos um na casa do outro praticamente todos os dias.

Fiquei pensando em toda a situação enquanto me julgava mentalmente, sempre assim, fazia merda e depois meu consciente me dava esporro.

Vanessa disse que ia se arrumar aqui e já começou os trabalhos, decidi mesmo não ir, acho que o melhor lugar pra me acertar com ele não seria lá. Resolvi ficar assistindo série mesmo, o melhor que faço.

Falando em Vanessa, pelo horário a bonitinha está mega atrasada. Ia até chamar ela pra avisar mas nem foi preciso já que ela saiu do banheiro que nem um furacão.

- OLHA ISSO. - veio em minha direção quase correndo

Peguei o celular dela vendo que o Victor tava fazendo uma live da festa simplesmente beijando todas as mulheres dali.

E foi nessa hora que eu percebi que sentia algo a mais por aquele desgraçado.

- Que porra é essa? - senti meu corpo queimar de raiva - Eu vou matar esse vagabundo do Victor Hugo.

- Tem certeza que não vai? - me olhou com deboche querendo dar risada

Eu sabia que Vanessa tava botando mais lenha na fogueira e se eu estivesse em sã consciência não daria bola, mas como eu tava fumaçando isso só me deu um gás a mais.

- Eu vou nessa festa. E vou pra matar. - sai em direção ao banheiro xingando Victor de tudo que é nome

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