BLANK SPACE ─ cobra kai

𝐩𝐫𝐨́𝐥𝐨𝐠𝐨

As bochechas de Nora já doíam de tanto sorrir e seus olhos estavam ardendo dos flashes das câmeras do evento.

Sua mãe, sendo uma mulher bem família, como ela gostava de se denominar, fez questão de que ela para esse evento da revista que iria acontecer hoje. O ponto negativo? Ela e seu pai ainda não chegaram. Então estava andando pelo tapete vermelho com o celular na mão ao lado de Angelina, que foi convidada pela mulher também.

— Acha que eles vão demorar? Eu não sei fazer a fina igual você. — a cacheada perguntou baixo para ela enquanto posavam para mais uma foto.

Angelina e Nora são amigas desde que entraram na pré-escola. No primeiro dia de aula a morena havia esquecido sua lancheira e a loira dividiu seu lanche com ela. Como diz aquele velho ditado: quem compartilha comida permanece unida. Desde então não saíram do lado uma da outra. Na escola acham estranho Nora e Angelina serem como unha e carne, já que ela é considerada "excluída" e Reed anda com os populares. Os opostos realmente se atraem.

— É só continuar sorrindo que eles vão embora. — ela responde e, quando o último fotógrafo sai de sua visão, ela já consegue prever as matérias das revistas teen mais tarde: Saiba como manter uma amizade saudável igual a da filha de Sarah Reed e sua melhor amiga. Ao longo dos anos ela se acostumou a ser chamada dessa forma: "filha de Sarah Reed" e "filha de Christopher Reed".

Quando entraram na parte fechada do evento, pararam coladas à parede e tentaram se esconder atrás de uma planta. Nora sente um arrepio percorrer seu corpo e ela se lembra de que já estavam no inverno. Em Los Angeles, sua cidade natal, não faz tanto frio na estação, mas em Nova York havia nevado o dia inteiro.

Nora encostou sua cabeça na parede e inspirou profundamente. Ao contrário de suas irmãs, Dylan e Katherine, ela não sabe lidar com eventos grandes desse jeito. Dylan aparece em revistas por aí desde que aprendeu a sorrir e Katie simplesmente ama andar nos tapetes vermelhos e posar para as câmeras. Mas, dessa vez, sua mãe insistiu para que ela fosse, já que nunca se sente disposta para isso.

— Será que um dia as revistas vão me chamar pelo nome? Não quero mais ser "melhor amiga da filha da Sarah Reed". — Lina resmunga ao seu lado enquanto ajeita as alças do vestido lilás que está usando.

— Queria saber se um dia vão me parar de chamar de "filha da Sarah Reed". — ela responde rindo um pouco. As consequências do "anonimato".

— Senhorita Reed? — um segurança vai até elas e Nora balança a cabeça positivamente. — Pode me acompanhar por aqui, por favor?

— Por que?

— Temos que falar com a senhorita. Se puder vir agora. — ele fala com um tom de voz firme e Angel segura sua mão e a puxa pelo caminho que o homem indica. A única coisa que passa pela cabeça da de olhos claros é se ela fez alguma coisa de errado e não sabe.

— Só obedece. — Angel fala sussurrando entredentes. Finalmente param em uma sala privada onde havia uma mulher encostada ao lado da porta.

— Nora Reed? É um prazer conhecê-la. Me chamo Laverna Bennet, sou uma colega de trabalho da sua mãe. — a mulher negra fala com um sorriso e ela repara em como sua roupa está deslumbrante. O casaco peludo que Laverna está usando é tudo que ela queria naquele momento. Quando não responde nada de volta, Angelina se prontifica.

— Oi, sou Angelina, amiga dela. Acho que a confusão não está deixando ela em bom estado. — ela fala com um sorriso e pisa com a ponta do salto no seu pé, a fazendo despertar.

— Oi.

— Vocês podem entrar aqui e se sentar. Tenho algumas coisas pra comunicar. — ela abre a porta e dá passagem. Reed se sentou em uma das cadeiras e Lina continuava segurando suas mãos frias.