012 the big day

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NORA.

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O dia que todos nós estávamos esperando chegou.

Me acordei cedo para tomar um café da manhã especial feito por Alina, com bastante frutas e vitaminas. Meus irmãos insistiram em ir me ver competir, o que conseguiu me deixar mais nervosa do que eu já estava e fui obrigada a tomar meu remédio de ansiedade. Rafe estava além de empolgado por me ver competir e eu queria mostrar para ele que meus meses de dedicação não foram em vão.

No nosso grupo do karate, me imploraram para que eu fosse buscar alguns dos nossos colegas. Então, após comermos todos juntos, me despedi dos meus irmãos e de Alina — que me prometeu que iria também — e fui buscar Aisha, Miguel, Bert e Eli em suas casas. Angelina e Demetri disseram que chamariam um Uber para irem juntos.

Ao chegarmos na arena, ficamos parados na porta esperando o nosso sensei chegar. Miguel estava estressado por uma briga que teve ontem com Samantha. Depois que fomos embora da festa ontem, Sam chegou na festa com outro garoto e ela e meu amigo brigaram para valer por isso.

— Miguel, relaxa aí. — Eli fala para o amigo, que apenas o olhou por um momento antes de voltar a socar o ar.

— E daí que ele tá assim? Deixa ele externalizar a raiva. — defendo o Diaz.

— Cadê o sensei?

— Daqui a pouco ele chega. — falei despreocupada, mas ele estava demorando demais.

— Eu não sei não... — Bert fala pela primeira vez, atraindo nossa atenção. — Eu vi ele ontem no centro comercial. Eu tava... comprando leite e ouvi ele gritando no estacionamento. Ele estava bêbado e falou algo sobre todos morrerem.

— E por que você não falou isso antes?! — Aisha pergunta escandalizada.

— Me acostumei a ver ele bêbado e não achei que fosse grande coisa.

— Tá tudo bem, galera. — eu falo tentando manter a calma.

— A gente tá aqui e ele não, então deve ser grande coisa. — o de moicano fala nervoso. — E se aconteceu alguma coisa?

— Tipo...?

— Ele pode ter pulado de um penhasco ou comprado uma arma e estourado a cabeça.

— O sensei nunca se mataria, é muita covardia pra ele. — Miguel fala pela primeira vez nessa manhã.

— Ok, mas a gente tá aqui e ele não. Vamos ter que fazer isso sem ele.

— Fazer o que sem mim? — a voz de sensei se fez presente e eu respirei aliviada.

— A gente achou que você não vinha.

— Eu posso não ganhar sempre, mas nunca desisto.

— Isso é ótimo sensei, mas a gente precisa mesmo se inscrever. — eu falo olhando para a hora no celular e faltavam só sete minutos para as inscrições acabarem.

Entramos na arena e, mesmo há 16 anos morando nessa cidade, eu nunca havia entrado aqui. O sensei inscreveu todos nós e eu parei para dar uma olhada nos banners dos vencedores. Dei um sorriso mínimo ao ver a foto do meu pai no banner de 1981. Fico sempre impressionada ao ver como Rafe se parece com ele.

— Eu disse que vocês eram parecidos. — o sensei fala chegando de fininho até mim.

— Ele é mais parecido com meu irmão.

BLANK SPACE ─ cobra kaiWhere stories live. Discover now