009 mini chris

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NORA.

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Depois do encontro de Miguel com Samantha e da vitória do sensei no conselho do Torneio Regional, nós estávamos oficialmente habilitados a competir. Os treinos se tornaram piores do que já eram e o sensei tem pegado mais pesado do que o costume. Todo dia seguinte aos treinos eu me sinto destruída como se um caminhão tivesse passado por cima de mim.

Hoje, pelo visto, seria pior do que os últimos treinos que tivemos. O sensei nos mandou para um ferro velho, cheio de carros antigos e diversas fontes de tétano. Acho que no fundo do coração do sensei, se ele tiver um, seu sonho é tentar nos matar de formas diversas.

— Vocês treinaram pesado. Ficaram mais fortes, mais rápidos, deram seu melhor. Estão prontos para o torneio, né? — ele estava em cima de um carro e segurava uma lata de cerveja.

— Sim, sensei!

— Errado. — ele joga a lata com força perto dos pés de Bert, fazendo respingar aquilo até em mim. — Se quiserem vencer o Regional, terão que me dar mais do que o seu melhor. E, de agora em diante, eu vou pegar pesado, entenderam?

— Sim, sensei!

— Vocês são fracassados?

— Não, sensei!

— Vocês são nerds?

— Não, sensei!

— Tem certeza?

— Não, sensei!

— Sim, sensei! — minha resposta faz todo mundo ficar confuso, até o sensei.

— Pelo menos um de vocês não é um completo idiota. Parabéns, senhorita Reed.

— Obrigada, sensei.

Depois de Johnny explicar o que ele queria que nós fizéssemos, começamos o treino de hoje. Corremos por pneus, andamos em cima de um pedaço de madeira com vários metais e vidros por baixo — provando minha teoria da tentativa de homicídio. Mas minha parte preferida foi quebrar as janelas dos carros e amassar as latarias com um taco de baseball de metal. Posso dizer que foi uma experiência muito relaxante.

— Treinaram pesado, devem estar com fome. — Lawrence fala distribuindo pedaços de bacon para todos nós. — Estão com fome?

— Sim, sensei!

— Ótimo, eles também. — ele puxa um apito de dentro da blusa e vários cachorros saem correndo de trás de alguns carros.

— Merda! — Aisha falou e saiu correndo, fazendo todos nós sairmos correndo atrás dela.

— Eles farejam o medo!

Parecia que pelo menos alguém estava se divertindo com isso. Enquanto eu corria atrás de algum lugar alto, um dos cachorros resolveu me perseguir como se aquilo dependesse da sua vida, então eu me lembro do pedaço de bacon que ficou no bolso do meu casaco.

— Quer isso, cachorro? — eu jogo aquilo bem longe de mim. — Vai pegar. — ele devora o pedaço de carne enquanto eu subo na lataria de uma caminhonete sem porta.

— Parabéns, mini Chris! — o sensei grita de longe para mim, estendendo sua lata de cerveja para cima como num brinde. — Estão vendo isso, molengas? Uma de vocês sabe fazer as coisas direito.

BLANK SPACE ─ cobra kaiOnde histórias criam vida. Descubra agora