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ÍSIS

O mal que o esperto se atrapalha, como minha mãe sempre diz, eu batia no peito dizendo que era esperta mas na verdade sou burra.

Depois daquele auê todo no banheiro não adiantou de nada, a puta continuou sentada no colo do mesmo, sinto mais ódio de mim, eu acabei de dar pra ele cara, ele não me respeita, o que eu também esperava? Nada né, a gente não tem nada, ele só me fode quando quer.

Me levantei puta, pra mim aquele pagode tinha ido de ralo, vi a Livia se levantar mais neguei, queria ficar sozinha.

Fui descendo o morro com vontade de chorar, só de pensar que estava gostando mesmo daquele crápula faz meu estômago revirar.

Porque simplesmente ele? Falava com os meus pensamentos, porque aquele olhar me faz sentir tantas coisas, e aquelas mãos? Quando a gente transa sai tanta faísca. Isso é uma puta bobeira.

Entrei pra dentro de casa e me joguei na cama gelada, tinha bebido um pouco e estava zonza, minha cabeça começou a latejar, minha mãe não estava em casa, e já marcava quase 01:00 da manhã.

Levantei e tomei um banho botando meu vestidinho de dormir, fiquei sem calcinha mesmo, fui pra cozinha e fiz um misto quente com um pouco de Nescau, liguei a Tv e fiquei assistindo enquanto comia.

Depois de satisfeita fui escovar os dentes, voltei com um cobertor pra sala, mais na hora que ia deitar escutei o barulho da porta.

Abri a mesma e la estava ele, o próprio tinha trocado de roupa, seu cheiro me impregnou, ele saiu entrando pra minha sala.

ÍSIS: Eu mandei você entrar na minha casa?- perguntei com as mãos na cintura.

MALVADO: Eu mando aqui também tá ligado? A favela é minha- bufo de raiva e fecho a porta me sentando no sofá.

ÍSIS: Não vai ficar com a sua namoradinha?- falo com raiva, quer saber? Tenho ciúme mesmo, eu gosto dele.

MALVADO: Ainda com seu ciúme, tu não é minha mulher não parceira- diz se sentando como se fosse o dono da casa, aquilo me machucou, porém fingi não se importar.

ÍSIS: E quem disse que eu quero ser? Se emocionou aí filho- falo revirando os olhos.

MALVADO: Gosto que tu sustenta, tem medo de morrer não- falou rindo, aquele sorriso era tão bonito.

ÍSIS: Nem parece ser o ogro de sempre quando sorri, só vive de cara fechada.

MALVADO: Tu é diferente pow, mais tu se liga que ainda te mato por qualquer gracinha- balancei os ombros. A verdade é que eu não sentia mais medo dele.

ÍSIS: Não tenho medo de você- falo sincera.

MALVADO: Tu é novinha né, tem quantos anos?- muda de assunto me fazendo ficar surpresa, a gente nunca conversou antes.

ÍSIS: Quer conversar? Tá bebo né? Nunca me perguntou nada

MALVADO: Anda porra, responde- fez cara feia, tô falando que é bipolar.

ÍSIS: 18 e você?- pergunto curiosa também.

MALVADO: 28 pow- diz seco. Porra 10 anos de diferença, mais não tô nem aí, eu nunca fiquei com um cara mais velho, porém ele nem parecia.

ÍSIS: Não sabia que era tão velho assim- falo sorrindo.

MALVADO: Tô gostoso ainda pow, tô na flor da adolescência- diz fazendo graça, balancei a cabeça concordando. Escutei um strondo alto e barulho de chuva, me encolhi, tinha pavor de trovão.

Me sentei mais perto do mesmo, ele não reclamou, mais também não entendeu nada.

ISIS: Tenho medo de trovão- falo pro mesmo que me puxa pra um abraço, me sinto totalmente protegida por esse homem.

Sinto meus peitos enrijecidos, Malvado toca neles me fazendo estremecer, ele continua apertando devagar, me viro olhando pra sua boca, ele vem e começa a me beijar, subo em cima dele que continua a me beijar, suas mãos foram a minha bunda apertando com força.

MALVADO: Tu me deixa maluco- diz no meu ouvido, me fazendo ter aquelas borboletas novamente.

Olho em seu olho e acaricio o seu rosto, sinto uma conexão tão forte com ele, é inexplicável se sentir assim.

ÍSIS: Gosto de estar com você- confesso o beijando.

(...)

Acordo em seu peito, não acredito que dormimos juntos na minha cama, reparo no seu corpo nu ao meu, tô me deixando levar e tenho medo de ser magoada.

Vejo seu rosto tranquilo, sua respiração lenta, dormindo parece até um anjo.

Me aconchego mais em seu corpo quente, se eu pudesse não sairia desses braços, fecho os olhos me lembrando dessa noite, foi bruto e calmo ao mesmo tempo, faz meu coração apertar de tanta sede que tenho dele.

Estou me apaixonando sem dúvidas, fico triste por saber que não é recíproco, pra ele eu só vou ser mais uma, ele é bandido e não tem coração.

Nego pensando em como vai ser daqui pra frente, o medo de perdê-lo me invade.

Acabo adormecendo novamente, escuto risadas altas, levanto rápido da cama vendo o espaço vazio, corro pro banheiro, escovo os dentes e lavo o rosto.

Vejo Malvado tomando café com a minha mãe que não parava de sorri, não acredito nisso.

ANGÉLICA: Filha eu não sabia que ele era tão engraçado- falava rindo pra ele que sorria conversando com ela.

MALVADO: Infelizmente tenho que ir trampar, mais coroa teu café é muito gostoso- fala fazendo ela ficar vermelha.

ANGÉLICA: Venha tomar café mais vezes meu filho- olho pra cara dela incrédula.

MALVADO: Claro que venho né, até a próxima- deu um beijo na mão da minha mãe e saiu, fui atrás do próprio.

ÍSIS: Agora quer conquistar minha mãe? Tá de sacanagem- falo fazendo ele se virar e me dá um beijo na testa.

MALVADO: Papo 10 tua coroa é da hora, até mais tarde malucona - saiu me deixando boquiaberta.

Olho pra minha mãe que levanta a mão rindo, eu não acredito, bofe bipolar, eu não entendo ele, eu vou acabar surtando.

Isso me deixa cada vez mais confusa cara, uma hora ele é seco, outra é até amoroso. Até quando ele vai continuar assim? Puta que pariu haja paciência.

ARABIANA⚡️Onde histórias criam vida. Descubra agora