Deuses por que meu melhor amigo?

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Pov: Annabeth

A entrada na casa de Percy foi uma das experiências mais inusitadas de sua vida.

Para começar o garoto parecia nervoso, tentou ouvir pela fechadura da porta, mandou ela colocar sua jaqueta antes de entrar e respirou fundo antes de enfiar a chave na fechadura. Se fosse qualquer outra pessoa, talvez assumisse que o apartamento não fosse dele, porem com o cabeça de alga, sabia que estaria menos ansioso se fosse o caso.

O menino suspirou aliviado pois não havia ninguém na residência, que era pequena, azul, branca e limpa, porem meio bagunçada, de forma que parecia envolver muito esforço da parte de apenas uma pessoa.

"seja bem vinda a minha humilde residência vossa alteza." - ele brincou fazendo referência, voltando ao seu elemento.

"um cavalheiro de fato. agora podemos cuidar da ferida de tamanho colossal na minha perna." - ela perguntou já meio sem paciência.

"deuses, você entrava mais na brincadeira quando me odiava."

"sabe que estou considerando?"

"há, há engraçadinha. vem, está no meu banheiro." - levaram poucos passos para chegarem ao cômodo em questão. Conseguia ser ainda menor que a sala, de forma que, se ambos quisessem ficar de pé um na frente do outro, haviam apenas alguns centímetros de distância entre os dois.

"legal, você tem..." - ela disse examinando a caixinha de emergência e pegando materiais para um curativo.

"nada disso, como você mesma afirmou: eu sou um cavalheiro. então vou retribuir um favor que você me fez." - ele afirmou enquanto tirava os esparadrapos de suas mãos.

"mas era diferente, os seus machucados eram nas costas e por razões misteriosas, eu ralei meu joelho!"

"exatamente cara, eu estava sem camisa e a semanas com minha pele ralada! estava bem pior para mim."

"justo." - ela sentou-se no balcão da pia, toda a luz do lugar vinha de uma janelinha com fumê atrás do boxe que pintava todo o lugar de dourado-crepúsculo. - "então diga-me Perseu Jackson..."

"dizer o que?" - o moreno questionou enquanto desinfetava a ferida.

"tudo. você é uma pessoa muito mais intrigante do que considerei inicialmente, então me conta alguma coisa."

"ham..." - ele pareceu desconcertado. - "...sabe bastante coisa sobre mim, não? te contei sobre meus país e agora você descobriu que sou disléxico."

"então vamos começar por aí, por que não me contou?"

"eu não tenho que te contar tudo..."

"qual é? tem tipo duas semanas que me conta qual foi o seu café da manhã, nos trocamos saliva! achei que já tínhamos passado dessa fase."

"se está tão interessada: quando tinha uns 7 anos tentei aprender a ler, só que as letras flutuavam no papel, ficavam trocando de lugar sabe? os professores acharam que eu era lerdo, idiota. aí adivinha só: quando você ver uma menina linda metida a geniozinho na sua direção, não é algo que se fale."

"sei que não gosta de falar sobre isso, fico feliz de ter compartilhado isso comigo..." - ele sorriu para ela - "...dito isso: a primeira coisa que pensou quando me viu foi que eu era bonita e metida a gênio?" - a loira riu.

"eu me mantenho nessa posição."

"me acha linda?"

"qual é...claro que acho. mas também a mais irritante." - ele zoou da garota.

"eu também te acho muito bonito, por dentro e por fora."

"você está precisando de um teste de visão." - o moreno brincou em tom sarcástico enquanto retirava os cabelos pretos como a noite do rosto.

"estou falando sério. deuses só os seus olhos já falam por si só."

"não me de esse tipo de esperanças." - ele caçoou.

"o que quer dizer?"

"eu tive uma chance com uma garota como você. se continuar me elogiando assim vou me deixar levar. somos só amigos certo?"

"acho que sim..." - a garota sorriu mas seu coração estava pesado, ela lembrou-se do dia anterior quando o beijou, do quanto sentiu-se presa a aquele sentimento.

        Aí olhou para ele, completamente focado em um curativo mal posicionado. Sua camisa estava semi-transparente por conta da chuva, seu cabelo preto úmido recaía sobre as maçãs do rosto em um esforço sem sucesso de tirá-lo do seu rosto e sua pele bronzeada refletia a pouca luz dourada da janela. Ela pôs a mão em seu rosto como quem admira uma estátua grega.

"foda-se." - foram as palavras que passaram em sua mente antes de encostar seus lábios no dele em um puxão. Quem se importava com promessas que fez a si mesma?

      No primeiro momento o moreno pareceu confuso mas logo retribuiu o gesto. Seus lábios eram quentes, assim como no dia anterior porem dessa vez parecia menos cauteloso, talvez pelo despreparo.

"eu acho que essa amizade não está funcionando muito para mim." - a menina afirmou.

"quer dizer: vamos mesmo, sabe, ham..." - o garoto ainda não se situará.

"namorar? não sei, acho que gostei desse negócio de poder te beijar."

"também gostei." - ele afirmou pondo o braço em volta da cintura da garota.

"calma aí, acho que está se empolgando demais, por que não me empresta uma camiseta, e aí tomamos decisões racionais quando nem um de nós estiver com blusas transparentes."

"ah sabidinha, não era nisso que estava prestando atenção mas agora que você comentou..."

"cala a boca!" - a loira riu, empurrando a cabeça do menino.

"tá bem, já estou indo!"

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Notas da autora

e aí? gostaram do capítulo?

eu queria falar um pouco sobre a formatação da história: bem como podem perceber já está bem na reta final do romance e realmente acho que esse arco vai se concluir logo.

porem não sinto que valeria a pena acabar com essa linha do tempo e esses personagens. estava pensando em separar essa fic em duas e escrever uma continuação mais curta foçada nos outros personagens como o capítulo da ferrari por exemplo, aí eu poderia fechar os arcos.

mas ainda seria um romance obv, mas dessa vez focado em soleangelo.

enfim, é isso bjs.

academia meio-sangueWhere stories live. Discover now