Capítulo 04 - Lágrimas de sangue

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Levanto da cama e vou limpar meu rosto que está manchado de sangue e suor.

Meu corpo todo estava gelado e eu sentia um aperto em meu peito. Sei que escutei a voz do Martin, mas não o vi em lugar nenhum do meu sonho... Será que era somente a minha imaginação?

Não.

Aquele sonho tinha muita realidade, muita coisa que eu realmente gostaria de fazer. E se eu tivesse no controle não tinha escutado a voz do Martin e tinha partido a cara da Sarah no meio, mesmo que fosse só no meu pensamento.

O que está acontecendo comigo?

Estou perdendo o controle?

Pensava em tudo o que estava acontecendo e tentei lembrar de pequenos pedaços do meu sonho, buscando alguma coisa que fizesse sentido enquanto eu sentia a água fria lavar meu corpo.

Sai do pequeno banheiro, molhando tudo o que estava ao meu redor, e nem me importei muito. Sentei na cama e abracei meus joelhos, sentindo aquele vazio em meu coração querer me dominar novamente.

Não gostava de mim quando sentia aquele vazio. Sentia como se o meu corpo virasse uma simples marionete do meu ódio.

Aquelas paredes, tudo parecia pequeno demais, e não sentia o ar querer entrar nos meus pulmões, precisava sair dali, não importa pra onde, precisava de ar fresco.

Levantei da cama e calcei meu tênis. Sai do quarto, de pijamas mesmo. E ao contrário do meu sonho, não encontrei ninguém no meu caminho, então me obriguei a decorar o caminho de volta para o meu quarto.

Passo por alguns corredores até que encontro um pequeno cômodo, que parecia ser aberto ao ar livre e sem pensar duas vezes, eu entrei por aquela pequena porta e vi um corpo deitado ao chão olhando as estrelas.

Me aproximei um pouco e vi que era Oliver.

– Dificuldades em dormir? – perguntei, avisando que ele tinha companhia.

– Desde que eu fui... – ele senta ao chão. E eu sento ao lado dele. – Libertado, não consigo dormir direito, pesadelos cobre sempre minha cabeça, não consigo descansar.

A noite estava fria e sem muito vento. As estrelas brilhavam bonitas no céu e eu só pensava que Martin estava entre elas, brilhando sua amizade e seu coração único.

– Entendo Oliver... Nem consigo começar a imaginar as coisas que você fez... Quer dizer, que Tobias fez...

– Isso sempre me tira o sono, mas hoje foi...

– Hoje.

– Sim, eu nem consegui pregar o olho, não consegui. Megan, eu estou... – a voz de Oliver morre e ele olha para baixo, e fica olhando para o nó de seus dedos.

– Eu sei Oliver, eu também estou... – deposito minha mão no ombro dele e é quando eu vejo a primeira lágrima em seus olhos cair.

Ele chorou em silencio, e estava calmo.

– Eu só achei que teria outra chance com ele – Oliver fala e eu sinto meu coração se apertar.

– Acho que ele tinha esse efeito sobre nós não era? – falar de Martin no passado é uma coisa horrível, quase surreal para mim.

– Sim.

Ficamos ali em silêncio, aproveitando a nossa companhia. Ele que tinha sido uma pessoa tão importante antes para o Martin e eu gostava de pensar que eu era uma parte importante para ele agora.

– Preciso ir buscar a minha avó Oliver. Ela está lá...

– Eu sei... Mas acho pouco provável te deixarem ir Megan.

O Nono DomínioWhere stories live. Discover now