Capítulo 18 - ... Apontar...

3.9K 390 115
                                    

Vejo o meu corpo sendo controlado se aproximando do homem mais carrancudo e ao perceber o que se passava na nossa mente gelo, e tento com todas as minhas forças fazer meu corpo parar, mas não consigo.

Sinto os pelos do braço dele enquanto passo os dedos levemente pela extensão do antebraço dele. Ela faz uns dois círculos no topo da mão e desce devagar pelo dedo indicador. O homem nem tem tempo de reagir quando puxo o dedo na direção do topo da mão.

O grito da garganta dele sai abafado e ele fecha os olhos. Não paro de torcer o dedo dele, nem quando escuto o barulho tão específico de ossos rachando. Seu corpo tremia e lutava contra as amarras, mas eu sabia que ele não conseguiria escapar dali. Minha avó que tinha me ensinado a dar aquele nó. Ele não cederia.

Aquilo era horrendo.

Meus lábios se abrem num sorriso que eu não quis dar e o homem ao lado dele finalmente esboça alguma reação. Ele não esperava por isso. Tudo o que eu conseguia escutar naquele momento era o som da respiração dele descompassada e quebrada.

Foi mais ou menos o mesmo ritual com mais cinco dedos. Eu não tinha a força para me libertar daquela prisão, e tinha que assistir de camarote tudo o que ela estava fazendo com aquele pobre homem.

Não que ele fosse inocente, mas não concordo com tortura.

– Então, vamos lá, estão se sentindo na vontade de falar agora? – pronuncio e os dois estão com os olhos tão arregalados, que parece que vão saltar das órbitas. – Quem sabe você seja um pouco mais falante do que o seu colega aqui... – me aproximo do outro rapaz.

Vejo o suor brilhar e escorrer pela sua testa. Meus dedos tremem de excitação enquanto mil maneiras diferentes de se torturar um ser humano passam pela nossa mente. Arrepio e fecho a minha mente. Isso não pode estar acontecendo...

Tudo é turvo e barulhento. Os gritos e sons de ossos rachando ficam repetindo na minha mente. Só queria que tivesse um meio de desligar tudo aquilo. Para que eu não precisasse escutar mais nada.

– O que está acontecendo com você Megan? – a voz do Martin é clara e quando eu abro os olhos estamos em um campo florido. Nada era turvo e eu não conseguia escutar nada que estava acontecendo do lado de fora.

Eu estava sentada e Martin estava na minha frente. Suas feições não eram das melhores, mas isso pouco me importava. Não resisto ao impulso e o abraço. Ele me tirou daquele lugar... Me sinto um pouco melhor.

Ao longe vejo uma garotinha brincando de balanço em uma árvore. Ela parece feliz. E parece comigo. Ah, mais uma vez ali está, o meu coração.

– O que você quer dizer Martin? – falo assim que o largo.

– Gostaria de saber o motivo de você fechar os olhos para o que está acontecendo com você... – ele fala sentando na grama ao meu lado.

– E não está bem claro o motivo de eu estar aqui? – quer dizer, não foi ele que me tirou daquele pesadelo?

– O motivo não deveria importar, todos temos nossos períodos de fraqueza... Você não deveria ter vindo aqui...

– Então, o que eu deveria ter feito? Ficado lá e continuado a assistir aquela tortura? Ou até melhor... Eu mesma terminar...

– Megan, eu sei que não é isso que você quer dizer no momento. Você está assustada e eu não tiro a sua razão... Mas não precisa falar assim comigo...

– Eu sei Martin... Me desculpe... É que eu nunca imaginei presenciar uma cena daquelas, e muito menos imaginei que eu seria a responsável por tornar aquela tortura possível...

O Nono DomínioWhere stories live. Discover now