Capítulo 23 - Adeus Megan, Olá Morgana.

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Senti o cheiro agradável do Adam antes mesmo que eu pudesse abrir os olhos. Não sei há quanto tempo ele está ali, mas pensar que ele esteve do meu lado o tempo todo... Foi reconfortante pensar nisso.

Sinto algo diferente dentro de mim. Algo está diferente.

A última coisa que me vem a memória é aquele cenário de destruição e é difícil espantar o arrepio de terror quando lembro do que tinha feito, ou melhor, quando ainda não consigo lembrar do que tinha feito.

Lembro da dor, e depois de um profundo alívio. Mas o que será que aconteceu?

Abro os olhos com dificuldade, e me vejo mais uma vez numa cama de hospital. Não aguento mais acordar e me ver desse modo. Mas se bem, que o que eu poderia fazer?

Me mexo na cama e isso chama a atenção do Adam. Ele passa alguns bons segundos encarando os meus olhos e depois, sem dizer nenhuma palavra se levanta e sai do quarto.

Até falaria com ele e pediria para que ele não fosse embora, para que ele me explicasse o que aconteceu, mas quando eu tentei forçar a minha garganta para falar alguma coisa, não consegui reproduzir nenhum som, somente uns grunhidos roucos e sem sentido.

A porta do quarto se abre e três pessoas entram. Minha avó, uma moça vestida de enfermeira e uma mulher ruiva, muito alta com uma prancheta na mão.

– Finalmente você acordou não foi Megan? – a mulher segurando a prancheta sorri na minha direção, mas logo vai conferir as máquinas que eu estava conectada. – Como está se sentindo? – ela pergunta de forma doce, olhando fixamente para os meus olhos.

Aponto pra minha garganta e ela percebe que não consigo falar. Então a moça que estava vestida de enfermeira prontamente sai do quarto, acho que ela deve ter ido buscar água.

– Foram momentos complicados que passamos Megan, mas que bom que você despertou – a mulher tira uma pequena lanterna do seu bolso e começa a fazer alguns testes com a minha pupila.

A enfermeira chega com a água e me aconselha a tomar pequenos goles, passando um período com a água na boca. Levo uns bons minutos para tomar meio copo de água, mas agora me sinto bem melhor. Minha boca ainda estava rachada, mas pelo menos agora a minha garganta estava molhada.

– Então, pode nos dizer como está se sentindo? – a ruiva pega uma caneta e coloca prontamente na prancheta que estava carregando.

– Um pouco esquisita. Não sei explicar ao certo doutora, mas estou me sentindo muito diferente...

– Hum, acho que isso deve ser comum não é? – a mulher olha para minha avó, que concorda suavemente com a cabeça.

Agora que eu estou reparando bem nas feições da minha vó, percebo o quanto ela está cansada. Seus ombros estão caídos, e ela não tem a postura reta, como normalmente anda. Sob seus olhos olheiras profundas e as linhas de expressão dela tinham ficado um pouco mais evidentes.

Era impressão minha ou os cabelos dela tinham ficado mais brancos?

– Já testamos os seus domínios e nãos e preocupe, você ainda tem propriedades mágicas em seu sangue, sua magia está um poço enfraquecida, mas deve ser pela falta de uso.

– Fala de uso? Mas como assim, eu passei tanto tempo desacordada?

– Você estava em coma já fazem duas semanas. Deixamos você em coma induzido por três dias, somente para estabilizar a sua situação e fazermos alguns testes, mas no quarto dia, retiramos você do coma induzido e estávamos esperando você acordar.

O Nono DomínioWhere stories live. Discover now