Capítulo 21 - I want to break free

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Abro os olhos e me vejo deitada numa cama hospitalar, mais uma vez. Em cada lado da minha cama vejo minha avó e o Adam eles estão de olhos fechados, pareciam dormir e seguravam com firmeza as minhas mãos.

Meu corpo está pesado e não consigo me mexer. Mas meu corpo começa a se mexer sozinho. Como?

Estou no comando lindinha – meu outro eu fala e eu entro em pânico.

Não pode ser. Não ela.

– Claro que pode. E claro que sou eu... Quem mais seria? E agora em relação a esses dois? Que tal se eu quebrar o pescoço deles? Vai ser uma morte bem tranquila... Dormindo, acho que eles não poderiam esperar por coisa melhor...

– NÃO! – grito em minha mente desesperada.

– Nossa Megan, relaxa, eu sou você, esqueceu? Não posso fazer mal a sua avó e o Adam... Pelo menos um mal definitivo. Mas eu estou trabalhando nisso, quem sabe eu não volte depois para resolver isso de uma vez por todas?

– Deixe os dois em paz! Me deixe em paz! Porque você não volta para o canto escuro da minha mente de onde você saiu e fica por lá para sempre?

– Eu vim aqui porque você me chamou Megan. Eu só tenho força porque você me dá. Você insiste em esquecer disso. Quer dizer, você não esquece, resolve ignorar para melhor passar... Que feio Megan...

– Pare de falar! Isso não é verdade! Você só está querendo me confundir com as suas palavras! Eu sei muito bem o que eu sou e sei que não tenho nada de você...

– Tem certeza disso?

Calei. Por mais que eu quisesse muito que fosse verdade o que eu acabei de dizer. No fundo, nu fundo, ela sabia, que eu não tinha certeza sobre os meus sentimentos. Não poderia afirmar com todas as palavras que eu era uma pessoa boa, se eu não sabia que poderia ser assim para sempre.

– Como eu pensei – ela fala e levanta da cama. Com muito cuidado para não acordar a minha avó e nem o Adam.

– Para onde você, quer dizer, nós, estamos indo?

– Você vai adorar lá Megan, é super ensolarado e cheio de gente, do jeitinho que você gosta. E vamos encontrar velhos conhecidos, acho que você vai lembrar dele...

Impressionante como ela conseguia ver os meus pensamentos e sentimentos de forma tão clara, mas quando era o papel inverso eu não conseguia saber o que ela ia fazer, eu só sabia quando ela me informava.

Passei por algumas pessoas e falei normalmente com elas. Quer dizer, a outra Meg que falou, mas ninguém desconfiou de nada ou tentou me parar.

– Impressionante como o seu rosto me leva longe bonitinha... Minha sorte é que eu tenho um igualzinho. Você já me impediu de sair uma vez, mas te garanto que você não vai ter a mesma sorte da próxima vez...

– Calada!

– Nossa Megan, não precisa ficar esquentadinha assim. Ou quer saber, fica, que é até melhor.... Acho que você fica bem mais autêntica assim...

– Para onde estamos indo?

Vejo que saímos do hospital disfarçado e estávamos caminhando livremente pela cidade. Não sei o que ela pretende com isso, mas eu estou com um péssimo pressentimento.

– Você vai ver...

Fomos andando cada vez mais rápido para os limites da cidade. A cada passo que dávamos para mais longe, menos pessoas encontrávamos. Até que caminhamos uns bons minutos sozinha pelos campos de lava na periferia da cidade.

O Nono DomínioWhere stories live. Discover now