Capítulo 24 - O Senhor do Destino

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Fazia uma semana que eu tinha ganhado alta no hospital. Foi muito trabalhoso convencer a minha avó, Adam, Oliver e Nicky a me deixarem fazer alguma coisa. Já não aguentava mais ficar sentada em cima de uma cama. Eu tinha que fazer algo.

Eu estava basicamente trabalhando com a parte da inteligência, mas mesmo assim era muito bom me sentir útil. Quer dizer, não tão útil assim, pois para quem teve a Morgana dentro da cabeça por muito tempo, eu era uma péssima pessoa para adivinhar os seus próximos passos.

Nem ao menos conseguia entender o que ela estava fazendo...

Os pontos de destruição eram tão espalhados por Nihal, e eu não via lógica alguma naquilo. Era somente destruição desmedida, não havia uma província alvo, e muito menos sabíamos a província que ia ser atacada.

Era horrível ver a minha imagem ser assimilada com tanta destruição. Meu nome estava começando a ficar temido em Nihal. A situação ficou de um jeito, que não era mais seguro que eu saísse dos nossos esconderijos. Eu provocava medo e confusão onde quer que estivesse.

Mas o que mais me revoltava naquilo era o número de inocentes envolvidos. O número de vítimas aumentava a cada dia.

Sempre que terminavam as reuniões, eu ficava na sala, tentando capturar alguma coisa que tivesse perdido. Estava tão concentrada olhando um mapa de Nihal, com os pontos de destruição que nem percebi que eu não estava mais sozinha na sala.

– Já passou da hora do almoço linda, você não vai comer nada? – Adam sentou numa cadeira ao meu lado e colocou uma mecha do meu cabelo detrás da minha orelha.

– Não estou com fome... – sorrio e me estico um pouco na sua direção para lhe dar um selinho.

– Mas você ainda vai comer alguma coisa não é?

– Claro... – volto a encarar o mapa. – Só queria descobrir o que é que ela está tramando...

– Não se cobre demais assim Meg, você ainda vai descobrir. Não hesite em pedir a nossa ajuda se precisar.

– Obrigada – começo a sentir um pouco de dor de cabeça, então prefiro fazer o que o Adam me pediu, e comer alguma coisa. Batidas na porta e minha avó entra. Ela segurava uma bandeja com o que eu creio que seja meu almoço.

– Já que você não vai almoçar, eu trouxe algo pra você Meg – minha avó diz, colocando a bandeja numa mesa vazia perto da porta. Ela colocou uma cadeira na frente e pediu que eu me sentasse.

Como rapidamente o almoço, nem percebi que estava com tanta fome assim. Terminava de tomar o meu suco quando as luzes da sala oscilaram, e a temperatura lá dentro aumentou uns dez graus, no mínimo. Olhei apreensiva para minha avó e Adam, nos aproximamos e assumimos uma posição de combate. Percebemos que aquilo não era normal.

– Não precisam de tudo isso – a voz me era conhecida. Relaxo um pouco os ombros quando eu me lembro de quem é o dono dessa voz.

Fred se materializa na nossa frente. Eu sei que é ele pela sua voz e pelas suas feições, mas eu tenho que dizer, ele mudou muito.

Ao redor dele agora brilhava uma luz calmante e amarela. Seu rosto, apesar de não ter mudado nada, assumiu uma feição mais séria. Ele parecia um pouco maior e ele tinha ganhado uma mecha branca em seu cabelo, do lado direito.

– Fred! – o cumprimento e não relaxo de vez. Ainda poderia ser um truque.

– Eu te disse que da próxima vez que nos víssemos, seríamos diferentes. E aqui estou eu, diferente, encontrando com o seu diferente.

O Nono DomínioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora