Capítulo 4

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Point of View: Domynike Grimes

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Point of View: Domynike Grimes

Depois de uma longa conversa com o grupo, acabei sabendo que Merle estava chamando atenção dos zumbis no prédio em que o grupo tinha ficado preso, não fico nem um pouco surpresa que ele tenha causado toda essa confusão, fico imaginando se tivesse deixado ele beber. Então meu pai o prendeu no telhado com suas algemas. Na hora de irem embora, T-dog que estava com a chave, acabou derrubando-a em um ralo, deixando Merle preso lá.

— Daryl vai querer matar você. - Falei olhando para T-dog e reparo em seu rosto a expressão de um pavor provável.

— Quem é Daryl? - Meu pai perguntou, confuso.

— Irmão do Merle. - Explico e o mesmo balança a cabeça em compreensão.

— Eu assumo a responsabilidade, foi eu quem o prendeu. - Meu pai disse, reviro os olhos.

— Ainda assim, Daryl vai querer matar vocês. - Cantarolei olhando de meu pai para T-dog.

Já havia anoitecido e estávamos sentados em volta da fogueira, ouvindo meu pai falar.

— Desorientado. Acho que é o que chega mais perto. Medo, confusão, essas coisas todas mas, desorientado é o que define melhor.

— Palavras podem ser insuficientes, às vezes não dizem tudo. - Dale comenta amistoso.

— Eu senti como se estivesse sendo arrancado da minha vida, me posto em outro lugar. Por um momento eu achei que estava preso, em coma, no sonho, alguma coisa no qual eu não acordaria nunca. - Meu pai continua, presto total atenção em suas palavras. 

— A mãe disse que você tinha morrido. - Meu irmão fala, fecho os olhos com a lembrança.

— Ela tinha razões pra acreditar nisso, nunca duvide disso. - Meu pai fala ao colocar a mão no ombro de Carl.

Encaro meus pés e acaricio a cabeça de Luke, sinto um olhar queimando sobre mim e olho minha mãe que me observa com atenção, volta a olhar pro meu pai.

— No começo desse surto, falaram que iam te transferir para um lugar seguro. Isso nunca aconteceu. - Comentei, revivendo a lembrança.

— Não me surpreende que Atlanta tenha caído.

— Sabe, mal consegui tira-los de lá. - Shane fala, se referindo a minha mãe, Carl e eu.

— Eu nem sei como te agradecer, Shane. Não tenho nem palavras. - Meu pai diz ao ex parceiro, reviro os olhos. Não consigo mais levar Shane a sério.

— As palavras sendo insuficientes outra vez. - Dale diz, sorrindo minimamente.

Então Ed, o marido de Carol apareceu, cada dia menos gosto desse homem, e sabia muito bem que ele batia na mulher e na filha, até já mandei Luke o morder uma vez mas eu estava perto de Merle, então ele apenas xingou o Luke e me ignorou.

Ed se tratava de um carneirinho assustado quando os homens iam tirar satisfação com ele, mas já quando era as mulheres...

Shane e Ed começaram uma discussão, porque ele queria que a fogueira ficasse mais quente e jogou alguns troncos, já Shane dizia que se o fogo estivesse alto, chamaria atenção dos bichos. No fim, Ed mandou Carol tirar o tronco e ela obedeceu. Fecho a cara e penso seriamente em mandar o Luke mordê-lo novamente.

— Já pensaram sobre o Daryl? - Dale pergunta chamando nossa atenção.

—  Eu conto, eu deixei a chave cair, a culpa é minha. - T-dog fala.

—  Eu conto, eu prendi ele, a culpa foi minha. - Foi a vez do meu pai se culpar e Glenn revirou os olhos e sinto vontade de fazer o mesmo.

— Podemos mentir. - Amy diz como se toda essa situação não fosse nada, a encaro em descrença.

— Vamos contar a verdade, Merle estava fora de controle, alguma coisa tinha que ser feita ou seríamos mortos por causa dele. Dale, Rick fez o que era necessário e se o Merle ficou pra trás, não é culpa de ninguém, só do Merle. - Andrea argumenta.

— É isso que querem dizer ao Daryl? Do pouco que eu o conheço, sei o suficiente para saber que não terá nenhuma discussão racional. - Falo, lembrando do sujeito arisco que cuidou de mim mais cedo.

— Eu estava com medo, Domy. Aí eu corri, não tenho vergonha disso.

— Todos correram de Medo, T. O que quer dizer com isso? - Questiono confusa.

— Que eu parei tempo suficiente para acorrentar a porta. A escada é estreita, talvez meia dúzia de zumbis consigam se espremer lá, mas não vão conseguir quebrar a corrente. Ou seja, o Dixon tá vivo e ainda tá naquele telhado.

Olhei pro meu pai, sabia que o mesmo iria querer ir atrás do Merle e eu concordava, aliás, eles deixaram o Dixon pra trás. Começo a me despedir de todos da roda. 

— Boa noite, Pai. Vem Carl. - Me despeço pegando a mão do meu irmão.

Carl e eu concordamos em dividir a barraca hoje, para nossos pais conversarem. Talvez parar essa palhaçada que Shane e minha mãe começaram. Ainda estava a evitando.

Carl se deita no colchão e eu me deito ao seu lado, nos cubro com a coberta e meu pai entra na barraca.

— Vim dar um beijo de boa noite em vocês. - Fala e beija nossas testas.

— Pensei que nunca mais ia ver o senhor, mas a Domy tava certa. - Carl murmura, sonolento.

— Ae? E o que foi que ela disse. - Meu pai pergunta interessado, acariciando seus cabelos e os observo em silêncio.

— Que o senhor ia melhorar. - sussurra e logo caí no sono.

Meu pai sorri e olha pra mim, se inclina em minha direção deixando um beijo no topo de minha cabeça.

— Boa noite, eu te amo. - Se despede saindo da barraca.

— Eu também te amo. - Sorrio fracamente.

O mesmo olha pra mim uma última vez antes de fechar a barraca. Me viro pro lado e fecho os olhos. Meu pai estava de volta, mas ainda sentia saudade, saudades da nossa vida antiga.

Mas isso é o que menos importa agora. Temos coisas mais importantes para fazer.

Lembro de Daryl, imagino como vai ser sua reação ao descobrir que seu irmão foi deixado pra trás, e não consigo imaginar nada racional saindo dessa conversa. Me preocupo que ele esteja no meio do mato nessas horas, e se alguma coisa acontecer? como iríamos saber.

Decido deixar isso pra depois e ir dormir, é melhor ficar preparada para o que vai acontecer amanhã.

Decido deixar isso pra depois e ir dormir, é melhor ficar preparada para o que vai acontecer amanhã

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