Capítulo 14

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Porchay

Sinto minha cabeça pesada.

Parecia que tinham colocado um prédio de 10 andares em cima de mim, e me mandaram levantá-lo com a força do pescoço.

Abro os olhos com dificuldade.

Minha visão ainda estava manchada. Tudo que via era branco.

Será que eu morri?

Pisco algumas vezes, apesar de que aquele ato me fizesse querer voltar a dormir, pela dor que estava sentindo.

Aos poucos, consigo enxergar melhor, percebendo que o lugar em que estava, não era nada branco.  Na verdade, tinham tons de bege e verde claro.

Quando tento virar a cabeça, percebo que haviam fios em minhas mãos. Era soro.

Meu outro braço estava enfaixado.

Pelo visto, eu estava em um hospital.

- Ai meu Deus! Porchay! - Vejo Porsche se aproximar de mim, saindo de algum lugar que não dei importância em focar. - Você acordou! - Seus olhos estavam marejados. - Como se sente? O que está doendo? Lembra de alguma coisa? Consegue falar? Quer comer algo?

- Só... Para de falar. - Peço, com a pouca força que tinha naquele momento.

- Ok. - Ele respira fundo, tentando se acalmar, pois sabia que seu nervosismo, também acabaria me deixando nervoso. - Vamos aos poucos. O que está sentindo?

- Minha cabeça tá doendo. E... Eu apareço ter levado umas mil pancadas pelo corpo todo. - Explico. - Há quanto tempo estou aqui? - Pergunto, me referindo ao fato de o céu estar muito claro, e desde que eu me lembre, era quase noite, no momento em que desmaiei.

- Três dias. - Responde.

- O quê?! O que aconteceu?! - O outro suspira.

- Você foi envenenado, Chay. - Sinto meu ar faltar. - Assim que você desmaiou, nós o trouxemos imediatamente para cá. O médico diagnosticou que você havia ingerido uma pequena quantidade de pó de chumbo na água que você bebeu.

Engulo em seco.

- Por sorte, você não bebeu muito, e também não havia muito do pó na bebida.

- E... Meu braço?

- Quando você desmaiou, o copo que você deixou cair, cortou um pouco de sua pele.

- Um pouco?! Meu braço está enfaixado, Porsche! O que "um pouco" é para você?! - Digo, elevando a voz, mas sentindo minha cabeça latejar.

- Por favor, não se exalte. Deve descansar.

- Por que? Por que é sempre comigo, irmão? - Meus olhos também já estavam se enchendo de água.

Ele acaricia meus cabelos.

- É culpa nossa, pequeno. Não estamos te protegendo direito.

- Eu só queria ter uma vida normal, Porsche! - Digo, já deixando minhas lágrimas saírem. - Não queria isso de proteção! Me sinto em uma jaula feito um animal de zoológico, que o único propósito de vida é servir de diversão para os outros. - Ele engole em seco, tentando segurar suas lágrimas.

For You, I'll Stay [Kinnporche the Series: KimChay]Where stories live. Discover now