Capítulo 15

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"Amigo é quem te socorre, não quem tem pena de ti." - Thomas Fuller.

Eu cheguei à seguinte conclusão: A vida, além de já ser uma merda, decidiu dar um bônus gratuito de "Foda-se mais um pouquinho por minuto".

Mas que infernos estava acontecendo? Eu sei que nunca fui a melhor pessoa do mundo. Eu nunca obedeci minha mãe pra poder ganhar uma bicicleta de Natal, falava palavrão, não ajudava velhinhos a atravessar a rua e a única vez que o Papai Noel do shopping se aproximou de mim pra perguntar se eu não queria dar minha chupeta pra ele, eu mostrei o dedo feio, mas poxa... Quer foder, me beija!

Eu poderia imaginar que não tinha sido Jungkook que havia feito aquilo comigo, eu podia acreditar que sei lá... Ele pra proteger a Amber teria tomado toda a culpa por ter me dedurado para o Sr. Grey. Só que o que eu não poderia imaginar de forma alguma é que quem tinha feito tudo aquilo havia sido meu próprio namorado.

Eu não deveria estar tão surpresa, afinal como eu já disse, a vida anda me colocando em cada situação absurda que eu deveria levar aquilo de uma outra maneira. Mas ele era o Andrew. Meu Andrew, entende?

Ele pode não ser o melhor namorado do mundo, e eu posso não ser a namorada mais perdidamente apaixonada, mas ele ainda é uma pessoa importante. Frequentou minha casa, conheceu minha família, foi meu primeiro namorado, e muito bom pra mim.

Mas agora me fala, do que adiantou tudo isso?

- Não foi tudo culpa dele, lógico. Digamos que tem dedo da Amber nessa confusão toda – Mas era claro que tinha dedo daquela vadia traidora no meio – Ela te queria no time, mas jamais te pediria, e Andrew queria um tempo a sós com você... Você sabe...

Eu não pensaria em Amber agora, mesmo estando furiosa com ela também.

Tudo que eu pensava era em como Andrew teve coragem de fazer isso, arriscar com que eu fosse expulsa da escola para ele ter uma chance de ir pra cama comigo em Brighton. Aquilo me deixou enjoada.

Como eu pude ser tão burra?

Como ele pode ser tão podre?

- Espera aí, Lisa! Onde é que você vai? – Sem pensar duas vezes saí porta a fora ignorando completamente os gritos de Jennie.

Você já ficou alguma vez cega de raiva? Sim, cega. Eu estava incapaz de enxergar um palmo na frente da minha mão em todo o caminho entre meu quarto e a suíte de Andrew que ficava no último andar do hotel.

Não, eu não conseguia só ver, eu também não conseguia ouvir, ou falar nada. Eu estava funcionando no automático.

Estou no quarto 756 no sétimo andar, assim que chegar, venha até aqui, que tenho uma surpresa pra você. Te amo, Andrew.

Era isso que dizia na mensagem do celular. Collins nunca havia dito que me amava, aquela era a primeira vez. Mesmo aquilo sendo uma completa mentira, era a primeira vez.

Meu sangue fervia, e eu me segurava para não chorar. Não um choro de tristeza ou de decepção, e sim um choro de raiva.

Eu precisava me acalmar.

Ao chegar em frente a porta do quarto 756, sétimo andar, eu parei, coloquei minhas duas mãos no batente da porta, e respirei. Respirei bem fundo tentando ficar calma. Não valeria a pena me descontrolar. Não por ele.

Me segurando para não esmurrar aquela porta, eu bati da maneira mais delicada que consegui, e menos de 5 segundo, Andrew já estava com a porta aberta, e com um sorriso de orelha a orelha.

- Amor, que bom que você chegou! Você tem alguma idéia de como a gente ficou preocupado? Você simplesmente sumiu do mapa hoje de manhã, se o babaca do Jeon não tivesse com o carro, a Amber tinha te matado!

Wacko - LiskookOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz