Capítulo 23

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"Amazing still it seems. I'll be 23. I won't always love what Ill never have, I won't always live in my regrets" - 23 (Jimmy Eat World).

Eu me encontrava praticamente jogada na mesa do restaurante que havíamos decidido almoçar, para compensar a falta do jantar na noite passada. O gosto ruim na minha boca não saía nem depois de ter escovado os dentes pelo menos três vezes antes de sair de casa.

Meu estômago reclamava, mas não sabia se era de tanto álcool que tinha ingerido na noite anterior, ou se eram as horas que tinha passado sem comer nada. Minha cabeça pesava uns 37 quilos e nada fazia aquilo parar. Também não sabia se era da quantidade de álcool da noite anterior, ou só a consciência pesada mesmo.

Aqui vai um aviso muito importante sobre ressaca: Você pode tomar todos os analgésicos possíveis, mas quando sua dor de cabeça é causada pela ressaca, nada no mundo vai fazer ela parar.

E aqui vai mais uma lição muito importante sobre ressaca: Ela não é legal, então se possível, não beba em um dia o que você não bebeu nos últimos meses, vai por mim. O conselho é de amiga.

Meu pai fazia os pedidos, enquanto tudo que eu fazia era uma massagem na cabeça na esperança que aquela maldita dor fosse passar. Eu não lembrava de tudo da noite passada, apenas o suficiente. Mas o suficiente era o necessário para saber que eu e Jungkook já era.

Depois de todo o espetáculo sendo protagonizado por mim e por Jungkook, Jennie fez o favor de me levar pra casa, digo, pra casa do meu pai. A cena do meu pai abrindo a porta sem acreditar no meu estado, foi bizarra. Minhas únicas palavras da noite foram "Fui aceita na UCLA" e "Jeon Jungkook me odeia".

Nunca agradeci tanto por ele ser mais flexível que a minha mãe. Papai me ajudou a tomar banho sem que eu levasse um tombo tentando fazer isso e me colocou na cama. Digamos que eu chorei mais um pouco quando deitei, e ele cantarolou alguma canção que não sabia qual era, mas me lembrou muito minha infância e quando só ele conseguia fazer com que eu dormisse sem tirar ninguém do sério.

Ele dizia repetidas vezes que tudo ia ficar bem e eu dormi tentando acreditar naquilo.

Tentando.

O garçom que mal havia anotado os pedidos já tinha voltado com um suco de cor indefinida. Se tivesse que adivinhar o que tinha lá dentro, provavelmente passaria horas tentando descobrir.

- Beba isso – Meu pai colocou o copo na minha frente – Você vai se sentir melhor, vai por mim. E não pergunta o que tem aí dentro.

- Fica tranquilo, parte da dor de cabeça é pelo que eu fiz ontem – Nem ao menos pensei, eu apenas tampei o nariz com uma das mãos e com a outra levei o copo com o líquido nojento até a boca, bebendo de uma vez só.

O gosto do final veio quando destampei o nariz e por pouco não corri pro banheiro pra colocar tudo pra fora. Ao invés disso, soltei um arroto que o restaurante inteiro escutou.

Desculpa, ou era isso ou o vômito. Pelo menos aquele arroto monstro fez eu me sentir melhor.

- Você só faz besteira quando bebe e fica péssima no dia seguinte. Qual o fundamento de alguém beber, sabendo que besteiras vão acontecer e a ressaca vai aparecer? – Aquela era uma ótima oportunidade de Alison não filosofar e ficar quieta.

A fuzilei com os olhos.

- Por favor, irmãzinha querida, hoje não.

- Sem briga, garotas.

- Como está a Tyra? Espero eu não tenha dado trabalho o suficiente para incomodá-la hoje de madrugada – Tyra aparentava estar perfeitamente bem, mas não achava que existia uma razão para eles mentirem em relação a isso.

Wacko - Liskookحيث تعيش القصص. اكتشف الآن