Problemas

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Voltei. Eu nem acredito que realmente voltei.

Muita coisa aconteceu na minha vida neste meio tempo em que estive ausente, porém saibam que a história nunca esteve longe dos meus pensamentos, nem por um segundo. Sigo sendo apaixonada por esse universo.

Mesmo que eu demore (espero que não, afinal estamos na reta final) a Ártemis nunca deixará de existir, vocês só precisarão de um pouquinho de paciência.

Enfim. Vamos para o que interessa! Boa leitura, amo vocês. Obrigada por nunca desistirem de mim.
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Por um instante o mundo se tornou letárgico demais para mim, enquanto meus olhos acompanham lentamente o bater dos cascos contra o solo e observo o sangue gotejar pela face de Ártemis. O vermelho carmesim, viscoso, infame e sem pudor, adornando os cálidos e transtornados olhos esmeraldas da Capitã.

Logo uma multidão se aproxima do portão para observar, em uma vigília fúnebre e silenciosa. Olhos fixos em cada rosto e montaria, gratos pelo retorno de alguns mas sentido o peso da ausência de muitos outros. Muitos.

O relinchar de um cavalo acordou-me de meu transe e finalmente pude perceber, algo está diferente do tão usual e mórbido ritual de retorno das tropas: Existe uma pressa no ar, uma urgência no trote dos cavalos e no burburinho entre os soldados, as mãos da Capitã apertam as rédeas com força e seu cavalo não se move lentamente, mas sim de maneira afoita.

- Ajuda! Chamem a Hange! - a voz da Lyanne soou rasgada quando sua montaria se aproximou do distrito. Gritou para qualquer um que pudesse atender sua ordem.

Quando dei por mim, eu já estava andando e empurrando quem quer que estivesse em meu caminho. Preciso chegar até ela, entender o que está acontecendo em meio a todo o tumulto, vozes e gritos. Quando chego perto o bastante, Ártemis já desceu de seu cavalo e está se aproximando de uma das carroças como quem corre pela própria vida.

Ainda correndo até ela, vejo quando seu corpo se inclina e de dentro da carroça surge uma mão, que agarra seu ombro com afinco. Uma mão ensanguentada. Fazendo uso de suas últimas forças a Capitã puxou com uma delicadeza desesperada a dona daquela mão. Primeiro surgiram os cabelos loiros, depois o rosto pálido e quase desfalecido de Anna.

- Ártemis! - A voz soou como um rasgo em minha garganta quando eu finalmente cheguei ao seu encontro. Minhas mãos agarraram seu rosto e meus olhos se fixaram nos seus.

Que os deuses me perdoem por tamanho egoísmo, mas naquele momento quando meus olhos tocaram suas esmeraldas, parte de minha alma encontrou o alívio em meio ao caos.

- Levi...- Meu nome ressoou sôfrego em seus lábios, suas pupilas tremiam arregaladas e marejadas, o rosto e roupas banhados em sangue. Sua feição tal como uma criança em desespero que presenciou o pior dos males - Anna... Ela precisa de ajuda, agora!

O desespero em seus olhos corroeu-me até a alma. Meus braços se moveram rapidamente, acomodando a pequena cadete loira em meu colo, para sem pensar duas vezes adentrar o distrito chamando Hange aos berros. Não consigo assimilar o que de fato ocorreu com Anna, mas me parece sério, a garota parece meio inconsciente e há sangue o suficiente para que eu não veja seus ferimentos.

Ártemis acompanha meus passos, ofegante, trêmula e encarando o corpo desfalecido da amiga como o pior de seus pesadelos. Assim que a figura de Hange Zoe surgiu no corredor, a Capitã corre até a mesma balbuciando palavras exasperadas enquanto gesticula nervosamente.

- A corda do DMT se rompeu... Foi há minutos atrás... Ou horas... Estávamos bem próximos dos portões. Merda!

- Levi! Coloque ela ali! - Hange com pressa, apontou para uma porta entreaberta.

Titan's Blood - Levi Ackerman x ocWo Geschichten leben. Entdecke jetzt