11. Acorde, Klous

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Nessa tarde, Pakeos estava em uma parte do castelo onde guerreiros do mais alto escalão do exército fazem seu treinamento sofisticado. Lá, buscava aprimorar suas habilidades. Enfrentou um por um, também seus respectivos tutores. Dificuldade foi algo que não encontrou em momento algum. Em apenas uma hora, derrotou três mestres e dezessete soldados, lutando ininterruptamente e em alguns momentos enfrentando até mais de um por vez. Não, não havia ninguém no nível dele, o que o enfureceu.

Saiu da ala de treinamento, praticamente ileso. A ansiedade tomava conta de seu peito; como poderia melhorar suas técnicas de luta se não há qualquer oponente para elevar a batalha a um nível em que ele tenha de se esforçar? Permaneceria estagnado dessa maneira, e não saberia se seus treinos individuais e musculares estariam dando resultados dessa forma.

Foi para fora do castelo pegar ar fresco, quando se deparou com diversas cruzes de madeira fixas em uma fogueira abaixo. Contou rapidamente, vendo que totalizavam onze. Estavam todas posicionadas formando um círculo na frente da estátua do Leão Branco.

- O que está acontecendo? - questiona a um guarda.

- Ah, vossa alteza - o reverencia. - As bruxas serão punidas - ele sorri. - Pensei que já soubesse - arqueia a sobrancelha.

- Não... não sabia - fixa seu olhar em soldados que levam mulheres à força para próximo das cruzes.

Os tornozelos de cada uma foram amarrados na parte debaixo da estaca, seus braços foram estirados e logo cada pulso foi preso na estrutura de madeira. Elas se debatiam e clamavam por piedade, tal como alegavam inocência. Eram um total de nove mulheres, e duas pareciam ainda adolescentes. As outras duas cruzes foram ocupadas por dois homens; um nitidamente afeminado, outro nem tanto. O olhar entre os dois quando amarrados revelavam um sentimento interno que havia entre eles.

- Pakeos - seu pai aparece ao seu lado. - Estava te procurando.

- O que está acontecendo?

- Estamos nos livrando do mal - caminha até as cruzes.

O príncipe vai até ele e segura seu braço, o fazendo parar e se virar.

- Ninguém da CIC me alertou sobre a pena!

- Ah, sim. É que elas não passaram pela CIC.

- Como não?!! É procedimento padrão que todas as denúncias devem ser analisadas pela CIC! - cochicha revoltado, tentando não transparecer seu descontentamento para os outros.

- Burocrático demais, filho, muito burocrático - levemente se solta do braço dele. - Temos pouco tempo.

Meio aos clamores dos sentenciados, o rei se aproximava, indiferente. Onze soldados estavam parados e em posição para iniciar o processo no momento que lhe fosse ordenado.

- São bruxas. Não merecem nosso tempo ou dignidade - afirma ao ver seu filho ficar ao seu lado.

- Você ao menos investigou?!

- As denúncias são suficientes. Todas elas descumpriram o decreto de jejum sexual e colocaram em risco seus maridos. Isso é mais que o suficiente. E aquelas duas bichinhas foram pegas aos beijos sob o luar - zomba com desdém dos homens. - O amor é como uma chama, como dizem.

- Não é assim que paramos as Trevas!

- Também não é lutando igual um imbecil, como você fez na noite que nosso castelo foi atacado, que paramos eles - afirma com desgosto. - Trate de ir treinar antes de falar qualquer coisa. O resto é comigo.

A majestade caminha para dentro o centro do círculo que formavam as cruzes.

- Em nome da terra de Hutbus Island, e do todo poderoso que por ela zela - se vira para a estátua e se curva rapidamente. - Eu ordeno o fim de todo o mal que esses demônios podem trazer consigo - faz um sinal, então todos os soldados prontamente usam suas Auras para acenderem as fogueiras.

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