Prólogo

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Seus pés descalços tocaram a grama ao alto daquela colina. A brisa fresca da primavera passou por seu rosto, mas trouxe consigo um peso grandioso demais. A atmosfera já não era mais a mesma.

Olhou para cima então e voltou a encarar o céu de nuvens escuras e pesadas que dificultavam a passagem da luz solar para os seres vivos e elementos não vivos. O nível de luminosidade do meio-dia chegava muito próximo de como costumava ficar no horário do pôr do sol. Quando a noite caísse então, mundo seria trevas e somente trevas.

Baixou seus olhos e mirou no chão, já sentindo um enorme aperto no coração se ramificar em angústia por todo o corpo. Respirou fundo, prendeu seus cabelos perfeitamente pintados de branco em um rabo de cavalo, então retornou para sua cabana na montanha.

Ao entrar captou um vulto com o olhar, então lançou uma pequena rajada de energia cor cinza contra tal, no entanto atingiu a parede. Uma luz dourada se acendeu na direção de onde o vulto havia ido, e se formou da mão de quem se revelou ser um homem loiro e alto, usava calça e jaqueta preta de couro.

— Ótimo reflexo — comenta ele com um leve sorriso de lado.

— Não te dei permissão pra entrar na minha casa — revida com seriedade no olhar.

O homem dissipa a energia de sua mão e deixa tudo novamente escuro, causando em seguida uma brisa no interior da casa que fez todas as velas iluminarem o local.

— Malevina… — ele a observa de cima a baixo. — Quanto tempo.

— Sim, e ficaria feliz se continuássemos bem distantes — cruza os braços. — Havíamos feito um trato, Proud.

— E eu me lembro disso — se apoia em uma mesa, observando o interior de onde estavam.

Como um todo, a casa era bastante comum para o tempo, com paredes de madeira tingidas em um belo tom de marrom-avermelhado e pisos de pedra bem polidos. Haviam uma grande quantidade de plantas e uma cacatua branca que resmungava em um galho em uma das paredes.

— Sendo assim, não deveria ter vindo — Malevina passa por ele e tira algumas velas e objetos de cima de outra mesa ao outro lado da sala, como se querendo escondê-los. — Você é muito cara de pau, sabia?? Vir aqui depois de todo esse tempo me pedir ajuda.

— Eu não pedi ajuda em momento nenhum.

Prevalece o silêncio naquela sala de estar onde os dois se encaravam, sendo a mulher quase dissecando o corpo dele com seus olhos verdes.

— Tá bem… — Proud revira os olhos. — Vim pedir sua ajuda, realmente, mas é com bons motivos.

— Você disse isso quando me convenceu a entrar pra maldita formação anterior das Trevas com o plano de que aquilo pararia Holter! E olha só, não adiantou!

— Eu tentei, tudo bem? Nosso objetivo era fuder os planos de Holter estando infiltrados como servos dele e…

— Funcionou?

— Em 1224? Sim.

Malevina o encara com desaprovação.

— E agora, Proud? E agora em 1235?

— Ainda dá pra evitar…

— Ele está sentado no trono de Hutbus Island! — vocifera. — Sem contar que você ainda é servo dele.

— Não é como se eu tivesse escolha. Olha, é pior do que você imagina. Eu estou literalmente preso a ele por um feitiço, por que você não pode ser mais compreensiva?!

Sem tolerar mais o que ele diz, Malevina vai até à porta e a abre, sinalizando para ele ir embora.

Proud suspira, decepcionado. Anda lentamente usando seus olhos cor de mel para encará-la, e ela não esboça qualquer expressão de que irá voltar atrás na decisão. Ele para na porta, olhando o horizonte.

— Sei que estar em North Tenhaim te traz uma falsa sensação de segurança, mas isso não vai durar muito tempo — sussurra.

— Eu sei me cuidar — afirma, irredutível.

O homem sai de sua casa, parando uma última vez e se virando novamente para ela.

— Eu sei que você sente saudade.

— De você? — ri sem acreditar no que ele diz.

— Não. Você sabe de quem estou falando.

Malevina engole em seco, desfazendo seu semblante de dureza e ficando vulnerável.

— Se não for fazer isso por mim, então faça por…

— Não ouse — impede com rigidez.

— Bom te ver — baixa o olhar e então termina lentamente — Lírio da Morte.

Proud abre um portal em sua frente, e o mesmo mostra o grandioso e majestoso castelo de Hutbus Island. No chão a frente do mesmo, há sangue e soldados mortos, o reflexo da guerra recente que deu a Holter sua glória.

Sem olhar para trás outra vez, ele atrevessa para o outro cenário e fecha o portal.

Uma enorme amargura finca em seu peito quando é deixada sozinha, sentindo a tristeza e fraqueza entrando por seu corpo. Mirou o horizonte com seus olhos verdes e expirou o ar de seus pulmões com força. Seria muito egoísmo se ela não fizesse nada a respeito.

E aqui vemos o Proud alugando um castelo na cabeça da Malevina em

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E aqui vemos o Proud alugando um castelo na cabeça da Malevina em. Pra quem não se lembra da Lírio da Morte, a membro da formação das Trevas de 1224 que sumiu repentinamente, aqui está ela.

O que será que Malevina pode fazer por nossos queridos heróis na segunda parte dessa história?

Não se esqueça de votar e até à próxima!

Hutbus IslandWhere stories live. Discover now