encontro.

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Any Gabrielly

Entramos na sala, e eu joguei minhas coisas no chão, e corri para a janela, olhando Joalin encostada na parede da academia e conversando com outras meninas, como se não tivesse hora para voltar para casa.

— Droga! Vamos Josh, eu quero ir para casa, pode ir para a sua — Bati minha testa contra o vidro da janela.

— Eu não saio daqui enquanto você também não sair — Cruzou os braços, e eu revirei os olhos — Não acho você pegar um táxi uma opção segura.

— Sempre peguei táxis antes de você me ensaiar, e nunca aconteceu nada de mais. O máximo foi um olhar pelo retrovisor, mas eu sempre saía antes — Me virei para ele, encostando as costas na janela — Não vai ser diferente agora.

— Você não sabe. O que podemos tentar, é eu pegar a moto e parar atrás da academia pra você subir e irmos embora — Deu de ombros, e eu fiz o mesmo, considerando a ideia.

— Podia ter falado isso antes de subirmos para cá.

— O porteiro que fica lá embaixo é extremamente curioso, e entende tudo errado. Com certeza iria nos olhar torto depois de ouvir a conversa — Pegou sua bolsa e se aproximou de mim.

— Não acha que ele suspeitou de subirmos juntos? — Arqueei a sobrancelha e ele sorriu.

— É um bom ponto, mas qualquer coisa eu desço com alguma coisa e finjo que a esqueci aqui em cima. Eu vou descer, conta dez minutos e desce também, estarei te esperando atrás da academia.

— E como eu chego lá?

— Tem uma pequena porta onde apenas funcionários podem entrar, é só sair por ela e estará de frente para mim — Assenti e ele foi em direção a porta — Dez minutos, não se esqueça.

Concordei e ele sorriu antes de sair, me deixando sozinha por lá. Encarei Joalin do lado de fora rindo com outras garotas, vendo a loira olhar para um lado e para o outro, e falar algo confidencial para elas. Naquele momento eu fiquei curiosa para saber o que ela falava. Não éramos melhores amigas, eu era sempre ciente disto, mas eu ainda sim gostava de ficar com a loira de vez em quando. Imagino a reação dela se soubesse que eu e Joshua estávamos flertando de vez em quando. Talvez surtasse, ou simplesmente iria achar interessante, pois aposto que a maioria das bailarinas tem uma certa atração nele.

Bati o dedo na janela quando me dei conta que já haviam se passado dez minutos, e então recolhi minhas coisas e fui em direção ao elevador, finalmente chegando ao último andar e indo até a porta que Josh havia dito. Assim que saí, agarrei na minha bolsa e avistei a moto do meu coreógrafo, ao mesmo tempo que via um casal se beijando ferozmente há alguns metros, e um homem fumando e me encarando de um jeito estranho e que me deixou a ponto de correr de desespero. O loiro me entregou o capacete encarando o homem com um ódio que eu nunca tinha visto em sua face, e resmungou baixinho:

— Nojento.

— É melhor falarmos disso depois. Ele parece interessado em muitas coisas — Falei seca, e poupando palavras sobre aquele cara, subindo na garupa da moto e agarrando na cintura do loiro, que começou a pilotar.

O vento batia forte no meu rosto protegido pelo capacete, enquanto eu fechava os olhos e aproveitava aquele momento que eu já considerava libertador. Apesar de ainda me dar frio na barriga a cada curva mais atrevida que ele faz, eu já me sentia mais acostumada a andar naquele treco rápido, e até gostava de estar ali. As ruas de Paris pareciam mais bonitas e limpas quando eu andava de moto, e mesmo tendo medo de cair ou de perder o controle, não trocaria um passeio de moto por um passeio de carro.

Agarrei ainda mais forte em sua cintura quando fizemos uma curva perigosa, e eu cheguei a ofegar de susto quando ficamos mais próximos do chão após o veículo curvar um pouco para baixo.

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