la vie en rose.

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Any Gabrielly

O caminho para a minha casa foi silencioso, e levemente incômodo. Após o incidente de uma hora atrás, Josh estava uma pilha de nervos e até sugeri que eu pegasse um táxi para que ele pudesse ir para casa mais rápido, mas negou como em todas as outras vezes.

A moto parou em frente a minha casa, e eu desci da garupa, parando de frente para ele enquanto tirava meu capacete. Josh fez o mesmo. Nos encaramos por um tempo, e seus olhos estavam caídos e com uma aparência tão cansada que fiquei com dó de seu estado. Ele desceu da moto também, parando de frente para mim, apoiando as mãos em seu veículo.

— Hoje foi pesado… mas valeu a pena — Disse após dar um sorriso de canto — Queria que pudéssemos ter ficado mais juntos.

— Você pode entrar, jantamos e ficamos um pouco juntos. Está muito cansado — Me aproximei, colocando os dedos em seu rosto.

— Acho que vou aceitar — Passou os dedos por cima da minha mão, me beijando rapidamente — Só não quero que tenha que se esforçar muito.

— Peço comida, e nosso único trabalho vai ser atender a porta — Ele riu, e foi guardar a moto na minha garagem.

Entrei em casa, colocando os sapatos ao lado da porta e jogando minha bolsa em qualquer lugar, retirando o casaco grosso e ficando apenas de regata, já que dentro de casa estava relativamente quente. A porta se fechou, e ouvi passos próximos de mim. Logo as mãos firmes rodearam meu corpo, abraçando-me por trás, e eu suspirei, o abraçando de volta, da forma que eu pude. Os machucados em seus dedos me deixavam cada vez mais intrigada, e eu passei minha mão por eles.

— Andou brigando? — Perguntei baixo, me virando para ele, avistando sua feição confusa — Seus dedos estão extremamente machucados.

— Não foi nada — O encarei desconfiada, mas logo ele riu — É sério, meu amor.

Paralisei diante do novo apelido. Não que eu achasse ruim, ou algo do tipo, mas geralmente ele me chamava de "querida" e já havia até mesmo me acostumado. Ele notou minha surpresa, e beijou meus lábios rapidamente, antes de se afastar e tirar os sapatos, e o casaco. Como eu disse, a casa estava quente.

— Seus dedos sempre foram assim. Queria saber o que levam eles a ficarem assim — Peguei em sua mão, analisando os machucados mais uma vez — Por favor. Me fala.

Deixei um beijo em seus dedos e depois em sua boca, como a porra de uma adolescente. Josh riu de canto, e suspirou forte antes de falar:

— Eu vivo estressado, você sabe disso. E na maioria das vezes, desço para a minha academia e bato nos sacos de pancada que tem lá. Bato pra caralho — Colocou a palma de sua mão no meu rosto — Como eu disse, nada de mais.

— Mas ficam machucados. Vem, vamos fazer um curativo neles.

O arrastei até o meu banheiro, abrindo uma gaveta enorme com vários itens de primeiros socorros, e pegando um rolo com faixa de atadura, álcool, um pacote com bolinhas de algodão e um pacotinho com esparadrapos. Deixei com que ele se encostasse na pia e peguei em sua mão novamente, molhando um pouco de algodão no álcool, e passando delicadamente em seus machucados recém feitos. Seu rosto se curvou levemente em uma careta de dor, mas nada escandaloso.

Depois de limpar bem seus ferimentos, peguei a faixa e enrolei seus punhos algumas vezes, e coloquei um pedaço de esparadrapo para prender tudo aquilo. Beijei sua mão e peguei a outra, repetindo o processo, mas quando eu estava enrolando sua mão pela primeira vez, Josh decidiu falar alguma coisa.

— Quando aprendeu a fazer isso?

— Na minha escola tínhamos uma aula de primeiros socorros. Foi bom para que eu aprendesse sobre isso.

Sapatilhas Douradas - Beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora