pesadelo.

671 100 17
                                    

Any Gabrielly

Um barulho estranho conseguiu me despertar do sono em que eu me encontrava. Apesar de mal conseguir abrir os olhos, me senti na obrigação de verificar o que estava acontecendo. Parecia um murmúrio, mas era alto. Não entendi muito bem o que acontecia.

Ainda estava no quarto escuro do hospital, apenas com a luz fraca do corredor iluminando aquele lugar macabro. Olhei para o lado, esfregando os olhos e vendo Josh ali, dormindo em uma poltrona. Sorri e neguei com a cabeça, mas meu sorriso se desmanchou quando ele começou a se remexer inquieto. No começo eu me assustei, confesso. Mas depois eu fiquei extremamente preocupada, pois ele falava coisas estranhas e posso dizer até mesmo que eram assustadoras.

— Sai! Por favor! — Ele deu um longo intervalo — Onde estão meus pais?

Me sentei na cama, não sabendo muito bem o que fazer. O tubo de soro não me permitia ir muito longe, mas pelo menos eu conseguia alcançá-lo e verificar se ele estava bem. Sabia que ele estava sonhando, mas ainda sim eu fiquei preocupada.

— Socorro! — Ele falou um pouco mais alto, me assustando.

Fui até ele, tocando seu rosto, acariciando levemente na tentativa de acalmá-lo.

— Ei, lindo. Eu estou aqui — Deixei um beijo curto em sua boca, vendo sua expressão se suavizar aos poucos.

E então, ele parou de falar. Apenas relaxou na cadeira e suspirou, voltando a dormir profundamente. Tirei minhas mãos de seu rosto lentamente, voltando para a minha cama, e me deitando na direção dele. Tentei dormir de novo, mas não conseguia esquecer daquilo. Fiquei pensando incessantemente nas suas falas, e no que podia ter acontecido com ele. Mesmo com dificuldade, eu consegui adormecer.

O dia havia clareado, e estávamos aguardando apenas a aprovação da Dra. Amélia para podermos ir para casa. Josh havia enfiado dois bolinhos de chocolate na minha goela, e mais um copo de café para que eu pudesse voltar alimentada. Ele também disse que iria me levar para a sessão de avaliação física que a academia nos proporciona a cada dois meses, e que iríamos almoçar depois.

Os ensaios iriam durar mais uma semana, e depois disso teríamos dez dias de descanso por conta dos feriados. Eu precisava daquilo, principalmente para não ter que olhar para Wiley por um bom tempo. Só de pensar no que aconteceu ontem, meu estômago se embrulhou novamente, e eu senti vontade de vomitar. Mas respirei fundo e joguei um pouco de água no rosto antes de sair do banheiro e encontrar com Josh, que estava sentado na cama que já estava arrumada.

— Uma enfermeira passou aqui, e pediu para eu lhe entregar isto — Ele me entregou uma receita, onde havia um nome de um homem, e de alguns medicamentos — Disse que é um psicólogo indicado do hospital, e devido a sua ansiedade, deveria consultá-lo. E alguns remédios para controlar sua fome, caso precise.

— Não acho que eu deva ir a um psicólogo. Foi só uma crise…

— Lembra daquela nossa conversa? Eu te disse que deveria consultar um psicólogo. Isso não quer dizer que você é louca, ou algo assim. É pra sua saúde, querida — Me puxou pelo quadril, me fazendo colocar as mãos em seus ombros.

— Eu sei, mas eu não tenho tempo! Até março, eu vou me dedicar totalmente para os ensaios e ser a melhor Odette que você já viu — Sorri e ele fez o mesmo — Prometo que assim que tudo isso acabar, eu vou procurar um psicólogo.

— Promete mesmo? — Assenti — Ok, eu confio em você.

Deixei um breve selar em seus lábios, me distanciando e pegando a bolsa que Josh trouxe para passar a noite aqui. Assim que a coloquei na cama, a Dra. Amélia entrou e veio nos avisar que já podíamos ir para casa, após preencher uma pequena ficha na recepção. O loiro pegou a mala, e então fomos até o corredor que levava diretamente ao balcão da recepção, onde uma moça já nos aguardava com uma ficha que deveríamos preencher. Fizemos tudo aquilo em menos de cinco minutos.

Entrei no carro de Josh, e eu senti meu estômago roncar. Já fazia mais de três horas que eu havia comido aqueles bolinhos.

— Está com fome? — Ele perguntou, dando partida no carro — Conheço um restaurante muito bom, que vende comida chinesa. O que acha de irmos lá?

Não respondi nada, mordendo a pelinha do meu lábio inferior, olhando para fora. Aqueles bolinhos cheio de calorias já estavam demais para mim. Será que eu ficaria muito mal se comesse apenas uma salada com um copo de água? Sei que acabei de sair do hospital por estar muito tempo sem comer, mas colocar para dentro algumas folhas de alface com frango grelhado já era alguma coisa certo? Estalei os dedos, não querendo fazer contato visual com Joshua, que continuava dirigindo e de vez em quando olhava em minha direção, esperando uma resposta.

— Any? Está tudo bem?

— Não estou com fome, lindo. Acho que vou ficar na minha casa e comer uma salada — Sorri de canto, ainda olhando fixamente para as ruas de Paris, que estavam bem movimentadas.

— Eu vou com você então. Posso fazer a melhor e mais nutritiva salada césar que vai comer na vida — Suspirei, apenas assentindo.

Pelo menos seria melhor do que comer algum rolinho primavera entupido de gordura, ou algo pior. Encostei minha cabeça na janela do carro, quase fechando os olhos. Uma mão quente entrou em contato com a minha coxa, apertando de leve, fazendo-me sorrir de canto.

— Tem certeza que não quer ir para sua casa descansar? Você passou a noite comigo, e amanhã tem que acordar cedo para nos treinar — Falei um pouco baixo, e finalmente o olhei.

Ele riu, e o carro parou no sinal vermelho. Seus olhos azuis alcançaram meu rosto.

— Às vezes eu acho que você está me expulsando, sabia? — Alisou minha perna enquanto continuava a sorrir.

— Ei, você sabe que não é isso. Adoro ter você comigo. Mas sempre que você vai para a minha casa, acaba se cansando e não descansa — Cruzei meus braços, encostando a cabeça no banco e o encarando.

O sinal abriu, e ele dirigiu em silêncio. Retirou a mão da minha perna, e virou em uma rua que se desviou totalmente do caminho da minha casa. Levantei uma sobrancelha para ele, totalmente confusa, e pensando seriamente se ele estava planejando me sequestrar. Tive vontade de rir com este pensamento estúpido.

— Para onde estamos indo?

— Para a minha casa. Aí eu vou fazer as coisas que preciso fazer, e você não vai poder reclamar — Ri com sua resposta, e revirei os olhos.

Ele também riu, e eu apenas aceitei. Sabia que discutir com ele seria inútil, e convenhamos: eu adoro passar um tempo com ele.

————

oi gente, tudo bem? queria bater um papo com vocês, portanto ME RESPONDAM. grata.

eu tô atolada de coisa pra fazer por conta do período integral. 60 atividades por bimestre, fora o próprio período de passar o dia inteiro completamente ocupada. por isso o sumiço por aqui, e nas outras redes sociais da central, portanto, me perdoem a ausência. era pra eu ter postado esse capítulo ontem, na verdade, mas eu literalmente apaguei dentro do ônibus no horário de postagem.

bom, é basicamente isso... amo vocês <3

Sapatilhas Douradas - Beauany Où les histoires vivent. Découvrez maintenant