amor e sexo.

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Josh Beauchamp

Cheguei na casa de Any completamente desesperado, batendo na porta incessantemente até ouvir os passos dela próximo de onde eu estava e finalmente a porta se abrir. Nevava muito, e eu sentia minha mandíbula resistir firmemente ao instinto de tremer devido ao frio.

Assim que Any abriu a porta, já observei seu estado. Olhos inchados, o rosto avermelhado, indicando o choro que eu ainda não sabia o motivo, mas logo iria descobrir. Logo entrei, acolhendo seu corpo ao meu, fechando a porta e evitando que o frio nos alcançasse e abraçando a garota com força, que tremia de tanto chorar. Ela balbuciava algo que eu não entendia, e mesmo que eu gostasse muito de saber o motivo, preferia que ela ficasse mais calma agora. Suas mãos estavam juntas em meu peito, e eu acariciei seu cabelo lentamente.

— E-eu... Ah, Josh! — Era tudo que ela conseguia dizer.

— Shh, calma, querida.

A guiei até o sofá, onde deitei sua cabeça no meu peito e deixei com que ela chorasse. Suas lágrimas molhavam minha blusa, mas eu não me importava, e continuei acariciando seus cachos ouvindo soluços contínuos saindo de sua boca. Eu nunca havia visto ela tão vulnerável quanto agora, e não conseguia imaginar o que deixou ela naquele estado. Será que algum motoristas tentou se aproveitar? Não conseguia pensar naquela possibilidade sem cerrar os punhos de raiva, apenas de imaginar que alguém havia feito mal para Any.

Ela ficou dez minutos se afogando em lágrimas no meu peito, enquanto agarrava minha blusa e chorava. Mas depois daquele tempo, respirou fundo e limpou o nariz com a ajuda da blusa de manga, aproveitando para secar o rosto banhado em lágrimas também. Seus olhos estavam inchados e brilhantes, e suas bochechas também da mesma coloração, me deixando aflito com qualquer motivo que poderia ter feito ela chorar daquele jeito. Os cachos estavam bagunçados, mas ainda sim ela continuava linda, e eu não me cansava de admirá-la. Mas aquele momento era raro, e eu precisava me doar ainda mais. Ela pediu para que eu viesse até aqui apenas para chorar.

— Me desculpa — Fungou, ainda se recuperando — Eu não conseguia falar direito.

— Não se desculpe. Está tudo bem - Me aproximei mais, e tomei suas mãos nas minhas — O que aconteceu? Nunca te vi chorando assim.

— É... complicado — Respirou fundo, secando algumas lágrimas que caíam sem querer, mas ela já não chorava mais.

— Alguém lhe fez mal? Algum motorista tentou se aproveitar de você?

— Não! Não foi isso. Hm... hoje foi dia de balança. Você sabe o que significa, tenho que ter menos de 60kg ou estou gorda demais — Deu uma pausa rápida antes de voltar a falar - Eu estou pesando exatamente 63kg. Pode parecer bobo, mas tem tanta coisa por trás que me fez cair no choro desse jeito. Não era pra ter acontecido assim.

— Se te faz mal, não é bobo. Quer me contar o que tem por trás? — Perguntei sendo cuidadoso, tentando não soar invasivo. Coloquei um cacho solto atrás de sua orelha, vendo seus olhos castanhos e brilhantes me encararem — Passei da fase da curiosidade há muito tempo. Eu estou muito mais preocupado do que você imagina.

Ela mordeu seu lábio inferior com força, e eu tive medo que sangrasse. Any abaixou o olhar para as nossas mãos juntas, e passou o polegar pelas costas da minha mão, as apertando com um pouco mais de força, fungando mais uma vez.

— Eu não queria envolver você nos meus problemas. Mas acho que não tem o porquê esconder. Há dois anos atrás, descobri que tinha bulimia, depois de passar por uma professora de ballet rígida demais. Mas ela não era como Giorgina. Ela era cruel de maneira tóxica, e me lembro claramente do dia em que ela me aconselhou a vomitar tudo o que eu comia à noite. Para tentar emagrecer, e me encaixar no padrão das outras bailarinas. E eu fiz, mas foi passando dos limites e eu cheguei a um ponto de não conseguir mais comer um grão de arroz sem ter repulsa e... colocar tudo para fora.

Sapatilhas Douradas - Beauany Where stories live. Discover now