Cap • 15

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- Não sinto que isso vá acabar bem -Macau disse após o tumulto de pessoas começar a se agitar e os guardas demonstrarem impaciência

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- Não sinto que isso vá acabar bem -
Macau disse após o tumulto de pessoas começar a se agitar e os guardas demonstrarem impaciência.

- É um protesto pacífico, esses filhos da puta que sempre estragam avançando contra a gente! - esbravejou Kim.

Estávamos ali há cerca de duas horas, levamos nossos cartazes e gritamos junto com os outros jovens presentes, mas nos últimos minutos uma tensão se instaurou eu sentia que algo não estava certo, temi o que poderia acontecer em seguida.

- Vou ficar junto com o pessoal da linha de frente - Macau anunciou sendo barrado pelo Kim.

- Você vai ficar aqui com a gente, ali não é seguro.

- Kim tem razão - falei segurando a mão dele - É muito perigoso Macau, eles estão armados até os dentes.

- Eles não podem atirar na gente! - disse raivoso.

- Eu não contaria com a sorte - alertou Kim.

E como se tivesse previsto ouvimos um som alto de algo explodindo, segurei firme a mão de Macau e busquei a mão de Kim afastando ambos para o mais longe possível, uma fumaça densa tomou conta do ambiente, era tão sufocante que eu tossia sem parar, meus olhos ardiam como se alguém tivesse ateado fogo neles, meio cambaleando começamos a nos afastar e foi quando tudo virou um cenário de guerra.

Vimos os policiais sacaram seus cassetetes e partirem pra cima dos manifestantes, tentamos correr mas o tumulto atrapalhava nossa circulação.

O momento mais desesperador foi quando um dos guardas puxou Macau pelo casaco e começou a desferir chutes nele, tentei tirá-lo de cima enquanto Kim revidava, nunca o vi perder a postura daquele jeito, ele parecia um animal selvagem.

Quando Kim conseguiu empurrá-lo fazendo o policial ser pisoteado por alguns manifestantes que corriam me apressei em ajudar Macau a levantar, Kim veio logo em seguida colocando-o nas costas para carregar ele, seu estado não era dos melhores para correr, tentamos sair a todo custo mas foi uma corrida difícil, tropecei em algumas pessoas caídas quase torcendo o pulso na hora da queda, Kim mesmo com as mãos ocupadas carregando o corpo de Macau me ajudou a levantar e finalmente havíamos conseguido sair.

Demoramos algum tempo até chegar finalmente em casa, eu e Kim preparamos gelo e remédios para aliviar a dor de Macau.

- Aqui, pra sua mão - Kim me deu uma pomada, só agora percebi que minha palma estava toda vermelha e arranhada, consequência da queda.

Ele a levou até a pia do banheiro para lavar os resíduos de areia, seu toque era delicado como se temesse me machucar, observei enquanto ele lavava os arranhões.

- Aquilo virou uma bagunça - comentei.

- Nunca mais vou a protestos, não quero ver nenhum dos dois machucados outra vez, pra mim isso acabou hoje - disse firme finalizando o que estava fazendo e levando as coisas até o quarto pra cuidar de Macau.

Panopticum • PORCHAY/KIM/MACAUWhere stories live. Discover now