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Joaquín Piquerez |

21:15

Como eu estava sem nada para fazer e sem vontade de passar meu tempo lendo, resolvi jantar fora hoje.

Quando eu estava passando por uma praça, vi uma moça com calça jeans preta, blusa branca e tênis branco, andando na calçada. Acredito que esteja indo para algum determinado local e não conseguiu chamar algum táxi. Em poucos segundos, ela começou andar muito devagar passando a mão em sua testa, e, no mesmo instante, ela caiu.

Parei o carro e desci rapidamente para ajudar a moça.
Fui me aproximando e vi que ela não se movia, acredito que ela tenha desmaiado.

Quando cheguei perto, vi que seus cabelos castanhos cobriam seu rosto, então, coloquei para o lado e vi a pessoa que eu menos esperava que fosse.

—Martina? Martina, acorda. —A sacudi levemente. —Martina, Martina.

Peguei ela e levei até meu carro para irmos até sua casa. Quando tirei as mãos dos seus cabelos, havia sangue em minhas mãos, logo me assustei e decidi levá-la para o hospital, lá eles vão saber o que fazer.

Aumentei a velocidade do carro e fomos até o hospital.

Estou muito preocupado com a Martina, só quero que ela acorde logo e fique bem.
Uma coisa que não sai da minha cabeça, é por que ela estava andando pela rua sozinha à noite? Acredito que ela não estava se exercitando, porque eu sei que ela estaria usando suas roupas de exercícios, com os cabelos presos e seu fone de ouvido. E ela não estava com nada disso.

[...]

A médica levantou as pernas da Martina em uma altura mais acima da cabeça como forma de acordá-la.  A chamou algumas vezes e ela não obteve respostas.

—Você sabe o que motivou o desmaio, senhor Joaquín?
—Eu estava andando de carro pela rua e encontrei a Martina andando pela calçada. Ela não aparentava estar muito bem, caminhava meio zonza e em poucos segundos os passos dela ficaram lentos, ela colocou a mão na testa e logo ela caiu. Eu saí rapidamente do carro para ajudá-la.
—Você estava em um lugar e ela no outro... Vocês são conhecidos ou desconhecidos?
—Conhecidos.
—Você é irmão dela ou familiar?
—Não, doutora.
—Lamento, mas o senhor não pode ficar aqui. Só familiares e pessoas autorizadas podem ficar.
—Doutora…
—Sim

Essa é a única escolha que eu tenho, se eu não disser isso, não vai me deixar ficar com a Martina.

—Eu sou namorado dela.
—Namorado? A quanto tempo?
—8 meses.
—Ok, está autorizado para ficar com ela.
—Muito obrigado, doutora. —Sorri.

Eu sei, a Martina vai me matar quando souber disso mas, era o que veio em mente. Não posso deixá-la sozinha.

[...]

Já fazia mais de 10 minutos que a Martina não acordava, com isso, a doutora levou ela para outra sala para fazer exames e outras coisas. A doutora não permitiu que eu fosse com a Martina para a outra sala, pediu para que eu saísse daqui e aguardasse no saguão. E isso me deixou mais preocupado ainda.

Pensei em ligar para o Abel mas achei melhor não ligar agora. Eu sei que isso é errado porque ele é o pai dela e deve saber de tudo. Decidi que irei ligar quando as coisas esfriarem por aqui, porque será melhor. Duas pessoas nervosas não ajudariam em nada.

[...]

00:00

—Senhor Joaquín?
—Oi. Como está a Martina, doutora?
— A Martina acordou e está tudo bem com ela. Realizamos os exames nela e está tudo ok. Quanto ao corte, não precisa se preocupar, fizemos um curativo e ela terá que ficar 2 dias em casa por prevenção.  Agora ela está lá no quarto, tomando soro para limpar o sangue.
—Que bom que ela está bem. —Respiro aliviado. —Posso ficar com ela?
—Claro.

Ela me acompanhou e eu fui até o quarto da Martina.

—Está entregue. —Sorriu.
—Obrigado. —Sorri.

Ela seguiu seu caminho e eu entrei no quarto.

—Talvez em alguns momentos ela durma, como agora mas, não se preocupe, é normal.
—Ok, doutora.
—Se precisar de algo, é só chamar
—Obrigado. —Sorri

Martina estava dormindo feito um anjo. Ela consegue ser linda até dormindo…

Sentei na poltrona que havia do lado da cama e liguei para o Abel. Expliquei o que aconteceu e ele avisou que já estava a caminho.

Coloquei minha mão direita na cabeça da Martina e fiz carinho em seus cabelos, e fiquei admirando ela.

Martina Ferreira |

A médica havia feito alguns exames depois que eu acordei e me contou um pouco do que aconteceu.

—Que loucura tudo isso, doutora.
—Acontece, Martina o mais importante é que você está bem, tudo já passou. Pra você conseguir assimilar tudo direitinho, você pode perguntar tudo para o seu namorado. Ele viu tudo o que aconteceu e foi ele quem te trouxe pra cá.
—Meu namorado? O que o Tiago está fazendo aqui?
—Tiago? Ele me falou que o nome dele é Joaquín.
— Joaquín?
—É. Joaquín Piquerez.
—Eu não acredito. —Sussurro.
—Oi?
—Não, não é nada. É, o Joaquín é meu namorado sim. É que eu ainda estou assimilando as coisas, sabe?
—Entendo perfeitamente, é normal isso acontecer. Bom, posso chamar ele? Ele está muito preocupado e louco para te ver. Você tem muita sorte de ter um namorado tão preocupado e atencioso com você, viu.
—Claro, pode sim, doutora. —Sorri.
—Ok. —Ela saiu.

—Meu namorado? Onde ele tirou isso? Ah, Joaquín! —Sorri.

Eu havia acabado de acordar, não entendi como consegui dormir tão rápido assim… Quando acordei, senti alguém mexer em meus cabelos. Abri os olhos e vi que era o meu falso namorado.

—Joaquín?  —Disse com a voz sonolenta.
—Mar. Que bom que você acordou. Você está bem?
—Só com um pouco de dor na cabeça mas, tirando isso, estou bem. A médica falou que eu desmaiei e bati a cabeça e que você me trouxe…
—É. Foi isso mesmo. Você não lembra de nada?
—Só que eu estava andando pela calçada e estava passando na frente de uma praça.
—Você estava se sentindo tonta antes, né?
—Sim… Como sabe?
—Eu havia saído, fui jantar fora e quando estava passando, vi você caminhando na calçada não muito bem. Eu vi quando você desmaiou.
—Eu estava tonta mesmo. Eu não estava bem e a minha pressão começou a baixar.
—Por que estava andando sozinha pela rua?
—Eu havia saído e acabei tendo um problema, por isso voltei sozinha.
—Por que não chamou um táxi?
—Eu não tinha cabeça para isso. Mas, saindo desse assunto… Pode me explicar porque você disse que é meu…
—Que história é essa que você é o namorado da Martina?  —Disse Tiago abrindo a porta rapidamente e indo pra cima do Joaquín.
—Ei, o que é isso? —Pergunto.
—Qual seu problema, cara?  —Pergunta Joaquín.
—Qual é o seu problema? Quem te deu o direito de dizer que é namorado dela? —Pergunta o português.
—Eu fiz isso pra poder acompanhar ela e não ficar sem notícias. Diferente de você, eu me preocupo com ela!
—Como eu ia saber o que aconteceu? Eu tenho bola de cristal agora?
—Você sabe que não é sobre isso que eu tô falando.
—Vai desenterrar um assunto de ontem porque não tem mais argumentos contra mim?
—O argumento que eu tenho é o suficiente para caracterizar a pessoa que você é.
—Você não é absolutamente ninguém pra dizer que tipo de pessoa eu sou.
—Você não tem argumentos pra retrucar, Tiago. Você se esqueceu do ocorrido mais cedo? —Digo.
—Foi um momento de raiva, Martina. Você sabe que eu te amo e não queria ter falado aquelas coisas. E você, Uruguaio, não se meta onde não é chamado, a Martina é minha namorada e eu sou a pessoa que ela ama. Você não tem um pingo de direito de se meter com ela.
—O que está acontecendo aqui? —Disse Abel.

             || Continua ||

Voltei!!!
Desculpem pelo cap meio...
Estou com várias coisas para fazer aqui mas prometo que os próximos capítulos serão melhores! Muito obrigada pela interação com a fic, leitores lindos! são 3k de reads!
Amo vocês!❤️

I will always love you | Joaquín PiquerezWhere stories live. Discover now