| agir |

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Martina Ferreira | São Paulo

Faz um mês e alguns dias que eu e o Joaquín estamos separados. As semanas foram péssimas para mim. Eu estou triste, não tenho mais ânimo. Esclareci todas as coisas com o Tiago. As primeiras semanas foram difíceis estando na mesma cidade, no mesmo bairro que ele. Brigamos praticamente todos os dias por causa daquele mal entendido, mas depois de semanas, ele finalmente se afastou de mim.

Eu e meu pai estamos no Brasil, voltamos pra cá há alguns dias atrás.

Estamos em Santos, uma das cidades mais perfeitas daqui de São Paulo. Virou um dos meus lugares favoritos.

Nessa semana passei a me sentir melhor, estou mais alegre comparado a um mês atrás.

Faz um mês que eu não sei mais nada do Joaquín. A última coisa que fiquei sabendo foi do que aconteceu entre ele e a Isabela mês passado… Acredito que estejam namorando.

Dói muito não saber como ele está. Dói não ver mais seu sorriso, não ter mais o abraço dele, ouvir sua voz e seu sotaque, que é o meu preferido. Dói não ter mais seu beijo, seu carinho…

Será que se eu tivesse ido com ele para o Uruguai como ele me pediu, estaríamos juntos sem problemas?

Eu e o Scarpinha finalmente voltamos a nos falar novamente, conversamos praticamente todo dia.
Ele e meu pai vem fazendo meus dias mais felizes.

Meu pai já me falou várias vezes para ir atrás do Joaquín, conversar com ele e deixar tudo claro sobre as coisas que estavam acontecendo.
Eu pensei em fazer isso, mas não vale a pena. Eu tentei falar com ele aquele dia, e o que ele fez foi me bloquear e pedir para que eu não procurasse mais ele. Eu não vou ficar me humilhando para quem não quer saber de mim.

[...]

Depois de tanto tempo que eu fiquei só em casa, e só saí para ir para o aeroporto e para vir pra cá, meu pai finalmente conseguiu me tirar de casa.

Agora nós estamos aqui na Praia do Gonzaga. É inevitável eu, Martina Ferreira, não vir para praia. Inevitável não ficar sentada na areia ouvindo o "barulhinho" do mar.
A praia é sempre meu "cantinho" de paz e renovação.

Em momentos como o que estou passando, para mim, a praia é muito melhor vazia, tranquila, para poder pensar de "cabeça fria e coração quente".

—Está aí pensativa, filha? —Disse meu filósofo favorito.
—É… Um misto de pensamentos. —Digo cabisbaixa.
—Eu acho que eu não preciso perguntar do que se trata.
—Não pai. —Digo.
—Filha, você sabe que uma hora ou outra vocês vão se ver, não é?
—Eu sei, e eu tô pensando em pedir demissão do Palmeiras.
—O quê? —Pergunta assustado.
—Pai, eu não vou conseguir viver no mesmo ambiente que o Joaquín.
—Por que você fica mentindo para mim e para si mesma? —Pergunta ele.
—Eu não estou mentindo.
—Por mais que você negue, tanto eu quanto você, sabemos que você quer vê-lo. Vocês querem se ver.

Ele diz e eu me calo.

—Vocês acham justo se separarem facilmente depois de tudo que vocês passaram e lutaram para ficarem juntos? —Pergunta.
—Eu não sei mais o que pensar, pai.
—Você não tem que pensar, tem que agir. Tanto você quanto ele. Você ainda quer sair?
—Não pai, eu não posso sair. Mas irei mudar meu horário. Se o Joaquín treinar pela parte da manhã, eu irei para tarde ou vice e versa.
—Ok, Martina, mas depois não se arrependa. —Disse ele e levantou.

|| Continua ||

I will always love you | Joaquín PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora