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Martina Ferreira | Porto, Portugal

Cinco dias depois.

O casamento do Dudu foi maravilhoso! Só não foi perfeito pra mim porque o Joaquín não estava lá...

Eu e meu pai nos divertimos muito, ficamos até as 2h e pouca da madrugada lá. Foi incrível.

Já são 20:30 aqui em Porto e sim, nós estamos em Portugal! Já faz 5 dias que estamos aqui.

Hoje, passeamos pela manhã e agora a noite, iremos jantar com a nossa família.

—Já está pronta, filha? —Pergunta Abel do outro lado da porta.
—Estou sim, já podemos ir. —Digo.
—Tudo bem, então vamos.

[...]

As ruas de Porto são muito lindas, tanto ao dia quanto à noite… Bom, eu sou uma pessoa extremamente suspeita pra falar de Portugal, principalmente daqui de Porto e de Braga.

Iremos jantar com uma parte da nossa família aqui de Porto. Eu amo muito eles, não via a hora de vê-los novamente. Eu estava muito animada até então, mas hoje, comecei a sentir uma sensação estranha, que tirou uma grande parte da minha felicidade. Eu não sei descrever o que é, só sei que não estou mais animada para esse jantar,  comparado a ontem.

Após algum tempinho de passeio aqui pelas ruas e depois alguns minutos no carro, chegamos no restaurante.

Cumprimentamos todos nossos familiares que estão aqui e depois nos sentamos. Percebi que há um lugar desocupado aqui, estranhei, até porque todos que combinaram estão aqui.

Comecei a observar o ambiente e prestar atenção em alguns detalhes que me encantaram aqui. Logo depois que virei o olhar, vi uma pessoa se sentando na cadeira desocupada. Meus nervos começaram a subir.

—O que você está fazendo aqui? —Pergunto em um tom de raiva.
—Oi, meu amor. —Disse sorrindo.
—Por que está aqui, Tiago? Quem te convidou?  —Perguntou Abel.
—Oi, sogro. Quanto tempo. —Sorriu.
—Como tem coragem de...
—Ei, por que estão tratando ele assim? —Pergunta minha tia, Ana, interrompendo o Abel. —Ele veio fazer uma surpresa para a Martina.
—Surpresa? Ele tem a coragem de dizer que é uma surpresa? —Digo.
—Mar, meu amor, você não está feliz em me ver? —Pergunta Tiago.
—Mar? Você nunca me chamou assim. Pirou?
—Eu sempre te chamei assim, linda.
—Tiago, vai embora. —Digo quase irritada.
—Vai embora? Você não acha que é você que pirou? Martina, vocês estão namorando! —Disse Ana.
—Não, nós não estamos. Ele está louco. —Digo.
—Louco de amor por você. —Disse ele.
—O Tiago não vai embora. Foi só você morar no Brasil e ficar meses sem ver o Tiago, que você já paga de solteira. Vocês estão juntos há anos, Martina. —Disse minha outra tia, Maria.
—Isso é uma loucura! Será que é tão difícil entenderem que não estamos mais juntos?  —Digo.

Saí do restaurante e fiquei um tempo no lado de fora. Eu sabia que esse jantar não seria bom.

—Filha? —Disse me abraçando.
—Oi. —Digo e encosto minha cabeça em seu ombro.
—Você quer ir embora? —Pergunta ele.
—Não quero estragar seu jantar, pai.
—Não se trata de estragar o jantar, se trata do seu bem estar.
—Não, não vamos embora. Não vou dar o gosto para o Tiago.
—Você quer isso mesmo? Eu acho melhor irmos embora. —Disse ele.
—-Não pai, vamos voltar para lá.
—Se der algo errado, nós vamos embora. —Disse ele.

Voltamos para dentro do restaurante e nos sentamos. O clima ficou um pouco melhor do que estava antes, mas mesmo assim, ainda não me sinto bem.

Se passaram algumas horas, e aquela pessoa, que não é a que o Henrique e o Juliano dizem, ainda está aqui.

A tia Ana falou algo pra ele, e então ele levantou e bateu de leve em uma taça, pedindo a atenção de todos.

Lá vem esse cara de novo.

—Bom, como pessoas muito importantes estão conosco hoje, eu escolhi o dia de hoje, e esse momento, para fazer um pedido… —Disse ele.

Eu e meu pai nos olhamos e vimos todos aqui da mesa e algumas pessoas de fora, gravando.
Até fotógrafos tem aqui.

As luzes do restaurante se apagaram, deixando só os flash dos celulares e das câmeras, como iluminação.

—O que é isso? —Pergunto baixo ao meu pai.
—Não sei. —Disse ele.

Tiago veio em direção a mim e segurou minha mão, fazendo com que eu me levantasse.

—Meu amor, minha princesa, você quer casar comigo? —-Pergunta ele.

Por longos minutos eu vi o Joaquín ali, ouvi sua voz, vi o seu sorriso e a carinha de dúvida dele ajoelhado no chão.

Quando me dei conta, quando voltei a realidade, estava abraçando o cara que eu mais odeio. Todos aplaudindo, nos abraçando e meu pai me encarando com uma cara nada boa.

Meu Deus, o que eu fiz?

Depois de uma hora, o jantar acabou. Todos saíram e eu e meu pai entramos no carro, meu pai não falou nada durante o caminho todo. Isso está me deixando extremamente inquieta.

Chegamos em casa e a primeira coisa que fiz foi falar com meu pai.

—Pai, o que aconteceu? —Pergunto.
—-Você ainda pergunta, Martina?
—Eu não sei o que aconteceu, pai. Eu só te vi me encarando no restaurante e eu não entendi absolutamente nada. O que eu fiz?
—Por que você aceitou casar com aquele cara?  E o Joaquín? Foi só um momento? Uma diversão? Depois de tudo que aquele cara te fez, você aceitou?
—O que? N-não pai, eu não a-aceitei. —Digo ficando nervosa.
—A não? E isso aqui? Vai dizer que foi montagem? —-Disse ele me mostrando um vídeo e o anel de noivado no meu dedo.
—-O que eu fiz? Pai, não foi proposital, eu estava completamente fora de mim. O que o Joaquín vai pensar agora? —Digo completamente nervosa.
—Pensasse nisso antes. —Disse ele.
—Pai, eu juro que não lembro do Tiago fazendo isso. Eu vi o Joaquín o momento inteiro, se eu aceitei, foi porque eu vi o Joaquín. —Digo com a voz embargada com várias lágrimas escorrendo.
—Como não viu Martina?
—É sério pai, eu juro. Quando eu me dei conta, já estava abraçada no Tiago.
—Martina...
—Acredita em mim, por favor.
—-Eu acredito, mas quem tem que acreditar nisso é o Joaquín.

Eu espero que o Joaquín me perdoe, eu não vou suportar perdê-lo novamente.

|| Continua ||

Oi:-)

I will always love you | Joaquín PiquerezWhere stories live. Discover now