Capítulo 33 - A Explicação Dele

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Dimitri

Ok, sei que você deve estar me odiando neste exato momento.

Com certeza deixar a Tali na biblioteca daquele jeito não foi um ato muito cavalheiresco. Mas eu posso explicar. Eu juro!

Bom eu acho que devemos começar do início de tudo. Não é novidade que eu e a Talia éramos melhores amigos na infância, brincávamos juntos todos os dias, e fomos inseparáveis por um bom tempo.

O que talvez você não saiba é o porquê dessa separação, e não, não foi o tempo, ou muito menos alguma briga boba. Aos 7 ou 8 anos de idade me machuquei na gangorra do parquinho do bairro, e a Tali veio me ajudar.

Ela estava com um laço rosa nos cabelos e um vestido verde água. Tali passou as mãos delicadamente pelo meu rosto e com a voz suave perguntou se eu estava bem, naquele momento eu percebi que eu tinha meio que uma quedinha por ela.

Decidi ignorar a "quedinha" e seguir sem falar nada - até por que também não tinha coragem - mas nós dois fomos crescendo e eu fui chegando a puberdade e as coisas ficaram mais complicadas nesses quesito, e se tornou totalmente impossível ignorar tudo aquilo que eu estava sentindo.

Eu queria a Tali mas ela não me queria, me lembro de ela estar apaixonada pelo Benjamin - na época não sabíamos que ele era gay - e como nunca tive exatamente uma autoestima muito boa não me achava capaz de competir contra ele pelo coração dela - mesmo que ele obviamente não o quisesse por motivos que hoje conheço.

Me vi sem opções, eu precisava supera-la e único jeito de fazer isso era me afastando. Comecei a andar com uma turma diferente, e parei de ir regularmente na casa dela, foi muito difícil, principalmente por que eu sabia que ela precisava de mim com toda a situação com irmão dela, mas eu precisava esquecê-la.

No final não foi de todo ruim, sem mim ela teve que encontrar novos amigos, e assim ela se aproximou de Sarah e Tommy e os três se tornaram inseparáveis quanto eu e ela jamais fomos.

Sem perceber lentamente, cada resquício dos meus sentimentos por ela desapareceu, e foi aí que comecei a me apaixonar por Mirella que andava com o meu grupo de amigos naquela época.

Eu e Mirella começamos a namorar em pouco tempo, e ficamos 2 anos juntos praticamente, mas eu nunca senti por ela o que eu senti pela Talia, Mirella era e sempre foi uma amiga, e erroneamente nós dois achamos que poderíamos ser algo a mais.

Terminei com a Mirella, e estava em paz, quando no meu primeiro dia no meu novo trabalho eu me deparo, com o meu amor de infância, desde que aquele momento quando ela esbarrou em mim, eu já senti que algo estava prestes a começar.

Talia continuava a mesma, não mudou nada - só o corpo e o rosto que agora estavam muito mais atraentes - e devo dizer que eu recai. Com o seu jeito gentil, carismático e bem humorado de ser, Talia me mostrou um novo mundo, um mundo mais colorido, um lugar onde eu gostaria de viver, quando dei por mim lá estava eu, com o coração acelerado e com as mãos suando por causa dela de novo.

E então chegamos no dia de hoje depois de anos esperando finalmente a tive em meus braços, pude beija-la e ter seu corpo junto ao meu, foi simplesmente uma das melhores sensações que já senti em toda a vida, mas então me perdi em meus sentimentos, e meus pensamentos se desviaram dela.

Pensei em meus pais, nas brigas deles, nas traições, no caos e no ódio, e então tive uma visão, vi eu e Talia no lugar deles brigando, os momentos felicidade e conforto que tinha junto dela deram lugar a momentos de estresse e arrependimento, e eu fiquei com medo, com medo de que tudo que existiu de bom entre nós fosse apagado, com medo de terminar como meus pai e com medo de o brilho no olhar dela se esvaisse e se tornasse um feição sombria totalmente pocessa pelo ódio.

E então eu fugi, estava assustado e foi a única coisa que consegui fazer, e agora eu estraguei tudo, eu não a culparia se ela nunca mais quisesse olhar na minha cara.

- Você é um paspalhão! - Ester me xingou.

- Eu estava em desespero, o que eu poderia fazer?

- Respirar fundo e contar até três? - disse Marly nervosa.

- Você tem ideia do quão babaca você foi ? Dimitri a garota deve estar em prantos nesse momento - diz Ester nervosa.

- Pobre Talia, eu tô com tanta dó que nem vou postar sobre isso no meu Twitter... Hoje.

Olhamos com repreensão para Marly.

- Tá bom eu não vou postar! Você são verdadeiros inimigos do entretenimento.

- O que eu faço? - perguntei para Ester.

- Se matar é uma opção? - ela brinca e eu a respondo com olhar de desgosto - Olha não há muita coisa a ser feita nessa situação, eu te falaria pra pedir desculpas e pedir para tentarem de novo...

- Então eu vou fazer isso.

- MAS ... Você não tentar nada com ela antes de resolver seus problemas com relacionamento.

- Eu não tenho problemas com relacionamento!

- Pela o que você descreveu tem sim.

- Eu não tinha esse tipo de problema com a Mirella.

- Por que você nunca acreditou realmente ia pra frente, quando você começou a namorar com ela, ainda estava apaixonado pela Talia.

- Isso não é verdade - desdenho.

- Você ficava falando o nome dela enquanto dormia - comentou Marly de longe.

- Isso também não é verdade!

- É sim, Dimi, você e a Mirella nunca se amaram verdadeiramente, pelo menos não do jeito de uma namorada e um namorado.

- Mas eu perdi minha virgindade com ela.

- Idai ? Você é homem, vocês colocam o pau de vocês em qualquer lugar que se mostrar disponível.

- Isso é - pensei melhor antes de falar - verdade - admito desanimado.

- Até caras legais e comportadinhos como você gostam de afogar o frango Dimi.

- Marly! - Ester a reprende.

- E você gosta de colocar aranha pra brigar - Marly solta e sai da sala as pressas

Ester vai atrás dela pisando forte.

Sempre achei que quando meus pais se separassem todos os meus problemas em relação a eles seriam resolvidos mas pelo visto as feridas eram mais profundas do que eu pensava, e o pior de tudo, por causa disso eu feri uma pessoa que eu gosto muito, talvez até ame. Nunca me senti assim, parece que estou estragado, como um brinquedo de uma criança irresponsável, que nesse caso eram os meus pais.



Meu Clichê Romântico Where stories live. Discover now