"Tempestades, quando não matam, unem".
— Lorde Albert Davies.
Lá fora, a feroz tempestade se aproximou o suficiente para atingir o navio, fazendo-o balançar de forma extremamente agitada, conforme as ondas do mar se estendiam altas e agressivas, feito imponentes montanhas cinzentas.
Joan, completamente absorta em sua fúria, mal se abalou com as águas que se chocaram contra o vidro daquela cabine. Na verdade, ela nem ao menos se deu conta de que grossos pingos d'água também jorravam de seus olhos. Fora humilhada mais do que poderia imaginar.
Todavia, tirando-a completamente do torpor de sua profunda indignação, uma forte onda do mar se deparou agressivamente com o vidro, e o impacto foi o suficiente para abrir uma densa rachadura, fazendo as águas regadas ao vento tempestuoso, invadirem a cabine com força total, colocando Joan no meio de um torrencial de águas tão furiosas quanto ela estava.
— Maldição! — ela praguejou, encolhendo o corpo exposto naquela terrível tempestade.
Infelizmente, não havia muito o que fazer em determinada ocasião. Se deixasse a cabine, correria o risco do forte vento a atirar ao mar, ou, no pior dos casos, poderia ser atingida por um raio. Ambas as hipóteses eram fatais.
Resignada — e muito mal-humorada —, Joan permaneceu naquela cabine, amaldiçoando ferozmente o conde que havia a colocado em tal fatídica situação.
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Havia de fato uma dura tempestade rugindo do lado de fora do navio, porém, outra tempestade densa e escura se passava no interior da cabine do conde, sobretudo na mente pesada que insistia em remoer as terríveis acusações que ele erroneamente disparou contra a inocente senhorita Taylor.
A consciência de Davies ficou ainda mais pesada, conforme os ventos tenebrosos da tempestade assolaram o navio e ele se deu conta — um tanto tarde—, de que Taylor poderia estar completamente exposta naquela frágil cabine.
Albert não era um homem ruim, na verdade, era um homem como qualquer outro, passível de erros e acertos, no entanto, naquele dia, ele havia errado de uma forma que talvez não fosse capaz de reparar. Ainda assim, apesar de saber que ele era o último homem na face da terra cuja senhorita Taylor desejasse ver, Davies deixou todos os receios para trás e partiu cabine a fora, chocando-se contra a chuva agressiva e caminhou com muito esforço até o local na qual a moça estava.
E lá ele a encontrou...Completamente ensopada, encolhida, protegendo o corpo frágil, batendo os queixos por conta do frio, e os olhos estavam vermelhos por conta das lágrimas que certamente derramou. Davies se odiou por ter sido o culpado de ter a colocado naquela horrível situação.
— Senhorita Taylor! — gritou, por entre o som da tempestade.
A moça meneou a cabeça ao ouvir o nome, mas logo virou a face ao ver que era Davies quem a chamava.
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Como Domar Lorde Devil
Historical FictionNo final do século XIX, a sociedade britânica passava por significativas mudanças, todavia um fato continuava imutável: mulheres eram pressionadas a se casar. Na década de 1890, lady Katherine Morrison, mãe do importante duque de Hereford, decidiu q...