"O medo do desconhecido sempre impede que alcancemos o sucesso".
— Lorde Albert Davies
Joan Morrison nunca gostou de despedidas. Dentre todos da família, a que mais sofreu quando o irmão partiu para o Oriente junto da melhor amiga e quase não sobreviveu ao luto quando do pai viera a falência. Se fosse do desejo dela, ninguém deveria partir. Contudo, ironicamente, naquela ocasião, era ela quem deixaria as pessoas para trás.
— Promete que vai me escrever, sempre. — pediu Alice, limpando as lágrimas que escorreram pela face repleta de sardas.
— Eu prometo! Não deixarei que nossa amizade caia no esquecimento. — Abraçou a ruiva, sentindo as lágrimas brotarem nos olhos.
Então a senhora Gibson entrou pela porta.
— Oh, Taylor! Não acredito que realmente vais nos abandonar. — Aproximou-se da moça e a envolveu em um abraço afetuoso.
— Obrigada por toda paciência e cuidado que teve comigo, senhora Gibson. Sei que não fui a melhor das empregadas.
— Bobagem, Taylor! Foi muito bem! Saiba que esse navio sempre estará de portas abertas para te receber. — Entregou a ela um maço envelopes lacrados. — Tomei a liberdade de redigir algumas cartas de referência junto da lista com os nomes de algumas famílias que podem te ofertar um bom emprego. Desejo o melhor para ti, Taylor! Que New York possa realizar todos os desejos de seu coração.
Joan, tomada pela emoção, lançou-se nos braços calorosos da mulher.
Instantes depois, o som do vapor subindo pelos dutos ecoou estridente, informando que era o último aviso para todos desembarcarem.
— Vá, Taylor! Chegou o momento de partir.
Rapidamente, Joan enxugou as lágrimas, juntou as malas e saiu em disparada rumo a passarela de desembarque.
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Era uma manhã ensolarada, bem parecida com aquela em que Joan fugiu de Londres. Gaivotas sobrevoavam o céu azul do New York Harbor, um grande complexo marítimo movimentado de turistas e estrangeiros, situado ao sul de Manhattan em South Street Seaport.
Joan Morrison, habituada a ser tão corajosa, inesperadamente se deteve em frente a rampa de desembarque, segurando firme na alça das malas, sentindo o coração disparar no peito em com medo do desconhecido. Por um instante, não foi capaz de mover um passo sequer. Fixou paralisada pelo pânico.
— Está tudo bem, Taylor? — Davies, indagou ao se aproximar dela.
Sem conseguir falar, ela apenas negou com a cabeça.
O conde, rapidamente notou que ela estava tomada pelo medo. Os olhos castanhos evidentemente arregalado a denunciaram.
— Diga-me o que está sentindo. — Segurou a face dela em suas mãos, fazendo com que a moça a olhasse.
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Como Domar Lorde Devil
Historical FictionNo final do século XIX, a sociedade britânica passava por significativas mudanças, todavia um fato continuava imutável: mulheres eram pressionadas a se casar. Na década de 1890, lady Katherine Morrison, mãe do importante duque de Hereford, decidiu q...