"Aquilo que começa errado, tem poucas chances de terminar bem".
—Lady Joan Morrison
Na manhã seguinte, para o mártir de Albert, Joan tardou a descer para desfrutar do café da manhã. Davies pensou que ao certo ela estava brava com ele, após a última discussão que tiveram, ou, quem sabe, estava de ressaca. Ela havia afanado a garrafa de uísque que ele deixara no escritório e só Deus sabe o quanto tinha bebido.
— Francamente, Albert! Por qual razão olha esse relógio a cada minuto? — inquiriu Bea, impaciente.
— Taylor ainda não desceu. — murmurou, lançando um olhar para a porta, na esperança de vê-la.
— Santo Deus! — exclamou Bea. — Se a ausência dela está te afetando, então peça para alguém chamá-la! — Voltou a atenção para o jornal.
— Senhor Jones! — o conde chamou pelo mordomo. — Informe a senhorita Taylor que o café está a postos.
O homem assentiu concordando e saiu dali.
Davies aguardou impaciente, sem vontade até mesmo de desfrutar do adorável sabor do café que ele tanto amava. Taylor, às vezes, despertava o pior nele. E após uma longa espera, o fiel mordomo retornou.
— Senhor... — começou o homem, em um tom de voz baixo e inseguro. — A senhorita Taylor não está em seus aposentos, milorde.
Naquele momento, Bea abaixou levemente o jornal e analisou a expressão do amigo. A cor havia sumido da face dele e os lábios tremeram quando ele indagou:
— Ela levou os pertences?
— Não senhor. — O homem desviou o olhar antes de revelar: — Na verdade, ela ainda permanece na propriedade.
— E onde ela está? — esbravejou Albert. — Vamos, desembuche!
O homem, um tanto sem graça, revelou:
— Ela está no estábulo, senhor. Aparentemente dormiu lá.
Davies sentiu a ira subir e então disparou agressivamente:
— Que mulher exasperante e teimosa! — Limpou a boca com o guardanapo, lançou-o bruscamente sobre a mesa e saiu furioso ao encontro de Joan.
No caminho, Albert xingou a moça de todas as formas possíveis, tentando, em vão, aliviar a raiva que efervesceu sob a pele.
Quando finalmente encontrou a baía em que a teimosa se estabeleceu, trincou o maxilar ao vê-la toda torta, com o cabelo repleto de feno e os lábios abertos de um jeito nada apreciável.
Albert pigarreou alto tentando acordá-la, mas não obteve sucesso; a moça sequer se mexeu.
— TAYLOR! — rugiu feito uma fera.
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Como Domar Lorde Devil
Historical FictionNo final do século XIX, a sociedade britânica passava por significativas mudanças, todavia um fato continuava imutável: mulheres eram pressionadas a se casar. Na década de 1890, lady Katherine Morrison, mãe do importante duque de Hereford, decidiu q...