Capítulo 14

102 13 54
                                    

PALERMO, SICÍLIA — ITÁLIA.

Joanne tinha um sorriso meigo no canto dos lábios, o que encantava o rapaz à sua frente.

— Não posso ficar aqui por muito tempo, infelizmente — o rapaz suspirou. — Só eu estou por aqui, e você sabe...

— Estão com alguém aí dentro, né? — Jo suspirou. — Sinto muito por fazer esse tipo de trabalho. Você é um rapaz bom.

Ele riu fracamente e fitou o rosto inocente da moça. Se ela ao menos soubesse o que ele já fizera durante seus poucos anos de vida... Ele tinha certeza que se Joanne soubesse metade das coisas já viveu e fez, desistiria dele.

Ele também desistiria se fosse ela. Na verdade, ele nem sequer se envolveria com um homem tão... Merda.

Em sua opinião, Joanne era uma garota inocente e de bom coração, o contrário da irmã, Amanda, que não passava de uma vadia metida a inteligente.

— Veja, Jo, não quero falar de trabalho — ele sorriu abertamente. — O que acha que irmos almoçar juntos amanhã?

— Seria ótimo — Jo sorriu. — De quem é aquele carro chegando ali?

O rapaz virou-se para trás e sentiu a respiração falhar. Merda, merda.

— Eu preciso voltar — ele disse rápido. — É o carro do meu chefe. Se ele me pegar de conversa aqui, me mata. Realmente me mata.

— Quem está lá dentro, Andy? — Joanne perguntou, segurando-o pelo braço.

— Ninguém que você conheça — ele respondeu firme e se soltou. — Até depois, linda.

— Andy! — Joanne gritou, tentando fazer com que, pelo menos, Amanda a escutasse e desse um jeito de sair daquele lugar, ou as coisas ficariam feias.

Joanne passou as mãos pelos cabelos e pensou em algo para fazer. Aquele maldito casarão só havia a porta da frente, não teria como Amanda sair de lá sem ser vista.

Ainda mais com aquele homem infeliz que estava preso com ela!

— Droga, droga, droga... — Joanne murmurava enquanto, disfarçadamente, ia rondando o casarão.

Andou até a pequena janela que ficava do outro lado da casa, tentando manter a calma. Mas pelo que notara, seu primo havia pensado até mesmo naquilo. Nunca uma pessoa seria capaz de passar por aquela janela, de tão pequena que era.

Joanne suspirou e observou a janela. Ficou na ponta dos pés e tentou enxergar algo dentro do local, mas não dava para ver quase nada. Além da janela ser pequena, o local era escuro também.

A garota mordeu o lábio inferior e fora voltando para a frente do casarão devagar. Sabia que Andy pensaria que ela estava esperando ele acabar de conversar com seu chefe, pobre rapaz iludido.

Joanne puxou o celular do bolso e digitou algo rapidamente, enviando a mensagem para Amanda logo em seguida. Andy conversava com um homem alto que Joanne não estava reconhecendo, também não perdeu tempo tentando fazê-lo.

Deixaria aquela parte para Amanda, tinha certeza que a irmã conhecia aquele homem. Amanda sempre conhecia todo mundo.

O tempo passava tão lentamente que Joanne já estava ficando agoniada. Amanda não respondia sua mensagem e, ao que tudo indicava, Andy entraria com aquele homem e então tudo estaria acabado. Completamente acabado.

Todos morreriam. Joanne morreria. Amanda morreria. O homem que estavam tentando ajudar morreria. Iriam todos para o inferno da forma mais lenta e dolorosa que existisse. Joanne sabia bem o que aqueles malditos eram capazes de fazer, infelizmente.

Pull Me In - Fire (Liskook) - Livro 2Where stories live. Discover now