Epílogo

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Longos sete meses haviam se passado desde o ataque e todas as aventuras da Itália. A poeira havia baixado, Londres estava quase 100% reconstruída e já tinham novos policiais em todas as unidades que foram prejudicadas no ataque.

Aos poucos, tudo estava voltando para seu devido lugar.

Jungkook tinha tudo para estar no lugar de Charlie e no comando da unidade londrina, mas abriu mão de tudo porque, de acordo com ele, Emma merecia aquele posto mais do que qualquer um. Então ela era a nova chefe.

A mulher já estava curada e não havia ficado com nenhuma sequela dos tiros que levara; apenas as cicatrizes pintavam seu abdômen bonito.

Sob comando de Emma, já tinham uma nova missão: finalizar o que Charlie havia começado há anos atrás.

Com o decorrer das investigações, descobriram que o mais velho desviava dinheiro público há mais tempo que se podia contar. Além de sempre ter estado envolvido nos maiores escândalos que eles investigavam e, aparentemente, solucionavam.

Todos os problemas que aconteciam pelo país tinham ao menos o consentimento de Charlie. Ele era um crápula, um falso. Enganou todos ao seu redor com seu discurso pronto e cheio de falso afeto. Conseguiu manipular até mesmo os mais inteligentes; afinal, quem desconfiaria do homem mais íntegro da cidade?

Ele havia aceitado prender seu aprendiz quando as coisas apontaram para o mesmo. Mas tudo não passou de um teatro bobo, um falso sacrifício.

Agora Charlie estava preso ali, sob o comando da ex-namorada. E havia sido algemado e levado por Jungkook, seu fiel aprendiz.

A fim de concluir de vez aquela fase da vida e enterrar de uma vez por toda aquela história de horror, Emma autorizou que Jungkook investigasse de forma extrajudicial o tão aclamado cofre, que, embora o policial houvesse arrancado de Charlie todas as informações, ainda continuava perdido em algum país europeu.

Não demorou muito para que Emma o encontrasse; ela ainda era muito boa em hackear sistemas e em rastrear coisas aparentemente perdidas. Com todas as dicas e comissões de Charlie não foi tão difícil assim encontrá-lo.

Eles deveriam fazer aquilo de forma oficial, já que tudo estava em nome do falecido Crowley; porém não tinham tempo a perder. A autorização oficial do juiz levaria tempo e eles seriam enrolados até que a investigação fosse encerrada e arquivada; ninguém queria encontrar o que havia escondido naquele maldito cofre que tanto os perseguiu.

Tinham tantos podres lá que até mesmo o presidente preferiu se resguardar. Como Crowley havia juntado tantas coisas, ninguém sabia responder. Talvez nem mesmo ele soubesse; era incalculável a quantidade de podridão que ele foi capaz de juntar.

E jurando ser seu último ato fora da linha, Jungkook aceitou o que Emma o propôs: visitar o cofre como se fosse seu dono. E com Lisa em seu encalço; ele já tinha aceitado, por fim, que ela era sua real parceira para todos os momentos.

Com um sorriso no canto dos lábios e ainda segurando a mulher pela cintura, Jungkook atravessou as enormes portas do banco luxuoso e levemente escondido. Lisa, ao seu lado, parecia tensa, porém ansiosa.

Era o último passo que precisavam para ficar diante de toda verdade. Descobririam juntos o que tanto perturbara os bandidos mais perigosos — e agora, mortos — de toda a Inglaterra.

— Bom dia — Jungkook disse educadamente, em seu inglês carregado de sotaque. A mulher no balcão o encarou, sorrindo-lhe tão educada quanto. — Eu gostaria de visitar o meu cofre, de número 777.

— Seus documentos e nome completo, por favor, senhor — a mulher pediu com um inglês tão perfeito quanto o dele.

Não demorou muito para Jungkook lhe estender tudo o que fora pedido, percebendo uma Lisa apreensiva colada em seu corpo. Apertara-lhe a cintura mais uma vez, passando toda a tranquilidade que sentia.

Pull Me In - Fire (Liskook) - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora