Julgamento dos itens

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Quando Karim concentra o seu poder, o seu Sennen Aitemu não consegue pesar o coração do rei dos ladrões, fazendo com que o Hem-netjr ficasse estarrecido porque o seu tesouro sempre conseguia pesar até aquele instante.

Então, ele pensa consigo mesmo:

"A balança está pendendo demais. Não consigo pesar a maldade desse homem! "

Enquanto isso ocorria, Isis pensava consigo mesmo, suando frio conforme o seu colar brilhava, revelando cenas difusas e uma sensação perturbadora:

"As trevas do mal em pessoa trarão a desgraça ao nosso mundo..."

Nesse interim, o colar de Mahaado continuava apontando loucamente para ambos os homens enquanto exibia uma aura dourada. Era audível o som das pontas de metal se mexendo freneticamente nas argolas onde estavam presas.

"Lei e Ordem? Não me façam rir! Eu vou mostrar para vocês a verdadeira natureza dos sete tesouros... O poder das trevas que pode destruir tudo! É exatamente o que eu quero. Eu quero me vingar do passado negro que vocês tentam esconder e que consiste no dia do nascimento dos sete tesouros. " – ele exclama em pensamento enquanto exibia um sorriso arrogante.

- Hem-netjer Shada, as trevas daquele homem são muito profundas. Cuidado para não ser tragado pela maldade dele! - Akhenaden exclama, decidindo seguir com o teatro de Guardião sagrado leal ao monarca.

- Sim! – ele ergue a sua chave da alma e concentra o seu poder – Poder da chave da alma! Leve-me até a alma do criminoso!

Então, ao tentar entrar, uma serpente imensa surge com mandíbulas escancaradas contra ele após emergir das trevas a sua frente. A visão do ataque foi intensa ao ponto do Guardião sagrado ser obrigado a abaixar o objeto e recuar, além de lutar arduamente para se recuperar da visão e da sensação gélida da morte.

- O que houve, Hem-netjer Shada? – Seto pergunta preocupado.

- O ka desse ladrão é muito grande! A placa de pedra Wedju é muito pequena! Precisamos de uma tábua maior! – o guardião sagrado exclamava enquanto apontava para a tábua atrás dele.

Essa revelação deixa Shimon estarrecido enquanto que Atemu puxava discretamente Yuugi para mais perto dele ao mesmo tempo em que analisava atentamente a situação embaixo do trono.

Claro, ele poderia intervir, mas sentia que seria um duro golpe para o orgulho dos seus Guardiões sagrados, principalmente para o seu primo Seto. O ideal seria intervir apenas se eles não conseguissem lidar com a situação e conforme analisava as revelações e a postura dos criminosos, acreditava que seria necessário à sua intervenção.

Ademais, o rei decidiu não buscar o corpo do seu avô porque isso implicaria em se afastar do seu amado, algo que o monarca não faria porque amava Yuugi e por isso, não podia deixá-lo desprotegido.

O soberano de Kemet podia mandar o seu ka pessoal fazer isso, mas poucos sabiam da existência dele e desejava mantê-lo como um trunfo.

Por isso, raramente o invocava para que terceiros o vissem, com ele preferindo invocar os Ka das pedras Wedju no lugar do seu Ka pessoal.

- Creio que é hora das apresentações. Certo, Kura?

- Com certeza.

Um grande Ka de cor cinza com tórax e rosto de traços retos surge de trás dele enquanto que a parte de baixo da cintura possuía a forma de uma serpente, para depois, pousar abruptamente no chão ao mesmo tempo em que atrás de Kura surgia uma mulher de aparência perturbadora de pele cinza azulada, com um corpo semelhante ao de um boneco, segurando em seus braços um bebê desfigurado.

A visão desse Ka deixou todos estarrecidos. Ao contrário do grande ka que invadiu a sala, este era pequeno, fazendo com que não entendessem o sorriso presunçoso do invocador enquanto que Yuugi sentia calafrios ao olhar para aquele estranho Ka.

Claro, o monstro grande despertava medo, mas aquele monstro humanoide em forma de mulher era mais aterrorizante e não somente pelo estado do aparente bebê que faltava extremidades e parecia deformado, e sim, pela aura ou algo assim. Algo lhe dizia que aquele Ka era perigoso de uma forma preocupante, fazendo-o questionar se os outros haviam sentido isso.

Prontamente, Atemu empurra o seu amado para trás, ficando protetoramente na sua frente enquanto se elevava do trono ao mesmo tempo em que todos os demais olhavam estarrecidos o imenso Ka e o outro monstro bem menor e de aparência perturbadora para muitos daqueles que se encontravam presentes na sala. Os servos e escravos estavam encolhidos, chorando de medo pelo aparecimento dos seres enquanto que os outros haviam conseguido escapar do local.

Nesse interim, há centenas de quilômetros dali, a dragoa escamosa branca de asas semelhantes a pele de morcego termina de preparar o seu ataque múltiplo concentrado enquanto exibia olhos repletos de um prazer ensandecido ao mesmo tempo em que Yukiko havia preparado o seu contra-ataque, exibindo um rosto imerso em concentração porque precisava manter todos os elementos condensados sobre perfeito controle e equilíbrio.

A técnica que ambas utilizavam exigia um controle refinado e perfeito. Qualquer erro, mesmo ínfimo, faria o ataque se voltar contra o invocador, fazendo-o sofrer danos e como o executor se encontra aberto a um ataque direto por precisar controlar os elementos, ele irá receber o ataque com todo o seu poder e intensidade.

Era uma técnica poderosa, mas igualmente arriscada. Bastava um mísero erro para a magia sair pela culatra e se voltar contra aquele que a conjurou.

No embate entre ambas as técnicas, quem tivesse o controle mais refinado e a capacidade de anular os elementos um do outro seria o vencedor. Yukiko sabia que perder não era e nunca seria uma opção. Ela precisava proteger os pais daquele que via como um filho querido, assim como Yoru, a égua selvagem que Yuugi estima por ser a sua amiga, também.

Afinal, a meia dragoa nunca permitiria que qualquer mal se abatesse contra eles.

Ademais, agora que os havia encontrado, poderia trazer Yuugi para vê-los em segredo. Falhar não era uma opção.

Além disso, aquela que os ameaçava era alguém que pertencia ao seu mundo de origem e como detinha ainda os seus títulos e ascendência, ela tinha a obrigação moral de detê-la e fazê-la pagar pelos seus crimes.

Após longos minutos expectantes, Kasumi sorri malignamente e libera a técnica contra a meia dragoa ao mesmo tempo que a princesa liberava a sua técnica também, com ambas as técnicas se assemelhando a rajadas individuais que possuíam a sua própria cor em alusão ao elemento condicionado naquela rajada.

O embate feroz e intenso entre os feixes começa através do choque de poderes, com ambos os lados podendo controlá-los, desde que mantivessem uma concentração extrema e uma estratégia melhor que a do oponente.

Conforme ocorria o confronto, a batalha se torna equilibrada, não exibindo até aquele instante um aparente vencedor até que em um determinado momento, Yukiko percebe que a sua adversária mexe levemente as mandíbulas e embora não pudesse capitar as palavras usadas, ela imagina que é alguma forma de tentar distrai-la para fazê-la perder o controle dos feixes.

Dois corações e um destinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora