O desespero de Yukiko

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Assim que ergue a espada, segurando o cabo com as duas mãos para afundá-la o mais profundamente possível no corpo dela, a albina procura ascender para o céu de forma brusca e igualmente violenta em um ângulo próximo de noventa graus em direção as nuvens, voando quase que em sentido vertical, batendo vigorosamente as suas asas possantes apesar de sentir uma dor considerável em uma delas pelo golpe que sofreu na junção de uma das asas, além da dor da espada curva que se encontrava cravada no corpo dela.

Mesmo sentindo dor na articulação de uma das asas, ela se concentra em ascender o quanto antes para o céu, com o general parando de atacá-la por ter perdido a espada, que caiu durante a ascensão abrupta e inesperada, sendo que naquele instante, ele lutava desesperadamente para se segurar na dragoa alva e peluda através da sua espada fincada profundamente na carne dela.

Conforme ela ascendia para o alto, o general enfrentava ventos cortantes e igualmente gélidos enquanto se tornava cada vez mais difícil para ele respirar, fazendo o mesmo ficar arfante ao ponto de começar a sentir os efeitos da hipóxia em seu cérebro.

Após alguns segundos, ele começa a sofrer danos gravíssimos em virtude da hipotermia enquanto que várias partes do seu corpo eram congeladas.

Por se encontrar em uma altura que possuía condições adversas para vida humana, ele fica inconsciente, com as suas mãos soltando a espada enquanto caía das costas da dragoa que sorria imensamente apesar das dores intensas que tomavam o seu corpo pelos golpes que havia sofrido, exibindo intensa satisfação no olhar ao ver o corpo do general caindo rumo ao solo com as funções vitais dele cessando gradativamente.

Quando ela leva as suas mandíbulas até o objeto cravado em sua carne visando retirá-lo, surge o conhecimento de que seria arriscado fazer isso, pois o objeto podia estar impedindo que alguma hemorragia severa acontecesse. Se o tirasse, poderia provocar uma hemorragia violenta.

Afinal, a albina não sabia qual a extensão do dano dentro dela que a arma proporcionou.

Portanto, ela deixa a espada cravada nela, por mais que a incomodasse e a fizesse sentir dor, enquanto começava a descida em direção ao solo.

Visando chegar o mais rápido possível até os soldados, Yukiko faz um mergulho na posição vertical retraindo as suas asas, fazendo com que se tornasse um projétil, pois, precisava chegar o quanto antes até os soldados remanescentes para neutralizá-los eficazmente, permitindo assim que os aldeões e o seu amigo pudessem fugir com uma boa margem de segurança.

No chão, os soldados julgaram erroneamente que a dragoa foi morta pelo general deles e após comemorarem a façanha, pois, um humano havia derrotado um dragão, eles começam o seu avanço em direção à vila, conforme conseguiam neutralizar as criaturas de gelo, embora as mesmas tenham conseguido matar inúmeros soldados, sendo que havia alguns pássaros de gelo remanescentes que voavam, atacando o máximo de soldados possíveis, antes que fossem destruídos.

Os soldados remanescentes que haviam se aproximado da vila, exibem estupefação em suas faces ao verem um menino de cabelos espetados e tricolores, murmurando de olhos fechados palavras desconhecidas a eles enquanto se encontrava parado na entrada da vila e por ser demasiadamente menor do que um garoto da sua idade, os soldados julgam erroneamente que era uma criança e não um garoto de catorze anos.

Após passar a estupefação, um deles fala com visível descrença em sua voz:

- Depois de um dragão é uma criança?! Avancem! – o comandante ordena.

Os soldados não sabiam que o garoto havia se desvencilhado de sua família para ficar próximo da dragoa, após entregar a sua amiga Yoru aos cuidados dos pais dele sobre promessas sagradas do pai dele ao se prontificar a cuidar dela, fazendo ela se afastar sobre muita reticência, além de assumir a responsabilidade de ajudar a albina a detê-los.

Dois corações e um destinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora