Capítulo 30

1.2K 96 10
                                    

Acordei na minha cama, olhei à minha volta, a Kika não estava no quarto, olhei depois para o relógio. 8h30 da manhã. Uau... onde estaria ela? Levantei-me, tomei banho, tudo nas calmas, sequei ao de leve o cabelo e vesti-me. Decidi que ainda tinha tempo de ir dar uma volta, saí da casa, logo depois de dizer á Conceição que iria dar uma volta pelo terreno. Decidi que seria uma boa ideia ir até ao campo, onde está o meu avô. Lá fui, atravessando a propriedade, pelo seu atalho, teria que passar pelo estábulos. Já eram 9h15 e muitas crianças já andavam com as bolas e as brincadeiras, sempre a cumprimentar-me quando me viam... eram as coisas mais fofas de sempre, tenho que dizer, inocentes criaturas que brincam por aí, sem se preocuparem com muito, sem precisarem de muito para se entreter. Passam o dia a brincar e a noite a dormir, sem preocupações com amores, ou dor, porque sorriem e são felizes. Saudades desses bons tempos.

Chegando ao estábulo oiço duas vozes. Eu sei, eu sei, chamem-me cusca, mas fiquei a ouvir por de trás do grande portão de madeira que dava entrada no estábulo. Reconheci a voz da Kika, o que é que ela veio fazer a esta hora da manhã ao estábulo? Depois reconheci a voz do Digo. Ok... algo que passa, isto cheira-me a esturro... ou melhor, a estrume. Ok, não teve piada, mas eu tentei... ok, vou calar-me.

-Kika, eu estou a falar a sério, tive imensas saudades tuas.- ouvi-o

-Oh, também em Lisboa há muito que fazer não estejas a mentir, não tinhas tempo para saudades...-disse ela. Oh Kika... porque é que és assim?

-Acredita, eu tive mesmo...uhm... eu...eu gosto muito de ti- disse ele. Ok, isto está a tornar-se sério.

-Uhm.. eu..uhm a sério?-perguntou ela. Ok, isto está a tornar-se tão awkward... porquê? Mas eles são tão fofos... tão inocentes, tão envergonhados e estranhos

-Sim, gosto mesmo- disse ele. Depois calaram-se, olhei, obviamente com cuidado, para o interior do estábulo onde os dois estavam, agarradinhos, a darem um beijo, tão fofos! Eu sabia que eles iriam acabar juntos de alguma maneira, eu...sentia! Parabéns para mim que estou (quase) sempre certa!

Decidi voltar para trás, até porque entretanto seria o pequeno almoço, mas este pequeno passeio já tinha valido a pena...

Shawn POV

Sai do quarto e fui treinar um pouco de guitarra para a entrada da casa. A Conceição disse que a Kika e a Savannah tinham saído, e decidi que chegarem e ouvirem-me a tocar seria uma boa surpresa... Sentei-me nas escadas em frente da porta, a pedra fria refrescava-me do calor intenso e alentejano desse dia. Ao de leve começo a dar acordes e dedilho um pouco na minha guitarra. Sinto alguém a bater palmas, irônicas e estranhas, não conhecia a pessoa. Olhei para cima e vi um rapaz. Alto, de olhos castanhos e cabelo aclarado.

-Olá Shawn.- disse ele.

-Olá... -respondi com um ar desconfiado. Não conhecia o rapaz... Como é que ele me conhecia?

-Não deves saber quem sou...- estendeu a sua mão para um aperto de mão- Samuel, Samuel Ferreira

Fixei o meu olhar nele, não me preocupei em dar a mão para apertar, fiquei apenas a olhar, e, eventualmente ele baixou a mão. Decidi ignorá-lo, não queria falar com ele, não depois do que a Savannah me contou, sentia nojo, nojo de uma criatura que tivesse coragem de fazer tal coisa a uma rapariga, especialmente à Savannah.

-Não sei o que é que a Savannah te disse, mas garanto-te que está a exagerar, ela sempre foi a rainha do drama...- disse ele. Com este comentário perdi a paciência, e, com força pousei a guitarra no chão, levantando-me e ficando à sua frente

-Tu não falas dela assim, não tens o direito, e sinceramente se fosse a ti ia embora, não fazes falta aqui nem és desejado. - respondi entre dentes.

Summer with you -Shawn Mendes (A EDITAR)Where stories live. Discover now