Capitulo 43

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-Então, e se deixássemos que o nosso último dia fosse melhor do que todos os outros?

-podemos não nos referir a este dia como o nosso último dia?- pedi ainda a brincar com o colar

-Claro. Vamos reformular a frase, vamos deixar este dia ser o melhor das férias, não te vou deixar sozinha nem um minuto. E vamos não falar sobre o amanhã. Eu sei que gostas de ter tudo sobre controlo, sei que gostas de saber o que pode acontecer. Mas por um dia, so um dia, deixa que o presente te passe nas veias e não penses demasiado nas coisas. Aproveita o dia.

-Carpe Diem- respondi desta vez com um sorriso. E sem demorar nada ele beijou-me. Mas desta vez o beijo não foi intenso, não foi apaixonado, foi um beijo brincalhão, entre sorrisos, e umas leves cócegas na barriga, que me animaram e puseram mais bem disposta.

Eram estes momentos, a maneira como ele me conseguia fazer rir, a maneira como lidava comigo, de que eu ia sentir falta.

Não falámos mais sobre o assunto o resto do dia. Até diria que nos ignoramos bastante. Dentro de algumas horas íamos para o quarto arranjar-mo-nos, íamos para a carrinha azul escura, carregada de malas e memórias, presentes para amigos e família, lágrimas e fotografias, íamos para aviões diferentes, países diferentes. De momento era uma coisa em que não conseguia pensar.

Não sei se ignorar é de facto a decisão correta, mas falar sobre a nossa separação custa mais. Ver um sorriso, ouvir uma gargalhada, sentir um abraço apertado, por mais nostálgico, ou triste que seja, é melhor.

-Vamos para a água, então?- voltou a perguntar

-Sim, senhor impaciente, podemos ir pra a água.

De mãos dadas seguimos para a borda da piscina, onde o pequeno Joe fez as honras de nos molhar imediatamente, seguido por uma gargalhada da minha família que ali estava. Apesar de ter ficado encharcada em segundos, não pude deixar de admirar a família feliz que tinha. Apesar dos maus momentos, apesar das zangas, apesar das idas pra a universidade, sempre fomos Unidos, e sei que posso contar com eles.

Entrei com a minha típica "bomba" na piscina, deixei que o meu "splash" atingisse todos e vim ao de cima com um grande sorriso. Ia seguir o conselho do Shawn, aproveitar o que me resta desta felicidade.

Depois de horas na piscina, saímos com os dedos engelhados, o Joe a resmungar, mas eu feliz, porque já estava com frio, vou ser honesta. Deitei um suspiro de alívio quando o meu corpo foi contra a toalha e senti os raios de sol a aquecerem as minhas costas. 

-Comida querida?-perguntou a a minha mãe, fazendo-me leves festas no cabelo.

-O que é que tens?-perguntei sentando-me e enrolando o cabelo num bun alto na cabeça, para tirar o cabelo encharcado da cara e costas. 

-Sandes, bolachas, bolinhos...-disse ela

-Bolachas, por favor. -pedi com um sorriso

-Porque é que sorris mais para as bolachas do que para mim?-perguntou Luke, dando um toque no meu bun, e rindo

-Porque gosto mais de bolachas do que gosto de ti não é óbvio?-perguntei com um sorriso de lado

-Que graciosa maninha-disse sarcástico- claramente és a labrega da família...

-Isso é porque vocês nunca se viram a comer-revirei os olhos

-Podemos não discutir?- pediu o meu pai

-Podemos jogar ás cartas?-pediu o Joe com o baralho azul impecavelmente embalado na caixa branca

-Eu voto sim!-respondi enfiando de seguida uma bolacha na boca.

Summer with you -Shawn Mendes (A EDITAR)Where stories live. Discover now