Esse não é um conto de fadas.
Nessa história também não existe mocinho e bandido, certo ou errado.
Não é uma história engraçada, nem completamente trágica. Ela é a história de amor de um homem comum, que teve inúmeras vezes seu orgulho ferido. Que...
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— Qual parte do 'somente amigos' você não entendeu? – Perguntou deixando dois beijinhos no lugar onde meu coração batia loucamente acelerado.
— Eu entendi, apenas não concordei – retruquei o apertando ainda mais contra mim. — Por favor Harry, dê uma chance para nós dois. – Supliquei e senti ele assentir, quase imperceptivelmente, contra a curvatura do meu pescoço.
Harry se afastou o suficiente para encarar meus olhos, respirou fundo e disse:
— Se você prometer que irá respeitar as minhas decisões sem me censurar, sem fazer perguntas e sem cenas de ciúmes...
— Eu prometo – interrompi afobado. — Sou capaz de qualquer coisa para estar com você, mon chéri.
Harry revirou os olhos carinhosamente, se soltou do meu abraço e voltou a sentar-se fazendo sinal para que eu fizesse o mesmo.
— Louis, preciso que você tenha consciência de que sou livre para fazer o que eu quiser sem te dar explicações – foi a minha vez de revirar os olhos. — Estou falando sério, não peça mais do que posso te dar. Não irei te prometer exclusividade, entretanto se mesmo assim você decidir se tornar meu amante, saiba que terá que ter três qualidades. – O garoto declarou firme.
— Quais? – Murmurei apreensivo.
— Seja confiante, obediente e principalmente discreto. – Proferiu devagar, deixando claro de que eu deveria prestar atenção em cada palavra.
Não pensei duas vezes, afinal foram dois anos sonhando com Harry e agora que tinha a oportunidade de tê-lo em meus braços, eu não hesitaria. Olhei ao redor e vi em sua mesinha de cabeceira um ramalhete de girassóis, fui até lá, escolhi o menor deles e voltei até onde o garoto estava sentado em posição de índio e observando curioso os meus movimentos.
— Eu aceito, mon petit – afirmei colocando a flor atrás da sua orelha. — Prometo que cuidarei de você. Serei seu amigo, seu amante e confidente e darei o meu melhor para te fazer feliz.
— Oh, Louis! Você é um verdadeiro príncipe, juro que nunca fui tratado com tanto carinho – seus olhinhos estavam marejados e seus lábios carregavam um sorriso tão sincero que naquele instante eu me senti o homem mais sortudo do mundo. — Sabe, eu já tive condes e duques aos meus pés, muitos cavalheiros considerados nobres, mas nenhum deles tocou o meu coração antes – ele deslizou devagar os dedos pelo contorno do meu rosto. — Irei me esforçar para que tudo dê certo entre nós dois.
É certo que meu coração falhou algumas batidas quando senti, pela primeira vez, o toque aveludado da sua boca contra a minha. Começou com leve roçar de lábios, ambos sem pressa de iniciar de fato o beijo, tínhamos tempo e queríamos aproveitá-lo. Harry segurou o meu rosto entre suas mãos e eu circulei sua cintura fina juntando nossos corpos o máximo que pude, então enfim nós beijamos de fato, transmitindo naquele gesto, ternura, devoção e promessas não ditas.
