Esse não é um conto de fadas.
Nessa história também não existe mocinho e bandido, certo ou errado.
Não é uma história engraçada, nem completamente trágica. Ela é a história de amor de um homem comum, que teve inúmeras vezes seu orgulho ferido. Que...
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Fazia cerca de uma hora que Bernard e eu preparávamos as malas para minha partida quando ouvimos batidas insistentes na porta.
— Devo abrir, senhor? – O criado indagou.
— Sim, pode abrir. – Respondi me perguntando quem viria a minha casa tão tarde da noite.
Um tempinho depois, Bernard retornou ao meu quarto e anunciou:
— O senhor Styles está na sala e pede para lhe falar.
Paralisei no lugar por alguns segundos antes de ir ao encontro dele à passos rápidos, sentindo que meu coração poderia sair pela boca, visto a forma descontrolada que batia.
Harry estava sentado na beirada da poltrona, seu rosto estava mais pálido do que costume e havia bolsas escuras ao redor dos seus olhos. Seus ombros estavam levemente caídos e ele brincava com a barra da camisa parecendo perdido em pensamentos.
— Mon petit. – Sussurrei nervoso e, sem conter a emoção, me ajoelhei entre suas pernas, peguei suas mãos trêmulas entre as minhas e repeti sem parar o quanto estava arrependido e precisava do seu perdão.
— Quantas vezes você pedirá perdão, Louis? E quantas vezes meu coração estará disposto a conceder o perdão? – Indagou escovando meus cabelos com seus dedos gelados.
— Não pretendo te magoar novamente chéri, por favor acredite em mim.
Harry suspirou e encarou meus olhos com o semblante triste.
— Você me disse que está voltando para sua cidade natal e eu não vim para te pedir que fique em Paris e sim porque passei o dia com febre alta e dores fortes que me impediram até mesmo de te responder, eu não quero que vá embora pensando que estou chateado contigo – comentou baixinho. — Prudency me aconselhou a não vir, disse que talvez eu te incomodaria, porém gostaria de me despedir.
— Isso nunca, mon petit – afirmei convicto. — Como pôde pensar que sua presença me incomodaria se tudo o que quero é ficar ao seu lado?
— Ora, você poderia estar acompanhado – Prudency, quem eu nem tinha notado estar na sala, provocou. — E não seria nada divertido encontrarem-se dois amantes em sua casa.
— Prudency! – rebati exasperado. — Por que está falando tamanho absurdo? Sabe bem que Harry é o único para mim. – Eu observava de soslaio o garoto que relaxou visivelmente depois da minha afirmação.
A mulher deu de ombros parecendo satisfeita em analisar os quadros que haviam na parede.
— Tudo bem, me desculpe – ela disse e logo apontou para o corredor lateral. — Seu apartamento é bonito, posso conhecer os outros cômodos? – Sinalizei que sim e a mulher sumiu de nossas vistas nos deixando a sós.
— Vou te fazer uma pergunta – disse sem rodeios. — E francamente espero uma resposta sincera, Harry – ele me encarou e engoliu em seco concordando com a cabeça. — Você está mesmo apaixonado por mim?