➛૪' CAPÍTULO 4

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Dean colocou, de maneira bruta, o diário do seu pai sobre o balcão e cruzou os braços.

—— Tá de brincadeira. O cara não é um gênio. É um vagabundo de estrada.

Realmente a aparência do Ash não colabora com a palavra "gênio", mas também não podemos julgar ele por suas roupas ou corte de cabelo. Preferi ficar quieta sobre esse assunto e não me intrometer em algo que não sei nada a respeito.

—— Gostei de você. —— Ash falou. Ele ainda tenta ser legal com esse brutamonte do Winchester.

—— Obrigado.

Jo traz uma garrafa de água e três copos. Ela começou a servir e acrescentou.

—— Dê uma chance a ele.

Ash estava com uma expressão divertida no rosto, do tipo que ia provar que Dean estava errado sobre ele. Agora estou começando a acreditar nele. Se não desse em nada íamos continuar no mesmo lugar, então por que não deixar o cara tentar?

—— Jo, por acaso vocês estão cozinhando agora? —— perguntei baixinho para a loira. Sam, sentado ao meu lado esquerdo, me deu uma olhada mas voltou sua atenção para os rapazes.

—— Ok. Aqui tem um ano de trabalho do meu pai. Então, o que você acha?

—— Sim. Você quer alguma coisa? —— ela me respondeu no mesmo tom para não atrapalhar os outros.

—— Vocês fazem panquecas? —— Jo apenas concordou com a cabeça. —— Pode ser então. Obrigada.

Ela saiu levando a garrafa e entrou na cozinha. Ash estava folheando as páginas e negava com a cabeça algumas vezes.

—— Fala sério. Essa droga não existe. Ninguém pode rastrear um demônio assim.

Dean e Sam trocaram olhares. Pelo jeito eles fazem isso com bastante frequência, parece até que eles se comunicavam mentalmente para que ninguém entendesse.

—— Nosso pai podia. —— Sam respondeu. Ash olhou para nós três e voltou a folhear o diário.

—— São quadros estáticos sem parâmetros. Correlações de espectros cruzados. Caramba! —— eu não entendi nada do que ele falou. Parece que está falando uma língua totalmente diferente da minha. —— São sinais. Presságios. Se rastreá-los vai chegar ao demônio.  Falhas nas plantações, tempestades elétricas. Já foi atingido por um raio? Não é legal.

—— Dá pra rastrear ou não?

—— Dá. Com isso, eu acho. Mas vai levar tempo. Me dê… —— ele parou de falar e parece calcular mentalmente. —— 51 horas.

Ash começa a juntar as papeladas. Olho para os irmãos e eles parecem estar um pouco impressionados com a habilidade de Ash. Senti vontade de rir da cara deles.

—— Ei, cara. —— Dean o chama quando Ash já estava saindo.

—— Fala.

—— Teu cabelo é maneiro.

—— Negócios na frente, lazer atrás. —— Ash passou a mão pelas madeixas e exibiu seu cabelo longo, jogando ele com a mão. Não consegui conter uma risadinha.

Jo voltou e colocou um prato com três panquecas na minha frente. Sorri como forma de agradecimento e ela foi limpar as mesas. Finalmente vou poder comer, estava faminta. Peguei o garfo e comecei a cortar a primeira panqueca.

—— Ellen, o que é aquilo? —— Sam perguntou. Olhei para o lugar que ele estava apontando e vi uma pasta branca, com palavras em vermelho.

—— Um receptor da polícia. Para ficar sabendo das coisas. —— ela respondeu secando um copo.

PRAY FOR ME • SUPERNATURAL FANFICTIONWhere stories live. Discover now