A Realeza - Percabeth - Livro 2

Puxado o gatilho

Na manhã de volta ao castelo, Iris veio falar comigo que apesar do momento complicado eu precisava de um discurso para o final de semana, um projeto para apresentar para a população em um horário nobre. Eu me agradeçi por ter trazido as anotações do meu pai.

Depois que saí do quarto tive uma conversa franca com os meninos, eles choraram durante todo o tempo me abraçando e implorando para mim ficar. Minha madrasta me abraçou quando estava saindo de casa, mais doque o normal e com certeza com muito mais emoção.

– Seu pai está muito orgulhosa de você querida – Disse enquanto passava a mão no meu cabelo.

Assim que entrei no quarto me troque, minha camisola rosa não estava mais lá, no lugar tinha uma azul que não precisava pensar muito para saber quem tinha mandado deixar ali. Assim que amarrei o cabelo pedi para as criadas vários livros da biblioteca e um quadro branco (o maior que eles tivessem) e muito papel e tinta, muito.

Essa foi minha semana, as vezes de noite Percy parecia do meu quarto e dormia abraçado comigo enquanto lia mais algum livro. Essa semana que seu pai estava aqui ele não parou por nem um segundo mas sempre que tinha tempo mandava criados deixarem café quente na minha porta. Rolou algumas fofocas que o príncipe e eu tivéssemos brigados já que alguma revista de fofoca tinha inventado que eu odeio café e sem contar que ninguém o via no meu quarto exceto as meninas que falei estritamente para não comentarem nada.

Aquela semana eu também escolhi o meu vestido para o final de semana, um azul quase preto liso que cobria desde o meu braço a minha canela. Afinal ainda  estava em luto pela morte de meu pai. Queria aquilo bem claro.

– Dorme um pouco – Dizia Percy manhoso do meu lado – Eu sei que você ama derrubar o governo, mas esse príncipe aqui precisa de atenção.

– Você está muito folgado – Resmunguei deixando o livro de lado.

– Meu pai disse que ouviu que eu e você brigamos hoje no café da manhã – Comentou o moreno do meu lado abraçando minha cintura – Sua amiga Thalia não pareceu convencida disso, na verdade Rachel me perguntou como você estava, eu me fiz de sonso.

– Foi difícil? – Debochei enquanto caminhava até a cama.

– Haha engraçadinha – Ele ironizou deitando também.

– Você não é muito bom de disfarçar que gosta de mim – Afirmei orgulhosa.

– Não tem como – Ele falou contra minha pele me fazendo arrepiar inteira.

– Por sorte eu sei né príncipe – Falei em seu ouvido antes de o abraçar.

– Um beijo de boa noite?

– Vai dormir Perseu Jackson – Debochei virando para o outro lado.

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Eu estava me vestido, meu cabelo preso em um rabo de cavalo que fazia meu cabelo ficar volumoso, junto com uma maquiagem quase imperceptível, parecia natural. O vestido ficou perfeito no tom que eu pedi. Peguei a minha pasta com os documentos e o planejamento do discurso e desci as escadas, no final dela avisto o resto das garotas, todas elas estão de preto. Rachel foi a primeira a se aproximar de mim.

– Annabeth ficamos tão preocupadas com você – Rachel me abraçou – Meu pêsames.

Eu segurei o choro e abri um sorriso para a minha amiga, Thalia logo chegou e me abraçou também. Reyna apenas me confortou do jeitinho dela e Kelly estava mais a distância com seu vestido rosa como os que eu usava no começo da seleção. Quando entramos no salão formos instruídas a sentar na fileira um do lado da outra em ordem de apresentação, por algum motivo (talvez por peso na consciência) Iris me deixou por último, isso seria de grande vantagem.

As meninas tinham projetos incríveis, Kelly falou sobre turismo e urbanização (pena que errou ao instruir que destruírem as "favelas" para "acabar" com a pobreza), Thalia falou sobre o gasto de água e algumas coisa que poderíamos conscientizar a população e as grandes empresas a tardar a destruição do planeta terra, Rachel trouxe em pauta a educação e a alienação além de um apoio aos artistas pequenos e pessoas com novas ideias. Reyna falou sobre segurança e proteção dos bens públicos, propondo uma reavaliação da polícia que tratava pessoas de pretas e pessoas com as castas mais baixas de um jeito muito mais hostis que pessoas brancas e de castas maiores.

Finalmente minha vez chegou, eu me posicionei no palco com um leve sorriso no rosto.

– Boa noite povo dos Estados Unidos da América – Foi a primeira coisa que eu disse – Eu como uma pessoa de uma castas menor que conseguiu se manter até a reta final da seleção, estou aqui para representar essas pessoas. Claro que não agrado ou falo por todos mas eu já vi meu pai ter que escolher entre pagar a energia ou passar fome, também vi pessoas que não tinham a opção de escolher.

"Isso são cartas de alguns rebeldes ou apenas cidadãos de castas menores que eu encontrei ou que chegaram até minha mão, muitas são pessoas implorando por comida, por que vivem em condições precárias, por ser de castas inferiores não conseguem empregos ou educação adequada, médicos se recusam a atender uma idosa em estado terminal e pais que perderam filhos pela polícia que confundiu uma mochila com uma arma."

O silêncio se fez na sala, eu respirei fundo tentando tomar coragem para dizer oque queria e arrumei quando olhei para os olhos de Percy que sorria orgulhoso para mim.

– Eu proponho uma nova sociedade, eu proponho o fim das castas.

O silêncio na sala se foi com vários resmungos e sussurro. Grover que estava se preparando para dar as manchetes gospiu toda a água no chão em choque.

– Isso é impossível – Disse Zeus lá de cima.

– Não é, vossa majestade – Respondi de imediato – Eu tenho um plano, com ajuda de várias pessoas eu criei um rascunho de como isso poderia funcionar e como todos nós poderíamos fazer acontecer.

Eu ergo a pasta que estava na mesa.

– Encerem as gravações – Ouvi Poseidon lá de cima – Abaixem as câmeras, está tudo encerrado!

Tudo foi desligado imediatamente e eu vi Poseidon apontar o dedo para mim.

– Você está expulsa da seleção senhorita Chase – Foi a última coisa que Poseidon falou antes de sair.

– Pai espera – Percy foi atrás do rei as presas.

Artemis tinha razão.

Eu tinha a arma nas minha mãos.

Eu apertei o gatilho.