Capítulo Oito | A Parte Suja da Floresta

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ATHENA
ARCHERON

PRESENTE.

4520 palavras.

MINHAS MÃOS se mexiam freneticamente conforme eu analisava mais uma vez o papel em cima da mesa

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MINHAS MÃOS se mexiam freneticamente conforme eu analisava mais uma vez o papel em cima da mesa. Os rabiscos formavam um mapa, o mapa de Prythian. Achei que seria legal ter uma releitura do lugar onde vivo agora. Os traços circulavam territórios e ilhas. Usava a minha memória para tentar relembrar os detalhes, e tinha bastante sucesso. Me aproximei novamente, escrevendo o nome da corte diurna, a indicando no mapa. Não demorou para que eu tivesse o completado com todos os nomes, andei com o pergaminho em mãos e o guardei dentro de uma das gavetas da minha própria escrivaninha. Caminhei até o parapeito da minha janela, e olhei para a vista esplêndida que tinha. Meu corpo descansou na parede ao lado, e comecei a prestar atenção na paisagem.

Eu nunca li muito sobre a Corte Primaveril, mas sempre que era citada em um dos meus livros a descreviam como um lindo e acolhedor lugar. Eu não posso dizer o contrário. A mansão de Tamlin é espelhada por uma espécie de terra verde ondulada, coberta por rosas e heras, com pátios, varandas e escadarias brotando dos lados de alabastro. É uma terra de colinas verdejantes e florestas exuberantes e lagos límpidos e sem fundo. Os terrenos eram totalmente cobertos por bosques, que se estendiam tanto que mal se via a linha distante da floresta. O lugar apresentava um eflúvio incrivelmente doce, respirar ali se tornou um prazer. Se mostra ensolarado durante o dia e sereno à noite. Viverei tranquilamente nessas terras pelo tempo que for necessário. Diferentemente de Feyre, eu não sinto saudades de casa, em virtude de todos os traumas que consegui colecionar com aquela família. Não sinto falta de me sentir insegura, esnobada, desprezada e largada todos os dias. Era bom acordar tendo a certeza de que conseguiria matar a minha fome sem precisar me esforçar. Acordar sem ter nenhuma preocupação. Não me arrependo de ter matado aquele lobo ou de ter aceitado vir de bom grado com a fera. E vocês podem me chamar de egoísta ou coisa do tipo, mas eu tenho tudo que preciso nessa casa, e eu me sinto muito mais acolhida aqui do que na minha antiga família. Não me chamem de ingrata, pois em todo esse tempo que vivi lá, sempre estive sozinha. Era eu por eu.

Nesse contexto, me sinto orgulhosa por saber que não dependo de ninguém.

Mal tive tempo de expressar mais um dos meus pensamentos longamente complexos, quando Feyre adentrou no quarto fugaz.

- Não me chame de burra, mas estou indo atrás de algo que não deveria. Quero sua companhia, já que sabe tanto sobre esse mundo. - Começa a dizer apressada, não deu nem tempo de começar a perguntar o que diabos estava acontecendo. - Suriel. Estou indo atrás de um suriel.

- Qual foi, Feyre? Tá maluca? Nós nunca vamos conseguir libertá-lo. - Mas como eu amava uma aventura, já estava recolhendo minha adaga e a enfiando por baixo do vestido.

- Lucien disse "Bosque a oeste. Jovens arvoredos de bétulas. Galinhas abatidas. Armadilha de corda dupla. Água corrente."

Feyre repetia as instruções de Lucien conforme saíamos da mansão, passamoa pelos jardins cultivados, cruzamos as selvagens colinas gramadas e os córregos cristalinos, e entramos no bosque primaveril adiante. Ninguém ao menos percebeu que estávamos saindo para uma caça, e se tivessem percebido, duvido que teriam se importado menos. Tipo, duas humanas indo fazer burrice. Quem se importa? Antes de sairmos, passamos na cozinha, pegamos algum suprimentos e vazamos.

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