34 - Desce.

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Fiquei perplexo.

Ao escutar o nome de Travor saindo da boca de Charlotte, sinti o meu corpo arder por raiva e ódio.
Raiva e ódio por ele não saber resolver as coisas diretamente comigo e sim prejudicando a família de Louis.

A minha família.

Charlotte não merecia passar por isso nunca, ela não tem nada a ver com meus problemas com Travor. Ela nem ao menos sabe dos meus problemas.

Ao escutar tudo o que Travor disse a ela, senti vontade de sair de casa no mesmo instante e ir atrás daquele filho da puta.

Ele pediu a ela para que armasse um tipo de emboscada para mim. Isso é inadmissível. Por que a Charlotte? Por que ele não veio diretamente em mim para me ameaçar ao invés dela. É muito estranho.

- Lottie, o que ele falou fora a emboscada? Ele disse o que faria com você? - seguro suas mãos enquanto as mesmas tremem muito devido ao pânico que ela deve estar sentindo.

- E-ele disse que sequestraria Madelyn. - sua voz sai embargada por conta do choro. - Disse que se eu não fizesse algo em uma semana, ele ia pegar ela e matá-la, Harry. Eu não podia, eu tentei reverter a situação, eu queria muito contar para o Louis sobre o que estava acontecendo mas não tive coragem. - seus choro aumenta e começam os soluços.

Puxo seu corpo para junto ao meu, onde sua cabeça ficou em meu peito e eu pude rodear meus braços sobre seu corpo, que chacoalha devido ao choro.
Afago seus cabelos com minha mão e dou um beijo em sua cabeça. Começo a balançar nossos corpos, como se estivesse ninando uma criança.

- Lottie, ficará tudo bem. - digo baixo. - Eu vou resolver isso, okay? Contarei para o Louis e poderemos fazer isso amanhã mesmo.

- Estou com medo, Harry. - seu corpo para de balançar e só escuto soluços pequenos e fungadas de nariz. - Não quero que nada aconteça com Madelyn ou com qualquer pessoa dessa casa.

- Não irá acontecer nada, Lottie. - afasto seu corpo para olhar em seus olhos azuis, que estão mais claros por conta do choro. - Vamos falar com seu irmão agora, podem-

- Não! - me interrompe. - Agora não. Vamos tentar aproveitar o domingo com todos em casa. - suas mãos viajam para seu rosto, enxugando as lágrimas. - Louis está tão feliz por ter você em casa, Harry. Não vamos tirar isso dele. - sorri pequeno. - Mais tarde falamos, quando tudo estiver mais calmo.

- Okay, como preferir. - sorrio, levando minha mão até seu rosto, acariciando sua pele macia. - Te asseguro que nada irá acontecer com você, com Madelyn e com ninguém desta família. Eu prometo que dou a minha vida se precisar, mas nada irá acontecer com a minha família, entendeu? - digo com calma.

- Você não vai precisar dar a sua vida, Harry. - franze a testa. - Vire essa boca pra lá. Dará tudo certo.

Eu queria acreditar que dará tudo certo mesmo.

Mas na condição que está tudo, a minha raiva por Travor e a minha vontade imensa de acabar com a vida medíocre dele me levam a crer que: ou ele morre, ou morremos juntos.

...

Após sair do quarto de Charlotte para dar um tempo para que ela se recomponha do choro, fui para meu quarto trocar de roupa, como devia ter feito a uns minutos atrás.

Coloquei meu querido shortinho amarelo, que fica bem acima do joelho e uma regata azul clara. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e desço para a piscina.

Tudo está no seu devido lugar: risadas altas, gritinhos de felicidade e uma família grande causando um sentimento de paz e de conforto para mim, pelo menos por hoje.

Resiliência - L.SWhere stories live. Discover now